Estudantes interditam via na avenida Pedro Álvares Cabral
Alunos da Magalhães Barata fizeram manifestação para cobrar reformas e exigir ajustes no calendário escolar
Alunos da escola estadual Magalhães Barata, no bairro do Telégrafo, em Belém, fizeram um protesto, na manhã desta terça-feira (3). Usando pneus, eles fecharam o cruzamento das avenidas Pedro Álvares Cabral com Arthur Bernardes. A manifestação começou 8h30 e terminou às 11 horas. Eles querem um ajuste no calendário escolar. E disseram que já estavam prestes a entrar de férias, mas que a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) prolongou esse calendário. Os estudantes também aproveitaram o ato público para denunciar a precariedade do prédio da escola, situada na travessa José Pio.
Ainda segundo eles, que preferiram não se identificar, a Seduc quer que os alunos comecem a fazer as provas no dia 16 deste mês, indo até o próximo dia 26 ou, então, até 3 de janeiro. "Todos os alunos estão cansados fisicamente e mentalmente de tudo isso, principalmente os do terceiro, que se dedicaram o ano todo para o Enem", disse uma estudante. "Somos seres humanos, e não merecemos ficar indo para a escola até janeiro. Os funcionários da Seduc estarão curtindo seu mês de férias, enquanto os alunos vão ficar na escola até dia 3 sem motivo e cabimento algum", acrescentou.
Em um dos cartazes, que os alunos usaram no protesto, estava escrito o seguinte: "Cancela o novo calendário". Eles também querem melhorias no prédio, que está em situação precária. "Um dia caiu uma lajota no pé de uma professora grávida. No outro dia, caiu uma lajota na cabeça de um aluno em sala de aula. Um ventilador também caiu em um aluno, mas não o atingiu muito. Não tem água no banheiro. E as condições dos vaso são péssimas", disse um aluno, que pediu para não ser identificado. "Tem muito mato na (área interna) escola. Não adianta ter aulas boas se a estrutura da escola é péssima", afirmou.
Ainda segundo o aluno, nem todas as salas de aula têm ar condicionado. "Só o terceiro ano. O pessoal do primeiro e do segundo não tem (ar condicionado). A gente assiste aula no calor. Nem toda vez tem merenda também. A gente entra 7h30 e sai uma hora da tarde. E, quando tem (merenda), é banana. Às vezes, a banana veio podre", acrescentou ele. "Queremos chamar a atenção da Seduc para que possa ver o nosso lado e dar um jeito nisso. Essa situação não pode continuar assim. A gente quer uma melhoria", afirmou. Os alunos também disseram ser precária a situação da quadra de esportes do colégio. E reclamaram da insegurança na escola. "A pessoa entra aqui, rouba bicicleta e sai. Aqui não tem segurança", afirmou. Policiais militares acompanharam o protesto.
Terminada a manifestação, os alunos retornaram para a escola. Uma guarnição da PM também esteve na escola.
Em nota, a Secretaria de Estado de Educação (Seduc) esclareceu que, "quanto à estrutura da Escola Estadual Magalhães Barata, os técnicos já vistoriaram a unidade e em breve o problema será solucionado. Sobre o calendário letivo, a Seduc esclarece que apenas cumpre a exigência dos 200 dias letivos."
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