Políticas estruturantes para pessoas com deficiência ganham destaque durante evento em Belém

A partir do encontro, um documento com orientações sobre a temática deve ser elaborado e entregue para à organização da Cúpula da Amazônia

Maiza Santos / Especial para OLiberal

Para debater políticas públicas e propostas para a inclusão de pessoas com deficiência no Pará, Belém recebeu, na sexta-feira (4), o evento “Inclusão na Amazônia: Políticas Estruturantes Para Pessoas Com Deficiência”, que ocorreu na Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra). Para a professora Flávia Marçal, que é advogada, coordenadora do projeto TEA/Ufra, integrante do Conselho Nacional da Educação e vice-presidente da Comissão da OAB para os direitos das pessoas com autismo, tratar sobre a temática possibilita apontar as dificuldades e potencializar a solução de problemas.

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“Cerca de 25% das pessoas na Amazônia possuem algum tipo de deficiência, segundo dados do IBGE. E ao mesmo tempo não há políticas estruturantes voltadas para esse público, tendo em vista as necessidades dessa região. Principalmente para a ampla densidade geográfica, baixa densidade demográfica e também que considere a realidade das populações ribeirinhas, quilombolas e povos tradicionais indígenas que também estão entre as pessoas com deficiencia”, declara Flávia Marçal. 

image Flávia Marçal (Reprodução: Ascom Ufra)

O encontro também foi uma parceria da Ordem dos Advogados do Brasil e outras entidades que atuam na defesa de direitos de pessoas com deficiência. Além disso, faz parte do evento “Diálogos Amazônicos”, e visava a elaboração de um documento orientador para ser entregue para à organização da “Cúpula da Amazônia”. Conforme Flávia Marçal, é necessário compartilhar as demandas da sociedade para ter auxílio nas elucidações.

“Entender o que nos assemelha com relação a nossa dificuldade é importante para a criação de propostas. Como a ideia de elaboração de uma rede pan-amazônica de inclusão onde queremos unir as universidades com relação a estudos e pesquisas e desenvolver políticas públicas estruturantes. Também pensando na formação de gestores, profissionais e pessoas que atuam na área”, destaca Flávia Marçal.

Outra convidada para o debate, a coordenadora estadual de políticas para o autismo, Nayara Barbalho, ressaltou que os representantes do estado devem estar na frente da apresentação da realidade e de propostas para inclusão de pessoas com deficiência no Pará.

“É importante destacar que quando se fala de desenvolvimento sustentável na Amazônia, este desenvolvimento tem que incluir as pessoas que vivem na Amazônia, entre elas as com deficiência. Este debate precisa ser realizado para que, junto com o poder federal, termos políticas públicas que reconheçam as especificidades da população que vive com deficiência”, afirma.

image (Reprodução: Ascom Ufra)

UFRA

Segundo o professor Jaime Viana, vice-reitor e representante da reitoria, temas complexos como este precisam ser dialogados em todas as áreas do conhecimento.

“A universidade se comporta como pontes que ligam saberes que estão desconectados no que tange à inclusão, diversidade e sustentabilidade, ajudando a construir uma sociedade embasada nesses valores. Agradeço pela organização de um evento de tão grande relevância para a Universidade Federal Rural da Amazônia. Abrindo a toda a comunidade acadêmica e estendendo a toda a Belém e municípios vizinhos a oportunidade de fazerem propostas relevantes sobre inclusão, diversidade e sustentabilidade: políticas estruturantes para pessoas com deficiências”, assegura.

Para a reitora da UFRA, professora Herdjania Veras de Lima, é imprescindível que a instituição participe desses debates e seja protagonista de ações e estratégias voltadas à Amazônia. “Nós temos pesquisadores qualificados, projetos, ações e pesquisas com resultados pioneiros, trabalhos com tecnologia avançada, parcerias e resultados consolidados. É importante compartilhar esse conhecimento e contribuir para uma agenda pública que vise o desenvolvimento sustentável na nossa região, considerando as especificidades”, afirma.

 

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