Embarcação histórica encontrada na Doca será exposta ao público após restauração
Após cinco meses de trabalho, achado arqueológico deve ser exibido em museu com dados históricos sobre o período
A embarcação metálica descoberta durante as obras do Parque Linear da Doca, em Belém, deve ser exposta ao público no Porto Futuro I após a conclusão do processo de restauração, previsto para durar cerca de 150 dias. Segundo o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN), a exposição será uma oportunidade para a sociedade conhecer detalhes sobre o comércio fluvial e a história do transporte na capital paraense no final do século XIX.
“Nós sabemos que Belém nasceu de frente para o rio e, com o passar do tempo, a cidade foi começando a ser aterrada. Agora, nós estamos descobrindo que temos uma cidade aqui embaixo. Essa é a nossa história e é importante que seja contada", afirmou Cristina Vasconcelos, superintendente estadual do IPHAN.
Cristina Vasconcelos, superintendente estadual do IPHAN (Thiago Gomes / O Liberal)
O instituto participa de todas as etapas, desde o achado até a futura exposição pública: “A gente acompanhou a retirada desse artefato e, agora, vamos participar dos estudos de restauro até a musealização, que é quando a sociedade vai entender o que foi retirado e qual história essa embarcação vem nos contar”.
Contexto histórico
Enquanto o processo de restauração acontece, a equipe de arqueologia e restauração continuará investigando a origem da embarcação e coletando dados históricos para enriquecer a exposição.
“A embarcação pode ter sido utilizada para comércio e serviços, principalmente aqui na área da frente da cidade, onde existia o antigo Igarapé das Almas. Pelo que a gente já tem entendido, ela pode estar relacionada a esse tráfego de mercadorias ou pessoas da principal área portuária, mais ou menos no final do século XIX e no início no século XX, no mercado municipal que não existe mais, atual Altino Pimenta”, detalhou Kelton Mendes, arqueólogo responsável pelo monitoramento da obra.
Kelton Mendes, arqueólogo responsável pelo monitoramento da obra (Thiago Gomes / O Liberal)
Kelton explica que o processo é lento por conta do levantamento histórico em arquivos municipais, nacionais e até internacionais. “Pode estar relacionada com esse contexto, mas a gente precisa buscar mais dados para poder confirmar”, pontuou.
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