Moradores do entorno da praça Dalcídio Jurandir reclamam da insegurança

Além do consumo e tráfico de drogas, outros problemas existem no lugar, sem reforma há 19 anos

Cleide Magalhães
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A falta de segurança é um dos fatores que afastam a comunidade dos espaços públicos em Belém. Um deles é a praça Dalcídio Jurandir, conhecida como praça da Cremação, bairro na qual está localizada. Por volta das 7h de terça-feira (5), ocorreu esfaqueamento de um rapaz que, segundo moradores da área, seria usuário de drogas. O crime estaria ligado ao tráfico e consumo de entorpecentes que ocorrem pela praça, em especial dentro do forro da antiga chaminé de lixo que existia no lugar. 

Além da falta de segurança permanente, pois não há presença da Guarda Municipal, há outros indicativos de que a praça está abandonada: não há bancos nem lixeiras e praticamente toda a calçada está quebrada. Além das árvores que precisam ser podadas, animais estão abandonados pelo lugar. Moradores reclamam também da falta de reforma geral do espaço prometida pela Prefeitura de Belém desde setembro de 2018. 

Um morador da área destacou que ainda acredita na recuperação da praça, mas frisou que é preciso o poder público afastar alguns perigos dos moradores. "Queremos que a praça se torne um logradouro voltado para a comunidade e para a família frequentar com segurança. Queremos uma praça que tenha confiabilidade em segurança. Para isso, é preciso afastar alguns elementos que são perigosos para nós, como os que ficam naquele prédio dentro da praça. Lá dentro, há pessoas que usam e vendem drogas, tem renovação de pessoas que dependem de drogas, é uma rotação constante de pessoas", disse o morador, que reside às proximidades do local há 50 anos.

Ainda segundo ele, a comunidade se une e tenta fazer o que pode. Alguns compõem a Associação de Moradores da Praça Dalcídio Jurandir e, nas quintas e nos domingos, limpam o lugar. Mas isso ainda não é suficiente. "Temos que tornar esse espaço humanizado, socializado e para isso precisamos de segurança", reforçou. 

De acordo com representantes da associação, diversos ofícios já foram encaminhados às secretarias municipais que devem ter responsabilidade com a área, mas o trabalho executado por elas ainda é mal feito. "Reivindicamos sempre, mas tudo aqui é mal feito, como a capinagem, iluminação, podagem das árvores, infelizmente. O caso dessa praça é má gestão. Esse lugar já foi um espaço de lazer, mas há décadas não é mais. Já sentamos com o prefeito, em setembro de 2018, para discutir a restauração, mas nada acontece, só promessas", afirmou um representante da associação. 

A praça, que homenageia o escritor paraense Dalcídio Jurandir, foi construída há 19 anos. Na época, a antiga Usina de Cremação de Lixo encontrava-se em precário estado de conservação. A construção proporcionou a revitalização do espaço, priorizando o desenvolvimento de atividades culturais. 

Porém, desde 2000 a praça está sem restauração. "O espaço nunca recebeu reforma e esperamos a promessa da Prefeitura de Belém. O povo clama por melhorias e estamos à mercê de tudo isso. Até de ocorrência homicídios quando há desentendimentos entre os usuários e usuários e estes com traficantes. A Polícia Militar passa aqui, mas logo que desaparece tudo continua do mesmo jeito. O espaço precisa pelo menos da Guarda Municipal de forma permanente", reclamou o representante da entidade.

NOTAS

A Prefeitura de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Urbanismo e Fundação Cultural do Município, disse que "está trabalhando para garantir a melhoria na infraestrutura da praça Dalcídio Jurandir. No local será instalada uma arena cultural, além da realização de uma reforma parcial.
 Em relação à segurança do espaço, disse que a Guarda Municipal de Belém realiza rondas diárias com o auxílio de motos e viaturas."

A Polícia Militar informou que realiza ações de policiamento ostensivo, preventivo e de repressão à criminalidade no bairro, por meio do 20° Batalhão da Polícia Militar, que utiliza duas viaturas nas atividades de radio patrulhamento nesta área da capital. Há, ainda, segundo a nota, o apoio de 10 motocicletas no recobrimento, realizado pelo 28° BPM, o Batalhão Águia. A instituição ressaltou que, constitucionalmente, o policiamento em praças é de responsabilidade das guardas municipais.

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