Feira da Susipe vende pato a R$ 25 até sábado

Também são vendidos hortaliças, artesanatos e peças em marcenaria

Dilson Pimentel

Em menos de duas horas, 100 patos abatidos foram vendidos na feira realizada, ontem, na sede da Superintendência do Sistema Penitenciário do Estado do Pará (Susipe), no bairro Batista Campos, em Belém. Hoje, mais 100 patos serão comercializados, mas desta vez no Museu Emílio Goeldi, em São Brás. Na feira, também são vendidos hortaliças, artesanatos e peças em marcenaria. É o "Vem pra Feira", que é resultado do Projeto Nascente e que capacita os internos da Colônia Penal Agrícola de Santa Izabel (CPASI) no trabalho com a agricultura familiar e oferece a oportunidade de remir penas por meio do trabalho. As vendas serão realizadas até o sábado (5) em três locais: sede da Susipe, no Museu Emílio Goeldi e no Jardim Universitário.

Além de alimentos mais saudáveis, a feira oferece produtos em média 20% mais baratos em relação ao preço dos supermercados da cidade. Os 200 patos serão vendidos por R$ 25 reais cada um. "Esse tipo de ação valoriza o trabalho realizado pelo interno, porque é uma forma de mostrar à sociedade que dentro do cárcere há trabalho e produção. A maioria das pessoas desconhece as ações e projetos que a Susipe promove para a ressocialização dos reeducandos", disse Ruth Benassuly, coordenadora de trabalho e produção da Diretoria de Reinserção Social (DRS) da Susipe.

Para o diretor de Reinserção Social (DRS) do órgão, Belchior Machado o principal viés do "Vem pra Feira" é a reinserção social dos apenados. "Os internos que participam desse projeto recebem a remição da pena: cada três dias trabalhados resultam em um dia de remição de pena. Além disso, os internos vão ter um ofício quando saírem do sistema penitenciário, o valor que eles recebem por estarem cadastrados nesses projetos é revertido e dividido entre eles, a família e o governo.

Os produtos feitos pelos intentos são muito bem recebidos pela população", afirmou. O funcionário público João Carlos Palheta, 55 anos, comprou dois patos, pesando três quilos cada um. "O preço é acessível, bem mais em conta", disse. "Aqui, já está abatido, tudo limpo. Isso facilita o manuseio dele", afirmou, lembrando que o pato será servido no tradicional almoço do Círio.

Ana Rafaela Carvalho, 35 anos, também levou para casa dois patos abatidos. "É mais em conta comprar aqui", afirmou ela, que é funcionária pública. A interna Luzia Deise Silva Monteiro, 31 anos, que está no Centro de Recuperação Feminino (CRF) de Ananindeua, expôs o artesanato que ela produz. "Tem de tecido, de pano, caixinha mdf, entre outros. Aprendi no cárcere, onde estou há dois anos e seis meses", contou. Há dois anos e um mês ela faz parte da Cooperativa Social de Trabalho Arte Feminino Empreendedora (Coostafe).

"A importância de participar dessa feira é mostrar que ainda tenho a oportunidade de voltar para a sociedade, mesmo que eu tenha errado no passado. Uma oportunidade de a sociedade me olhar de outra maneira, e de vencer o preconceito", disse. "Acreditar que sou capaz de vencer e passar por tudo isso. Eu não sabia fazer nada quando fui para a Coostafe. E, lá, vim que tinha habilidade. Somos 20 cooperadas. Tive o privilégio de ir para o regime semiaberto e de ter a oportunidade de expor os produtos na rua", acrescentou.

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