Esclerose Lateral Amiotrófica: conheça doença que pode causar perda dos movimentos dos músculos
Nesta terça-feira, 21 de junho, é celebrado o Dia Nacional de Luta Contra a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA)
Hoje (21), é comemorado o Dia Nacional de Luta Contra a Esclerose Lateral Amiotrófica (ELA), doença neurodegenerativa que afeta o sistema nervoso e pode promover a perda dos movimentos voluntários dos músculos, como a forma de falar até o gesto de comer, andar e respirar. Segundo dados do Ministério da Saúde, surgem 2.500 novos casos por ano e estima-se que exista entre 2 a 7 casos para cada 100 mil pessoas.
A doença ocorre por causa da morte dos neurônios motores, conforme explica a neurologista Jéssica Rocha, de Belém. Com o tempo, os músculos atrofiam e surgem fraquezas intensas. A principal hipótese do que causa a enfermidade, é devido ao surgimento das alterações no metabolismo de substâncias tóxicas dentro das células nervosas, onde o acúmulo dessas substâncias leva à morte dos neurônios.
Até o momento, segundo a especialista, é uma enfermidade sem cura, mas já são realizados muitos estudos para buscar formas de prevenção ou medicamentos, já que a recomendação dos médicos é a utilização de um remédio chamado "Riluzol" que pode desacelerar os sintomas, distribuído gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS). Apesar de afetar os movimentos, a doença não afeta a sensibilidade como tato e a dor.
A neurologista destaca que o papel dos especialistas é de estar atento às complicações, como pneumonia, lesões na pele, perda de peso e depressão. “O manejo da doença não envolve apenas o neurologista, deve ser feito de forma multidisciplinar, com o auxílio de fisioterapeuta, fonoaudióloga, psicólogo e nutricionista”, disse.
Por ser um fator debilitante, o psicológico das pessoas acometidas pela doença também é afetado, por isso é recomendado a psicoterapia como medida profilática, para possibilitar a ajuda e não gerar sintomas ou manifestações psicossomáticas
Como descobrir que é portador da doença?
Os sintomas surgem de forma sutil, em que dificilmente pode ser percebido pelo paciente. “Inicia com perda dos movimentos mais delicados, como escrever e segurar objetos. Com o tempo, o paciente apresenta atrofia dos músculos, normalmente iniciando pelas mãos. Também existem outros indícios da doença, em que há perda de movimentos dos músculos da fala e mastigação. Nesse último caso, vai apresentar dificuldades para articular as palavras e para engolir alimentos”, explicou a neurologista Jessica Rocha.
O diagnóstico é feito a partir dos sintomas e com auxílio de exames neurológicos, para evidenciar a morte dos neurônios motores. Por meio do exame físico neurológico detalhado, é possível recolher e analisar. Além disso, pode ser realizado um exame complementar chamado "eletroneuromiografia", que identifica a perda da função dos neurônios.
Jéssica Rocha ressalta a importância da conscientização sobre o ELA, pois permite que muitos profissionais de saúde conheçam e pesquisem mais sobre a doença, colaborando para diminuir a demora dos diagnósticos. “A data também estimula a população a conhecer a doença e entender que o paciente precisa de auxílio familiar, tanto físico como emocional. Não devemos negligenciar a doença, apesar de rara, quando acontece acaba afetando a vida não só do paciente como de todos ao redor dele”, explicou.
Para reabilitação, por meio de cuidados paliativos, os tratamentos contra dor, prevenção de contraturas musculares e articulares, podem ser feitos nos Centros Especializados em Reabilitação do SUS.
(Vitória Reimão, estagiária sob a supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)
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