Evento de educação valoriza história, memória e cidadania na Terra Firme, em Belém
A programação realizou conversas, programação cultural, cortejo das águas e visita ao bairro da Terra Firme
Para resgatar a trajetória e valorizar a comunidade com o auxílio da educação popular, foi realizado em Belém o II Simpósio ‘15 anos de história, memória e cidadania na Terra Firme’. A programação, realizada entre os dias 1º e 3 de outubro, foi marcada por mesas redondas, apresentações culturais, cortejo das águas e visita a pontos importantes do bairro.
A iniciativa do coletivo Ponto de Memória da Terra Firme contou com o apoio de instituições que estiveram presentes durante a evolução do bairro, como o Museu Emílio Goeldi, Coletivo Casa Preta, Museu Surrupira, Fórum de Museus e IBRAM. A ideia é divulgar histórias e estabelecer um novo olhar para o local, que muitas vezes ainda é considerado marginalizado, por estar na periferia de Belém. Todas as ações buscam transformar a área em um tipo de museu colaborativo, levando atividades inclusivas, além de melhorar o acesso a direitos fundamentais como acessibilidade.
Simpósio
Felipe Bordalo, coordenador do Centro Integrado de Inclusão e Cidadania, vinculado a Secretaria de Estado de Assistência Social, Trabalho, Emprego e Renda (Seaster), durante a participação na mesa redonda do evento, destacou que o Governo atua na integração entre empresas e a mão de obra de pessoas com deficiência.
“Somos um centro de portas abertas, que tem referência no atendimento a pessoas com deficiência, com cerca de 3 mil atendimentos por ano e média de 700 pessoas cadastradas. Recentemente lançamos uma cartilha para falar sobre a questão do capacitismo, que é o preconceito à pessoa com deficiência”, pontua. Felipe Bordalo ainda ressaltou que é preciso entender a acessibilidade não só no meio físico, mas também na área arquitetônica e digital, além de espaços públicos.
O simpósio ainda contou com a presença da presidente do Conselho Estadual da Criança e do Adolescente, Ritinha Dias. Segundo ela, para se ter a construção de pesquisa e investimento em política social é necessário ter base na vivência da comunidade e também reflexão sobre as legislações existentes. “A gente não pode construir nada para o futuro sem refletir sobre o passado e conjunturar aqui no presente para que o novo de fato aconteça”, declarou.
Ao tratar sobre os direitos focados na infância e memória infantil na Terra firme, associada com a história dos direitos humanos no mundo, Ritinha Dias destacou a importância de eventos com a comunidade.
“Quando eu falo da história da infância em si é preciso investimento nessa riqueza que se tem. É uma população ribeirinha, urbana que se tem e que sofreu várias mudanças ao longo dos anos e que precisa de vários investimentos. Entre eles, o enfrentamento à violência, a questão da violência doméstica, o abuso e exploração sexual, entre outras formas de violência que fazem parte desse contexto”, disse.
O evento homenageia a pedagoga e conselheira Helena Quadros, que teve a Terra Firme e o Ponto de Memória como um dos seus grandes projetos de vida, extrapolando os muros do Museu Goeldi enquanto servidora pública. Além disso, honra e homenageia, também, suas companheiras na caminhada e conselheiras do Ponto, que faleceram no ano de 2023 e 2024, respectivamente, Francisca Rosa da Silva, a ‘Chiquinha’, Presidente do conselho gestor; e Maria Madalena da Gama Pantoja, Dona Madá, conselheira do Ponto de Memória da Terra Firme.
Projeto social
O coletivo Ponto de Memória da Terra Firme trabalha, há 15 anos, para transformar o bairro e estabelecer um novo olhar para o local. O que antes era conhecido como uma realidade marginalizada, está dando lugar a uma conotação mais social, cultural e inteligente. E essa mudança no estereótipo é feita com a ajuda da população, por meio do projeto social, que resgata a história e memória da comunidade com o auxílio da educação popular.
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