AVC é o segundo maior responsável por óbitos no Brasil; Região Norte tem 6,7 mil casos em 2021

Hábitos saudáveis e mudanças no estilo de vida podem reduzir em 90% a chances de ter um AVC

Emanuele Corrêa
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Na última terça-feira (15) o jornalista, escritor e cineasta Arnaldo Jabor faleceu devido a um Acidente Vascular Cerebral (AVC). A notícia levantou, novamente, o debate sobre a doença, que é a segunda maior responsável por mortes no Brasil. A primeira doença é o infarto, maior responsável pelos óbitos no país. De acordo com dados da Sociedade Brasileira de Angiologia e de Cirurgia Vascular (SBACV) e do Ministério da Saúde (MS), a cada hora, 11 brasileiros morrem em decorrência de um AVC. Na região Norte, 6,7 mil casos de mortes foram registrados em 2021.

O médico cirurgião vascular, Maciel Reis, afirma que os dados são alarmantes para a doença que vitimou, na última década, 1 milhão de pessoas no Brasil. Em 2020 - último ano em que há dados disponíveis - 100 mil pessoas morreram no país, aponta o especialista.

O especialista explica que o AVC pode ter dois tipo: isquêmico - uma placa ou acidente de placa leva ao entupimento de um vaso que leva a circulação cerebral -, que acontece em 85% dos casos ou hemorrágico - quando há o rompimento de um vaso que nutre o cérebro -, que atinge 15% da população e que em termos gerais o acidente vascular cerebral é de cunho neurológico e pode ser percebido nas alterações motoras das pessoas atingidas. "É uma manifestação de cunho neurológico e dependendo do tipo, pode ser isquêmico ou hemorrágico, este tem uma letalidade muito maior e deixa mais sequelas e podem ter formas diferentes. Mas de maneira geral, apresenta-se com alterações motoras, perda de forças em uma metade do corpo, alterações visuais de um dos olhos e alterações de equilíbrio, assim como tontura e uma cefaléia (dor de cabeça) intensa.

Como é possível identificar

Como as alterações são perceptíveis ao olhar, é possível realizar um teste chamado "SAMU", explica Maciel. Consiste em pedir para que a pessoa que está com queixas parecidas de um AVC para realizar atividades simples do cotidiano, como sorrir ou cantar uma música, enquanto caminha.

"Um teste simples e útil é o teste SAMU. S: Sorrir; para identificar alterações na face relacionado ao AVC; A: abraçar, para saber se no movimento dos braços se há uma falta de forças de um lado; MU: Mensagem ou musicalidade, fazer a emissão de uma mensagem ou trecho de música para saber as condições de memória", orienta o especialista, que reforça a necessidade de levar o indivíduo ao atendimento médico de emergência.

Como reduzir as chances de um AVC

O presidente da SBACV regional Pará, Maciel Reis diz que por ser um evento agudo, o AVC tem alterações motores, na fala e dor de cabeça intensa. Por isso, alterações nessas atividades são indicativos para procurar a emergência em casos agudos e posteriormente, médicos especialistas. No entanto, há formas de reduzir a chances de desenvolver um quadro de AVC ao longo da vida.

"1 em cada 4 pessoas terão AVC na vida, então, 90% dos acidentes podem ser evitados. 80 a 85% dos casos são do tipo isquêmico e dependendo do território do vaso, o paciente pode ter manifestações maiores ou menores e impacta nas possíveis sequelas. Um dado importante, é que em alguns casos os pacientes já fazem um quadro agudo, mas há situações que o corpo avisa da possibilidade deste AVC, o que chamamos de ataque isquêmico transitório. Com essas manifestações que são reversíveis em 6h/12h ou no máximo de 24h já dão o alerta para que esses pacientes investiguem com exames cardiológicos e neurológicos, há necessidade de um acompanhamento multidisciplinar", reforça.

Mudanças de hábitos e controle dos fatores de risco são importantes. Para quem tem hipertensão, diabetes, colesterol elevado, doenças cardiovasculares, precisam controlar essas taxas. Além dos exames de rotina, é preciso incluir uma alimentação saudável, prática de atividades físicas, evitar o consumo excessivo de álcool e eliminar o tabagismo. O estresse, depressão e outros fatores emocionais também podem elevar as chances de um AVC, por isso, o especialista destaca que quando há uma melhora na qualidade de vida, momentos de lazer é possível reduzir 90% o risco de um AVC.

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