Família está atrás de leito para paciente com tumor cerebral internada no PSM do Guamá
A filha da paciente, Josiane Martins Melo da Nobrega, 31 anos, alega descaso dos profissionais do PSM Guamá
Matilde Silva Martins, 63 anos, tem neoplasia maligna no encéfalo, um tipo de tumor cerebral. A família dela está atrás de um leito, por conta da doença avançar a cada dia. Ela está internada no Hospital Pronto Socorro Municipal do Guamá “Humberto Maradei” (PSM do Guamá), desde segunda-feira (13).
No mês passado, dia 17, foi quando Matilde se queixou de fortes dores de cabeça. Josiane Martins Melo da Nobrega, 31, filha dela, conta que levou a mãe à Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro da Sacramenta, em Belém. No local, o primeiro diagnóstico feito pelos médicos foi de uma enxaqueca.
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O tempo foi passando, mas não a dor que Matilde relatava. Pelo contrário, como afirma a filha. “Mesmo com o diagnóstico de enxaqueca, percebemos que a minha mãe estava apresentando problemas motores. Ela já não estava conseguindo andar”, disse Josiane.
Depois de levá-la em várias UPAs e recebendo a resposta que a situação de Matilde seria uma enxaqueca, os familiares decidiram tentar outro diagnóstico no Hospital do Pronto Socorro Municipal "Mario Pinotti", conhecido popularmente como PSM da 14 de Março, no bairro Umarizal. “Quando levamos a minha mãe no PSM da 14, os médicos disseram que ela estava AVC isquêmico (quando há obstrução de uma artéria, impedindo a passagem de oxigênio para células cerebrais e elas acabam morrendo)”, comentou.
A partir daí, Josiane, junto com o restante da família, começou a cuidar de Matilde em casa, crendo que a doença seria um AVC isquêmico. O diagnóstico final, depois de muita luta, veio na última semana, na quarta-feira (8). “Minha mãe começou a piorar. Acreditamos que seria um AVC isquêmico e cuidamos dela em casa. Foi que desconfiamos novamente e conseguimos uma consulta particular com um neurologista e ele diagnosticou que era neoplasia maligna no encéfalo”, conta.
Matilde foi hospitalizada no PSM do Guamá, na segunda-feira (13), e a filha assegura que a genitora está presa no local. “Minha mãe está precisando de um leito. Eles (profissionais de saúde) falam que ela precisa do SISREG (Sistema de Regulação) para ter o encaminhamento de um leito. Ela (Matilde) está presa lá. Tentamos falar com os trabalhadores de lá e eles falaram que ela não estava com os documentos. Demos os documentos que eles pediram, depois disseram que estão esperando uma bateria de exame. Mentira, já fizemos isso. Minha mãe está presa lá e não a deixam sair para outro lugar”, alega.
“O tumor da minha mãe tem uns seis centímetros. Só está crescendo. Desconfiamos que o câncer surgiu dois meses atrás. Se tivesse sido antes, minha mãe já tinha morrido”, acrescentou.
Em nota, a Secretaria Municipal de Saúde (Sesma) informou que a idosa segue internada no Hospital Pronto Socorro Municipal Dr. Humberto Maradei Pereira, no Guamá, recebendo o acompanhamento necessário. "Matilde está devidamente cadastrada na central de leitos e aguarda transferência, que depende da disponibilidade dos hospitais de referência estaduais. O PSM do Guamá segue prestando assistência, mantendo os exames da paciente atualizados para eventual transferência", comunicou.
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