Greve de Ônibus: rodoviários aprovam estado de greve; última negociação será semana que vem
O estado de greve ainda não representa a paralisação de fato dos rodoviários, mas uma sinalização de que a categoria pode parar a qualquer momento se a última negociação prevista não tiver avanços
Rodoviários de Belém aprovaram, na noite desta terça-feira (2), em assembleia geral realizada na sede do centro de formação da categoria, no bairro da Pedreira, o indicativo de greve. O termo não significa que os trabalhadores já irão paralisar as atividades imediatamente. A última negociação entre o Sindicato dos Trabalhadores Rodoviários de Belém (Sintrebel) e o Sindicato das Empresas de Transporte de Passageiros de Belém (Setransbel) deve ocorrer até a semana que vem, possivelmente na terça-feira (9). Somente se não houver acordo, a categoria irá votar se paralisa ou não. Por nota, o Setransbel informou que “as tratativas estão em andamento com o Sindicato dos Rodoviários”.
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O presidente do Sintrebel, Altair Brandão, reforçou à população que ainda não há paralisação de atividades nesta semana e o transporte público continua normal. “Nós ainda estamos tentando negociar com a patronal. Esperando que eles coloquem uma proposta que seja razoável tanto para os trabalhadores, quanto para eles. Vamos continuar essa negociação até a semana que vem. Não está nada decidido ainda. Estamos tentando levar até o final das negociações, para que a gente chegue a um acordo”, declarou Altair, na noite desta terça, após a realização da assembleia.
Altair assegurou que a categoria não deseja fazer greve. O que os rodoviários querem é a negociação de reajustes da remuneração da categoria — 10% para os salários e 10% no tíquete-alimentação —, além da manutenção de benefícios como a clínica e o Centro de Formação dos Rodoviários. É nesse ponto que os acordos não estão ocorrendo. E segundo ele, há possibilidade de demissão de trabalhadores, especialmente os cobradores. O presidente do Sintrebel afirma que as empresas querem acabar com esta função.
“Não é intenção nossa entrar em greve. Greve não é boa para ninguém. Não é boa para a gente, não é boa para os patrões, para a população principalmente, que sofre nas filas”, afirmou.
A assembleia definitiva deverá ocorrer na próxima terça-feira (9), quando o poder de decisão será colocado nas mãos da categoria. “Agora na assembleia geral, a gente aprovou o estado de greve. Até terça-feira (9), no máximo, a categoria vai decidir se vai entrar em greve ou não. Mas esperamos que isso não aconteça. Se for necessário, vamos ter que usar nosso direito de greve. Quem vai decidir é a categoria”, reforçou.
Altair destacou as dificuldades de negociação com a patronal. “Até agora, eles (os empresários) não assinaram nada. A perda deve ser entre 4,5% e 5%. Estamos esperando que eles façam uma proposta, pelo menos, do reajuste para que a gente possa tentar negociar com a categoria, evitando, assim, uma possível greve”, informou.
“Se a gente não negociar, se for para o tribunal, com certeza, nós vamos perder clínica, vale-alimentação, vale-transporte, que é o nosso passe-livre. Vamos perder um monte de coisa. Estamos tentando resguardar essas conquistas, porque a gente não abre mão. Queremos sair sem perda de direitos e com nosso reajuste de 5% ou 6%. Precisamos aprovar uma proposta acima da inflação”, explicou.
Saiba quais as reivindicações dos rodoviários
- Os rodoviários reivindicam 10% de aumento salarial, 10% no vale alimentação, a manutenção do auxílio-clínica e do Centro de Formação dos Rodoviários, assim como a permanência de cobradores nos veículos.
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