Indígenas Warao começam a ser vacinados em Belém
Índios venezuelanos que recebem assistência da Prefeitura de Belém foram os primeiros a receber as doses da Coronavc e da Astrazeneca
A vacinação dos indígenas da etnia Warao refugiados em Belém iniciou na tarde desta quarta-feira, às 16h. Eles foram vacinados contra o covid-19 no Abrigo Tapanã, mantido pela Fundação João Paulo II (Funpapa).
Foi montado um espaço especial no abrigo para a colheita de dados dos Warao e uma sala foi designada para a vacinação, que ocorreu sem filas.
Ao todo, 267 indígenas estavam aptos para receber a vacina e 62 deles fazem parte dos grupos prioritários do Plano Nacional de Imunização.
Coordenada pela Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a iniciativa tornou Belém a primeira cidade brasileira a vacinar cidadãos refugiados.
"Garantir essa proteção é fundamental. A nossa equipe tem dado todo o suporte para eles, desde alimentação até assistência médica. Estamos organizando a programação para também vacinar os Warao que não estão no abrigo", conta Alfredo Costa, presidente da Funpapa.
Os Warao refugiados na capital paraense entraram no grupo prioritário da vacinação após uma recomendação do Ministério Público Federal para a Prefeitura de Belém, enviada na última sexta-feira (29). O motivo, de acordo com o pedido, é a situação de vulnerabilidade dos indígenas, além do fatos de eles viverem em um abrigo, todos juntos.
O Dr. Victor Nina é da equipe da Sesma e afirma que o órgão está de acordo com esta visão e que pareceres e notas técnicas da secretaria já apontavam para esta decisão, uma vez que o abrigo é de responsabilidade da administração municipal.
Por isso, a prefeitura já estava pronta para iniciar a vacinação dos Warao junto com a dos idosos acima de 85 anos.
"Já tínhamos esta mesma leitura, haja vista que esta comunidade é acompanhada por nós nos últimos dois anos. A população se acostumou a ver os Warao na rua e a equipe de saúde já tinha feito esse diagnóstico populacional deles, especialmente durante a quarentena, garantindo a diminuição da circulação a partir da criação desse espaço", afirma.
Roisdael Calderon estava muito feliz em ser vacinado. Para ele, que foi aprovado na Universidade Federal do Pará em janeiro, 2021 está dando sinais de que será melhor do que 2020.
Assim como todos os outros moradores do abrigo, ele só descobriu que seria vacinado nesta quarta-feira (3), horas antes da campanha iniciar no local.
"Foi uma surpresa muito bem-vinda, todos estão bem contentes. Acho que essa vacina será muito importante para nós, pois estamos sempre saindo para as ruas. Era até uma questão urgente, pois este controle amplo do coronavírus é importante para todos.
Ele está animado para ir em busca de um emprego. "Agora, vacinado, ficará mais fácil para eu conseguir um trabalho, pois estávamos evitando sair do abrigo. Vou poder conhecer a universidade, fazer minhas aulas de informática", comemora.
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