Miopia: entenda o que é o distúrbio visual, as causas e como é realizado o tratamento

Até 2050, a miopia irá atingir metade da população global, ou seja, cerca de 4,7 bilhões de pessoas, como projeta a OMS

Gabriel Pires

Até 2050, a miopia irá atingir metade da população global, ou seja, cerca de 4,7 bilhões de pessoas, conforme projeta a Organização Mundial da Saúde (OMS). Esse distúrbio visual se caracteriza pela dificuldade para enxergar objetos distantes, conforme explica a oftalmologista Kelly Nascimento, do Hospital Universitário Bettina Ferro de Souza (HUBFS). Como forma de tratamento e agravamento, os pacientes podem usar lentes, que ainda ajudam a reduzir a progressão da doença, além de óculos de grau.

“O paciente tem dificuldade de enxergar objetos de longe. Então, quanto mais próximo, melhor para ele. E por que isso acontece? Porque o globo ocular cresce de tamanho. Como ele [paciente] tem um globo ocular um pouquinho maior, o paciente forma essa imagem antes da retina, o que não dá nitidez. Tem miopia que consideramos de grau baixo, intermediário e alto. Até três graus é uma miopia baixa. De três a cinco é intermediária. E acima de 5 graus, se considera alta miopia”, explica a médica.

image Em Belém, o Hospital Bettina Ferro, localizado no bairro do Guamá, é referência no tratamento de doenças oculares (Foto: Thiago Gomes | O Liberal)

A oftalmologista pontua que as pessoas podem já nascer com miopia ou até mesmo desenvolver ao longo da vida. Entre as principais causas do surgimento do distúrbio está o uso excessivo de telas. “Quando se mantém o olho muito convergido para frente para proximidade isso causa um estresse nos músculos. E isso faz com que o globo ocular aumente”, detalha a médica. “Pacientes filhos de pais com miopia provavelmente terão miopia porque se tem uma causa genética”, completa Kelly. 

Ela também explica que pacientes que prematuros e expostos a oxigênio ao nascer “têm uma maior tendência a fazer a retinopatia da prematuridade e, consequentemente, desenvolver miopia”. A condição afeta homens e mulheres de forma igual, mas surge geralmente ainda nos primeiros anos de vida ou até mesmo se desenvolve na infância e adolescência. No entanto, um fator importante a ser considerado, segundo a médica, é que a miopia estabiliza após certa idade. 

Cuidados com a saúde ocular devem começar ainda na infância

O recomendado é realizar consultas oftalmológicas já desde o primeiro ano de vida para que seja identificado algum problema ocular. E, ao longo dos anos, ao perceber alguns sinais de que a visão não vai bem, é necessário buscar atendimento, como observa a médica: “Normalmente ele [o paciente] vai se queixar disso [da miopia] quando começa a estudar, na fase escolar, porque ele já não vai conseguir ver o quadro. Os pais, praticamente, não percebem isso. O aprendizado fica mais lento em relação aos colegas”.

“O que a gente tem de tratamento para miopia é o uso de óculos para corrigir. E a cirurgia, que ainda precisa passar por uma série de avaliações no paciente, porque nem todo mundo pode fazer. Se for cirurgia refrativa, tem que avaliar a idade. Precisa ter acima de 21 anos e uma boa córnea. E, hoje em dia, temos uma lente, a ICL, que se coloca na câmara anterior para poder dar uma clareza maior para o paciente. Também temos o colírio de atropina”, relata sobre as formas de tratamento. 

Entre outras lentes que ajudam a retardar a miopia, a médica pontua: “O paciente pode usar o grau do óculos normal ou o grau com a lente de contato. É uma indicação médica. E que precisa ser acompanhado para saber se o paciente tem condições para usar”. Além disso, a médica reforça a importância de ir ao oftalmologista pelo menos uma vez por ano ou até mesmo a cada seis meses.

Paciente ressalta a importância do tratamento

A operadora de caixa Vanessa Matos, de 27 anos, convive com a miopia desde a infância. E, atualmente, realiza tratamento para estabilizar. “Eu descobri [a miopia] quando eu tinha oito anos. Naquele tempo, meu grau era de 2,75 de um lado e o outro 1,25. Passando um tempo, também descobri que eu tinha ceratocone. Hoje, trato ceratocone, também para ter uma melhora na miopia. E percebo essa melhora gradativa”, pontua. 

“Eu não tô usando óculos hoje em dia, mas logo quando eu descobri a miopia usava óculos direto. Não tirava para nada. E já evitava ficar bastante no celular, porque ajuda a aumentar o grau. Terminei meu tratamento de ceratocone agora, eu acredito que vou continuar usando óculos [até a miopia estabilizar]”, completa Vanessa.

Belém tem hospital de referência

Em Belém, o Hospital Bettina Ferro, no Complexo Hospitalar da Universidade Federal do Pará (UFPA), localizado no bairro do Guamá, é referência no tratamento de doenças oculares. Para ter acesso, o paciente precisa realizar, primeiramente, uma consulta por meio da Unidade Básica de Saúde (UBS) mais próxima. E, assim, ser encaminhado para o Hospital Universitário, para que seja marcada a consulta.

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