Artistas cantam e tocam em missa de um ano de falecimento do arquiteto Paulo Chaves
À frente da celebração, o padre Ronaldo Menezes, ex-diretor do Museu de Arte Sacra da Igreja de Santo Alexandre
A celebração eucarística por um ano de falecimento do arquiteto Paulo Roberto Chaves Fernandes, na Igreja São Geraldo Magela, na noite desta quinta-feira (17), no bairro de Val de Cans, em Belém, foi marcada por homenagens de familiares e amigos e também por apresentações artísticas, com música lírica acompanhada de piano e gaita, entre outros momentos culturais.
A missa presidida pelo padre Ronaldo Menezes, ex-diretor do Museu de Arte Sacra da Igreja de Santo Alexandre - um dos lugares reconstruídos pelo arquiteto - começou por volta das 20h, dando início a uma sequência de homenagens pessoais e das artes.
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Entre os familiares, estavam presentes os filhos Pablo Chermont e Gabriel Lima Fernandes, filho da também arquiteta Rosário Lima, também na igreja, e, ainda, professores universitários, fotógrafos, gestores públicos, arquitetos, e diversos profissionais da cena cultural da capital paraense, como a intérprete Mariane Lima, o fotógrafo Luis Braga. O jornalista e publicitário Orly Bezerra, amigo de longa data de Paulo, fez a leitura de uma das litúrgias da missa.
Após o momento eucarístico, o cantor lírico Augusto Ó de Almeida acompanhado dos músicos, Luiz Pardal, na gaita; e Jacinto Kawhage, ao piano, interpretou algumas das músicas favoritas do arquiteto, como Sonho impossível, originária do musical Homem de La Mancha; Pájaros Perdidos, de Astor Piazzola; Um canto para Astor, com letra do próprio Paulo Chaves e Luiz Pardal, e Smile, de Charlie Chaplin, em versão em português
Um vídeo também foi exibido em um telão, mostrando a intérprete Gabriela Florenzano acompanhada ao violão de Salomão Habib em músicas como Sodade, de Cesária Évora.
Legado público e privado
"Tens me feito muita falta meu pai, o mundo não é o mesmo sem ti", disse o filho caçula, Gabriel Fernandes, lendo um texto de autoria dele em homenagem ao pai. Gabriel afirmou que o pai era amoroso e bom amigo, e disse que ele soube construir bem tanto o legado privado quanto o legado público.
Amiga pessoal e arquiteta, Elna Trindade também enfatizou o itinerário de Paulo no ambiente público e privado. "Sem dúvida, ele deixa um legado de muita importância para a memória da nossa cidade, mas além disso, a amizade, o amor que ele tinha por Belém e pelos amigos. Era um cara de bom coração, eu estou ainda sob a emoção dessa homenagem maravilhosa que fizeram para ele", disse Elna Trindade.
O fotógrafo Octávio Cardoso fez o registro fotográfico da execução de praticamente todas as obras arquitetônicas de Paulo Chaves e, nesta quinta-feira, ele lembrou que não conviveu com o arquiteto no ambiente privado, mas no campo profissional, observou que inegável o talento, a paixão e a energia dele na execução dos projetos.
"Há quem o ame e quem o odeie, ele era uma figura polêmica na área cultural, mas eu digo uma coisa que, para mim, é muito clara, a obra do Paulo vai muito além dele próprio. A obra dele está incorporada e marcada na cidade, quer você queira ou não queira", frisou Octávio Cardoso.
Patrimônio arquitetônico
Entre os equipamentos públicos na capital e interior, Paulo Chaves assina a criação e a execução da Estação das Docas, Complexo Feliz Lusitânia, Mangal da Garças, Portal da Amazônia, Espaço São José Liberto, Parque da Residência, Hangar – Centro de Convenções e Parque do Utinga, além de projetos originais ou de revitalização, como no caso do Theatro da Paz.
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