Família denuncia negligência no atendimento a paciente

Idosa está no Abelardo Santos com suspeita de covid-19

Dilson pimentel
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Familiares denunciam a situação em que se encontra a senhora Elinalma de Fátima Barbosa Lima que, desde domingo, está internada no Hospital Abelardo santos, em Belém. “Ela está ficando 12 horas sem alimentar. A família não pode ficar perto dela. E, para complicar, foi tirado o celular da minha mãe. Com isso, a família fica sem ter notícias. Ela tem 63 anos, está fraca e não consegue ir sozinha ao banheiro. Não foram colocar fralda nela. Ela acabou fazendo xixi no leito”, contou uma das filhas, Evelyn de Nazaré Barbosa Lima. “Ela está internada com o quadro clínico da covid-19. Internou domingo à noite. E, desde que entrou, está tendo negligência. Ela está debilitada, não estão dando a alimentação devida, dão a hora que querem. Ela passa praticamente 12 horas sem  se alimentar. Também não deram o antibiótico que ela precisa tomar. Nunca vi isso”, afirmou Evelyn. 

“Ontem (terça-feira, 21), às 4 da tarde, ela ligou chorando, pois queria fazer xixi. Ela está no oxigênio. E não colocaram fralda nela. Ela acabou fazendo no leito. Depois, tiraram o celular dela. Estou até agora tentando falar com ela”, acrescentou. “Tiraram o celular dela e desligaram. Quero saber que decreto é esse do governador Helder que impede a gente de falar com um familiar nosso. A gente já não pode estar do lado, cuidando. A enfermeira só entra uma vez no quarto e não quer mais saber do paciente. Então, que deixem a gente entrar e cuidar. Se não querem cuidar, se estão com medo, deixa a gente entrar e cuidar”, afirmou ainda a filha.

Queremos tratamento adequado para todos, diz filha

Evelyn acrescentou: ‘Por que deixam ela todo esse tempo sem atendimento? Estão aceitando a pessoa (no hospital Abelardo Santos) só para dizer que (o paciente) está lá. 12 horas sem comer... Preciso saber se ela está bem. Há pessoas amedrontadas, não sabem o que fazer”. Ainda segundo a filha, alguém do hospital ligou ontem (terça-feira, 21) para a família, por volta das 14h30, para informar que o exame da senhora Elinalma havia testado positivo para a covid-19, e que era para ligar para a Sespa. “Estou ligando desde ontem. Ainda há pouco (nesta quarta-feira, 22) consegui. Consultaram no sistema e falaram que não foi repassado e não existe resultado. Então, por que estão falando que é positivo se nem resultado tem?”, afirmou.

E acrescentou: “Parece não haver um protocolo certo para as coisas Você imagina a cena. Uma família foi lá (no hospital) receber notícias e a assistente social só dizia: ‘aguarde mais um pouquinho’. E, de repente, na recepção, ela grita: ‘ah, acharam o corpo’. Poxa, a família olhou um para o outro. Eles nem sabiam, só pediram para receber notícias... A administração tem que verificar e organizar isso. Mas o mínimo que tem que ter é humanidade”. Evelyn disse saber da situação dos hospitais por causa dos casos do novo coronavírus. “Sei que estão sobrecarregados, que está o caos. Mas isso não é desculpa para não se dar o devido atendimento a todos os pacientes. Não quero tratamento vip. Eu pedi que só queria falar com a minha mãe. Queremos o tratamento adequado para todos”, afirmou. A Redação Integrada já solicitou um posicionamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), de quem aguardo retorno.

Outro lado

Em nota, a Secretaria de Saúde do Pará informou, por meio do Hospital Regional Dr. Abelardo Santos, "que a paciente Elinalma de Fátima Barbosa Lima está recebendo devidamente as medicações e a alimentação que é servida a todos os pacientes no horário programado seguindo a dieta nutricional. A mesma encontra-se em cateter de oxigênio, estável e sinais vitais estáveis. Informa ainda que o banho está sendo realizado, juntamente com a troca da fralda.

O Hospital Abelardo preza por um atendimento humanizado realizando uma estadia acolhedora a todos os pacientes que se encontram internados.

Sobre o acolhimento e boletim médico, a Sespa esclarece ainda que a assistente social entra em contato todos os dias com os familiares dos pacientes e posteriormente o médico também, mas, muitas das ligações, com frequência, ou caem direto na caixa postal ou não são atendidas".

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Belém
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