Insulina está em falta em Belém há 3 meses, denuncia advogado

O advogado Ailton da Silva Pinheiro, de 82 anos, denunciou que, há três meses, está faltando insulina, que é distribuída pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), da Prefeitura de Belém. Ele é diabético e precisa usar o medicamento diariamente. Ele contou que, todo dia, manda mensagem para o Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas (CEMO) via WhatsApp, e a resposta é sempre a mesma: “Estamos sem insulina no momento”. Mas também não é dada nenhuma previsão para o fornecimento do medicamento. Na manhã desta quinta-feira (3), o advogado mostrou as mensagens para a reportagem de O Liberal. Por causa da doença, ele ficou cego do olho esquerdo.

A insulina é o hormônio produzido pelo pâncreas responsável pela manutenção do metabolismo da glicose. Sua falta provoca déficit na metabolização da glicose e, consequentemente, diabetes. Caracteriza-se por altas taxas de açúcar no sangue (hiperglicemia) de forma permanente. “Sou dependente de insulina porque eu sou diabético, diabético tipo dois. E tenho necessidade absoluta de me manter através de insulina”, contou. Ela disse que a insulina é distribuída pela Sesma.

“É um compromisso público que a administração municipal garante para milhares de diabéticos que moram em Belém, fornecendo gratuitamente”, afirmou. “Só que a Secretaria Municipal de Saúde da prefeitura não está cumprindo a sua obrigação, que é a de fornecer insulina para os diabéticos. Está em falta há três meses”, afirmou.

Mensagem que o advogado Ailton da Silva Pinheiro envia todo dia para a Sesma e a resposta é a mesma: “Estamos sem insulina no momento” (Foto: Thiago Gomes)

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O advogado disse que usa insulina diariamente. “Sem insulina, nós, diabéticos, nos sentimos debilitados e podemos chegar até a morte”, afirmou. A cada três meses, ele vai à Sesma para receber insulina. Sem acesso ao medicamento há mais de três meses, ele contou que gasta R$ 1 mil, um valor que pesa em seu orçamento familiar. “Eu sou obrigado a usar até talvez de caridade de pessoas que me auxiliam e do meu cartão de crédito para comprar essa insulina, que é caríssima em farmácias, para poder atender a minha demanda. Pesa totalmente no meu orçamento. “Isso aí é uma é ato de irresponsabilidade dos órgãos públicos que se obrigam a fornecer insulina para todos os diabéticos e não estão cumprindo”, desabafou. “Eu apelo à administração pública municipal que dê mais atenção aos sofredores diabéticos para conseguir essa insulina”, afirmou ele, que é diabético há 10 anos. “Faço parte desse programa da Sesma há mais de cinco anos. Mas é muito falho. E não é só de agora. Não tem uma regularidade correta”, completou.

Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) esclarece que a informação de que Belém está há três meses desabastecido de insulina análoga de ação rápida e prolongada, distribuída no Centro de Especialidades Médicas e Odontológicas (CEMO), não é correta. O município recebeu o medicamento no início de março, mas, devido à grande demanda, os estoques foram consumidos rapidamente. 

A gestão municipal está em tratativas com os fornecedores e estima que os estoques de insulina análoga de ação rápida e prolongada, distribuídas no CEMO, sejam reabastecidos em até 10 dias.

Quanto às insulinas humanas distribuídas nas unidades básicas de saúde, a Sesma informa que o fornecimento está regular, sem interrupções, e os pacientes continuam sendo atendidos normalmente.