Famílias acampam na Augusto Montenegro pedindo respostas da Cohab

Elas pedem sinal do governo e solução para impasse após ocupação de terreno do Estado

Dilson Pimentel
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A Polícia retirou as famílias que, há pouco mais de um mês, ocupavam um terreno na avenida Augusto Montenegro, no bairro do Tapanã. A retirada ocorreu na manhã de quarta-feira (13). No entanto, elas continuam acampadas em frente à área, próximo à pista e abrigadas sob lonas, na avenida Augusto Montenegro.

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Essa é a sexta vez que elas ocupam o mesmo terreno, e a ocupação é a segunda já verificada, em menos de uma semana, a terrenos sem uso do Estado. Outro grupo de famílias ocupou terreno ao lado da Secional da Marambaia, na última sexta (8).

As famílias do Tapanã dizem que moravam antes de aluguel ou com parentes. E querem moradias. Elas também afirmaram que lutam por essa área desde 2008. E se dizem abandonadas pela Companhia de Habitação do Pará (Cohab) - que ficou de cadastrá-los em programas de moradia.

image Famílias prometem continuar acampadas  (Igor Mota)

ABANDONO

"São 300 famílias. Ontem (quarta-feira), fez um mês e nove dias que estávamos aqui. Muitas pessoas moram de aluguel ou com a família", disse Márcia Cristina Souza. "Eles não usam esse terreno para nada. Só é usado para bandidagem e para a desova de corpos. Os ladrões roubam e correm para cá", afirmou.

Ela comentou sobre a ação da polícia. "Eles vieram aqui sem mandado, sem nada, e retiraram a gente. Chegaram às seis horas da manhã. Eles conversaram, e não houve violência", contou.

Márcia Cristina diz que as famílias vão continuar acampadas no local. "O nosso objetivo é que o governador venha aqui dar uma posição pra gente. Nós elegemos ele e queremos moradias. Nós exigimos que ele venha aqui dar uma posição pra gente. Ninguém tem casa própria. Nós queremos moradias", afirmou.

CADASTROS SEM RESPOSTAS

Segundo o movimento dos sem-teto, a Cohab chegou a cadastrasr as famílias. "Fizeram um cadastro, mas a Cohab não cumpriu com o compromisso dela", afirmou. Outros ocupantes disseram que os policiais quebraram seus barracos e rasgaram as lonas, mas não houve violência física. "Tem crianças e famílias inteiras aqui", disse Márcia Cristina.

Eles fazem comida no acampamento e, quando chove, seguram as lonas para se proteger do temporal.

Os policiais civis da Divisão de Investigações e Operações Especiais (Dioe) que estiveram no local, na quarta-feira, conversaram com os responsáveis pela ocupação. E, depois desses diálogos, eles saíram espontaneamente do local, diz a Polícia Civil.

O terreno pertence ao Estado, confirma o delegado Neyvaldo Silva, diretor da Dioe. A Rotam (Ronda Tática Metropolitana) deu apoio à ação da Dioe, com sete viaturas e 30 policiais militares.

A redação integrada de O Liberal entrou em contato com a Cohab para pedir informações sobre o que dizem as famílias. Em nota, no novo presidente da Cohab, José Scaff, que tomou posse quarta (13), disse que "está tomando conhecimento das questões pertinentes à atuação da instituição", e que "deve se manifestar posteriormente sobre a questão da reintegração de pose do terreno na Augusto Montenegro".

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