Leptospirose: hábito de se banhar em canais de Belém (PA) deve ser evitado, alerta infectologista

Deve-se evitar o contato com as águas da chuva, para se prevenir contra a bactéria Leptospira

Eduardo Rocha
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Muita gente em Belém possui o hábito de se banhar nas águas de canais da cidade, principalmente quando chove, o que se constitui um alto risco de contaminação por parte da batécria Leptospira, ou seja, contrair a doença leptospirose transmitida pela urina de animais, sobretudo, ratos. "Não se deve banhar nos canais. Os canais não são áreas de lazer", alerta a médica infectologista Helena Brígido, membro da Sociedade Paraense de Infectologia (SPI). 

"As águas poluídas das chuvas que se arrastam pela cidade estão com concentração de urina de ratos que podem conter a bactéria chamada Leptospira. O contato com essa bactéria pela pele e ou pela ingestão de água contaminada faz com que a bactéria entre em contato com o corpo humano invadindo os tecidos e provocando sangramentos microscópicos e macroscópicos em vários órgãos, principalmente no pulmão, fígado e rins", alerta a infectologista. Para ela, os canais da cidade deveriam seguir um sistema de drenagem orientado pelos gestores, com o pessoal qualificado na área. "Além disso, a população não deveria jogar lixo nesses locais para não causar obstrução da drenagem", completa.

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Alagamentos

Belém tem sido marcada por chuvas fortes e até mesmo vendavais neste primeiro semestre de 2024. Por isso, com a constância das chuvas, ocorrem situações de alagamento de vias públicas e até de casas e estabelecimentos comerciais na capital paraense. Nesses casos, como ressalta a infectologista Helena Brígido, também se deve evitar o contato com as águas que podem estar contaminadas.

"Caso aconteça o contato, a pessoa deve tomar banho com lavagem detalhada de todas as áreas do corpo que tiveram esse contato. Observar a necessidade de lavagem das roupas, de qualquer objeto que tenha tido contato com a água. Lavar bem em toda a casa, incluindo as paredes, lavar bem dentro dos guarda-roupas e outros locais onde pode haver acúmulo de água e impregnação da urina de rato em roupas, toalhas e outros objetos", finaliza Helena Brígido.

13 casos

Como informa a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), foram registrados em Belém, em 2022, 21 casos de leptospirose; em 2023, 16 casos; em 2024, até agora, 13 casos. O Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) possui um programa de controle de roedores que realiza ações programadas e periódicas em feiras, mercados, praças públicas, escolas, unidades de saúde, hospitais públicos municipais e vias públicas. O objetivo é controlar a população de roedores para minimizar os riscos de transmissão da leptospirose.

"Quando são detectados casos suspeitos da doença, o CCZ realiza uma investigação epidemiológica no local com a coleta de informações sobre a fonte de infecção, busca de novos casos suspeitos e acompanhamento da evolução do paciente. Em caso de confirmação da doença, são realizadas ações de controle de foco que consistem na desratização no local onde ocorreu a infecção e nas imediações", como informa a Sesma.

A Secretaria informa também que realiza ações de educação em saúde nos locais visitados com a distribuição de material informativo sobre a doença e orientações de prevenção e cuidados em casos suspeitos.

A principal orientação da Secretaria para a população "é manter a limpeza de terrenos e acondicionar corretamente o lixo doméstico para não atrair roedores. Caso a população detecte alta proliferação de roedores em locais públicos, o CCZ pode ser acionado pelo número (91) 985858322.

A secretaria orienta ainda que as pessoas que apresentarem sintomas suspeitos de leptospirose devem procurar atendimento na rede pública de Belém: Unidades Básicas de Saúde (UBS), Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) e Prontos-socorros.

A Reportagem Integrada do Grupo Liberal demandou a Sesan e aguarda pelas informações solicitadas acerca do assunto.

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