Junho vermelho: 30% das doações de sangue do Hemopa são para pacientes oncológicos
As transfusões de sangue são determinantes para os pacientes oncológicos e, principalmente, aqueles com câncer onco-hematológico, como leucemia e linfomas
Uma a cada três bolsas de sangue coletadas pela Fundação Centro de Hemoterapia e Hematologia do Pará (Hemopa) é utilizada por paciente em tratamento oncológico, grupo que representa cerca de 30% da demanda por sangue. Devido a natureza do tratamento com quimioterapia e radioterapia, muitas vezes são necessárias transfusões de sangue para a reposição das células sanguíneas para correção de anemias, plaquetopenias e para manter a boa coagulação do sangue. Por isso a doação de sangue é fundamental para o bom andamento do tratamento desses pacientes em quase todas as etapas.
A médica hematologista Iê Bentes Fernandez, do Centro de Tratamento Oncológico, explica que as transfusões de sangue são determinantes para os pacientes oncológicos e, principalmente, aqueles com câncer onco-hematológico, como leucemia e linfomas.
"A própria doença que é lá na medula óssea, ela mesmo como caracteristica já tem uma diminuição das células do sangue, quando você começa um tratamento e tenta limpar aquela medula, essas células diminuem mais ainda e esse paciente precisa lançar mão de transfusões frequentes. Outros tipos de câncer também têm essa necessidade transfusional durante o tratamento. Se não houver a doação de sangue não haverá a disponibilidade de transfusão para esses pacientes”, pontua a especialista.
O administrador David Leon Serruya, de 64 anos, sabe bem a importância da doação de sangue, tanto para quem doa quanto para quem recebe. Ele doou sangue pela primeira vez aos 18 anos, para ajudar um parente. Depois disso, se tornou um doador de carteirinha, fazendo a coleta de sangue a cada 3 meses. Atualmente, é ele quem precisa receber o sangue doado por outras pessoas.
David foi diagnosticado com câncer retal há dois anos. Durante o primeiro ano de tratamento, ele não teve problemas em decorrência da quimioterapia, mas a partir de julho de 2021, a medula óssea foi afetada e a produção de células sanguíneas diminuiu. Foi quando o administrador precisou recorrer a hemotransfusão.
Ele faz controle das taxas de hemácias e sempre que é necessário faz transfusão de sangue. “Já fiz mais de 20, em dois anos de tratamento. Sempre peço aos amigos e familiares para doarem sangue nessas ocasiões, porque é importante para ajudar a manter o estoque de sangue. Infelizmente, nem sempre as pessoas estão disponíveis, por isso as campanhas de doação ajudam, e hoje tem a facilidade das redes sociais para conseguir mais doadores”, avalia David Serruya.
Junho Vermelho
A campanha foi criada em 2015 pelo Ministério da Saúde para chamar a atenção da sociedade para esta necessidade real que depende da solidariedade de cada pessoa. Além disso, em 14 de junho é comemorado o dia mundial do doador de sangue.
A cada doação são coletados no máximo 450ml de sangue. Antes de efetivar a doação, cada doador voluntário passa por uma triagem com a realização de exames específicos para a eventual detecção de doenças transmissíveis, além do processo de fracionamento dos componentes do sangue.
Como doar sangue?
Para doar sangue é necessário se dirigir a um hemocentro, estar bem de saúde, portar documento de identidade com foto, ter entre 16 e 69 anos, pesar mais de 50 kg, não ser portador de doenças crônicas, não ter recebido transfusão de sangue e outros componentes no último ano, ter repousado, pelo menos, 8 horas antes da doação, não estar em jejum, não ter consumido alimentos gordurosos, nem bebidas alcoólicas.
Para mais informações, o Hemopa disponibiliza o número 0800-2808118, de segunda a sexta-feira, de 8h às 18h; e aos sábados, de 8h às 17h.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA