‘Halloween’ em Belém: histórias de assombração fascinam e apavoram moradores da cidade; vídeo
O contador de história João Alves, da página Belém de Arrepiar, foi ao Cemitério Santa Izabel, na capital paraense, para relatar casos sobrenaturais que fazem parte da cultura regional
Belém abriga pontos atrativos e encantadores, mas também é palco de histórias assustadoras em cemitérios e casas com relatos sobrenaturais. Esses casos apavoram, mas também fascinam os paraenses, já que visagens e assombrações fazem parte da tradição regional. Na semana do “Halloween”, celebrado nesta segunda-feira (31), o contador de histórias João Alves, colaborador da página Belém de Arrepiar, foi ao Cemitério Santa Izabel para relatar alguns casos curiosos, em Belém.
Um dos relatos que mais causa assombro, segundo João, é o da aparição do espírito do paraense Cláudio Ronaldo, que morreu no ano de 1990 e está enterrado no Cemitério Santa Izabel, no bairro do Guamá, em Belém. Há relatos de que Cláudio Ronaldo já foi visto vagando pelo cemitério ao lado do pai — que sempre ia visitar o túmulo do filho.
"O pessoal que faz a limpeza aqui ficava acompanhando, via frequentemente ele [o pai de Cláudio Ronaldo]. E aí quando foi um dia ele esbarrou com o rapaz. O rapaz falou: 'Tudo bom com o senhor? Veio sozinho hoje?. Aí ele falou: 'Não eu sempre venho sozinho pra cá. E o rapaz: 'Não, toda vez que eu venho tem um rapaz com o senhor com a mão no ombro aqui entra e vai com o senhor até lá na sepultura do seu filho aí'. Aí ele foi lá, olhou e era o Cláudio Ronaldo", detalhou.
Espírito visto em missa de homenagem a avó
Além disso, Cláudio Ronaldo foi supostamente visto bem longe de onde estaria enterrado: em uma missa de homenagem à avó dele, em 1994. Na época, um vídeo foi registrado, onde ele aparece nitidamente no fundo da igreja entre as pessoas reunidas.
“Estavam fazendo a filmagem da missa. E ao fundo você vê ele passando. Quando os parentes foram ver, identificaram o Cláudio Ronaldo passando no fundo e um rapaz de branco que acompanhava ele. Ninguém sabe identificar quem era. A imagem pega bem nitidamente. Depois ele volta e sai da igreja”, contou.
Casa assombrada em Belém
Nem mesmo casas que, aparentemente, podem ser consideradas comuns podem escapar do alvo dos fantasmas. João conta que uma casa com mais de 200 anos localizada na avenida Quintino Bocaiuva é o lar de diversos relatos sobrenaturais. No local, são registradas aparições de um menino que pula da janela e sai correndo pelo corredor, além de uma moça de branco misteriosa.
“A nossa equipe é composta por por mim, pelo Nathan e por mais algumas pessoas, algumas sensitivas, que tem um contato mais próximo com a espiritualidade.E essas pessoas sentiram efeitos dentro da casa, viram as entidades e conversaram usando equipamentos que registram a manifestação dos espíritos. E nós recebemos áudio dos espíritos”, relatou João sobre a experiência no local.
“Eu senti muita pressão na cabeça. E nós tivemos que voltar nessa casa por três vezes porque é muito comum os equipamentos não funcionarem direito na casa. A internet não funciona, o vídeo não funciona. Duas vezes a gravação não prestou pra nada. Tudo por influência das energias da casa”, complementou.
Despertar com o sobrenatural
Para além dos cemitérios e outros locais que podem ser vistos mal-assombrados, João conta que já teve contato com o sobrenatural e que isso ficou marcado, por ser uma das primeiras experiências sinistras. “As primeiras lembranças que eu tenho é de enxergar uma menina que ficava me olhando de uma laje que tinha na casa dos meus avós e eu dormia encostado nessa laje. A menina ficava me olhando de lá e eu ficava chorando. E a minha mãe dizia que não tinha nenhuma menina”, disse João.
“Aparições estão relacionadas com espíritos que ainda não se desapegaram”
Para Nathan de Moura, que é o responsável pela página Belém de Arrepiar e escritor de histórias de terror, o motivo por trás das aparições sobrenaturais estão associadas a espíritos que ainda não se desprenderam das relações ou de determinados lugares na terra. Ele também acredita que esses seres aparecem para prestar ajuda.
Muitas pessoas podem sentir, ver ou ouvir essas manifestações sobrenaturais, conforme explica Nathan. O escritor explica o motivo pelo qual nem todos são sensitivos a essas questões: "Os espíritas falam da mediunidade, que é aquela faculdade que todo mundo tem. Só que em algumas pessoas é acentuada, digamos assim. Essa habilidade que algumas dessas pessoas têm é que faz elas terem essa sensibilidade”, afirmou.
Apesar do tempo, algumas lendas e histórias resistem na memória daqueles que costumam compartilhar essas experiências de terror. Essa tradição é mantida por meio da oralidade e, muitas das vezes, de geração para geração. O hábito de contar histórias faz parte da cultura dos paraenses. Nathan observa que isso ainda é mais frequente nos municípios do interior do Estado.
“Nos interiores, até hoje é comum chegar lá e ter uma pessoa mais velha. E quanto menos urbanizado for o local, é mais fácil de tu veres isso. É aquela pessoa mais velha sentada ali e os parentes ao redor e aquela pessoa contando as histórias que ela conhece: de boto de matinta pereira, de curupira, de uma visagem que ela viu. Isso é uma coisa cultural. Apesar de algumas pessoas não saberem disso, não conhecerem. É algo que já vem aí de séculos de tradição e não morreu”, detalhou Nathan.
(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)
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