Mercado de São Brás: conheça a história do local considerado símbolo da expansão belenense

Estrutura passará pela terceira reforma em 111 anos de existência

O Liberal
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Símbolo histórico da expansão de Belém, inaugurado em 1911, período áureo do ciclo da borracha na Amazônia (Belle Époque), o Mercado de São Brás está prestes a passar por obras de restauração, a terceira intervenção de reforma feita no prédio em 111 anos. O local foi construído com a função ser um centro comercial responsável, junto ao Ver-o-Peso, pelo abastecimento da capital paraense. Atualmente, o espaço conta com cerca de 330 pequenos comerciantes em diversas atividades.

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Há 31 anos atuando no Mercado de São Brás, a comerciante Rosana Martins, 61 anos, aguarda há anos pela revitalização do espaço. “Meu coração está pulando de alegria, só o fato dele dar essa segurança para nós, me alivia. Importante também, que o trabalhador daqui do espaço está incluindo, pois a nossa preocupação era essa. Já vi o projeto, achei lindo, a nossa cidade vai ganhar muito”, comemorou.

Qual a história do Mercado de São Brás?

O Mercado de São Brás foi erguido durante época áurea do ciclo da borracha amazônica (Belle Époque), em Belém. Sua construção foi iniciada no dia 1º de maio de 1910 e concluído em 21 de maio de 1911.

A construção do mercado se deu em função da grande movimentação comercial gerada pela ferrovia Belém/Bragança, que tinha o ponto final do trem na estação em São Brás. Com muitas pessoas embarcando e desembarcando ali, a área se tornou atrativa para a comercialização de produtos. O mercado foi projetado também para ampliar o abastecimento da cidade, que até então ficava concentrado apenas no mercado do Ver-o-Peso.

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Criado pelo arquiteto e engenheiro italiano Filinto Santoro, o mercado possui sua estrutura construída em ferro e mescla elementos do art nouveau e neoclássico, com detalhes escultóricos também em ferro e azulejos decorativos. Antônio Lemos, intendente de Belém na época, cedera a Santoro o terreno para a construção do mercado. Foram importados da Itália materiais e operários para a execução da obra. 

Reforma em 1988

Em 1988, na administração do prefeito Fernando Coutinho Jorge, o mercado passou por uma grande reforma, com mudanças significativas nos aspectos espaciais e de uso. Após essa intervenção, o prédio atual passa a contar com espaços destinados a teatro, comercialização e oficinas de administração municipal. O uso antes existente, como venda de carne, fruta, legumes e produtos de mercearia, foi transferida para a área onde hoje está o estacionamento.

Devido à acústica e a grande movimentação de veículos, o teatro foi desativado e o mercado fechado temporariamente. O mercado de peixe, ladeado pelos quiosques de mesmo estilo, formavam o Complexo Cultural do Mercado de São Brás.

Reforma entre 1998 e 1999

A segunda reforma ocorreu entre 1998 e 1999, na gestão do então prefeito Edmilson Rodrigues, e incluiu a recuperação do telhado, impermeabilização de toda a cobertura e pintura. Na época, houve aumento do trabalho informal na área, fazendo com que a administração pública remanejasse as pessoas para o interior do mercado, incluindo moveleiros e vendedores ambulantes que antes comercializavam seus produtos nas calçadas em frente ao mercado e das ruas próximas.

Nas duas reformas realizadas, foram incorporados outros produtos que são comercializados no interior do prédio, além disso, em decorrência das intervenções físicas realizadas, o Mercado de São Brás teve a planta redesenhada, e sua estrutura interna muito das características originais.

O Conjunto Arquitetônico e Paisagístico do Mercado de São Brás foi tombado como patrimônio histórico pelo Departamento de Patrimônio do Estado do Pará em 2 de julho de 1982 e possui cerca de 3.300m² com atividades de feira, mercado, lojas e praça de alimentação. Além de frutas, verduras, carne, peixe e camarão, o Mercado é conhecido pela comercialização de artesanato, ervas, artigos de umbanda, vestuário, sebos e o mais forte atualmente que é a mercearia.

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