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Em pleno mês de férias, muita gente continua praticando terapias em busca de qualidade de vida

Umas das atividades saudáveis é a hidroginástica, bastante procurada por pessoas idosas

Dilson Pimentel

Tradicionalmente um mês de férias, julho também é o período em que muitas pessoas continuam fazendo suas terapias normalmente, buscando melhorar sua qualidade de vida. Uma dessas atividades é a hidroginástica.

Aos 86 anos, Tolentino Marçal disse que fazer essa atividade melhorou sua qualidade de vida. Ele pratica hidroginástica há 25 anos. “Um dia, eu me senti para baixo e procurei uma médica. Ela disse que eu precisava fazer hidro. ‘Que fruta é essa?’, perguntei. Não sabia o que era. E ela explicou tudo direitinho”, contou.

Antes das atividades, ele fez uma bateria de exames e suas taxas de saúde deram altas. Seu Marçal, então, começou a fazer hidroginástica. E a pratica todo dia, de segunda a sexta. “O meu médico disse: ‘seu Marçal, meu pai tem 68 anos. Fica vendo televisão, não caminha. Você está andando com esses quase 87 anos porque você faz o exercício. Você transmite alegria’. Isso é importante também”, contou. “Cantar, sorrir, namorar. A vida é linda”, afirmou.

“Quem quiser ficar jovem com quase 87 anos, como eu estou, faça isso. Acredite em si e acredite em Deus. E caminhe”, afirmou. Glória Kauffmann tem 73 anos. Ela disse que, há algum tempo, fez hidroginástica, parou e retomou em março deste ano. “Eu fiz uma época, mas depois parei. Aí, devido a um acidente que aconteceu comigo, agora neste ano, minha filha viu a minha situação e me levou ao médico. Aí o médico fez os exames todos que eu estava esquecendo e disse: 'olha,ela precisa fazer uma atividade. Ela não tem Alzheimer, mas ela precisa fazer uma atividade'”, contou.

image Aos 86 anos, Tolentino Marçal diz que fazer hidroginástica melhorou sua qualidade de vida: “Cantar, sorrir, namorar. A vida é linda” (Foto: Ivan Duarte/O Liberal)

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"Saio renovada daqui", diz idosa de 73 anos

Fazer hidroginástica fez muito bem para dona Glória. “Parei de tomar muito remédio, que eu tomava para dormir. Passei a dormir melhor e, graças a Deus, hoje eu estou bem. Tomo conta de uma irmã de 85 anos. Faço meus check-up com o médico. Mas, graças a Deus, tá tudo normal”, contou. Quando não pode ir ela sente falta. Dona Glória disse que também é importante interagir com outras pessoas. “Isso ajuda muito a gente, disse, elogiando sua professora. Eu saio renovada daqui”, afirmou.

Ana Cláudia Domingues é educadora física e fisioterapeuta e dona da academia frequentada por seu Marçal e dona Glória, em Belém. “A hidroginástica tem como benefício principalmente o trabalho cardiovascular. Quando você está em imersão na água a nível axilar, a nível abaixo das axilas, você está com 90% de suas articulações protegidas. Então, ela é uma atividade eminentemente cardiovascular”, afirmou.

Outros benefícios são a força, mobilidade, de amplitude de movimento, "tanto que ela serve a nível de condicionamento e a nível terapêutico. Isso depende muito da situação onde o paciente se encontra, de reabilitação de um pós-cirúrgico, por exemplo”, afirmou.

Na academia há uma clientela grande de idosos. “Os idosos têm muito ganho de mobilidade articular, ganho de força. E, fora isso, existe uma questão muito da interação social, do convívio entre eles. Eles fazem amizades e esse círculo de amizades que começa aqui ele se estende. Então, a hidroginástica, ela tem, na verdade, vários benefícios”, contou.

Ana Cláudia afirmou que a hidroginástica funciona também como uma terapia: “Sim, com certeza. No momento onde você tem esse trabalho em imersão, existem técnicas também relacionadas à parte da fisioterapia, onde você tem um processo de relaxamento muito grande. E, por ser um ambiente aquático, ele promove um relaxamento muscular muito grande”.

image Oriã Costa: “A sensação que eu tenho é de que, toda vez que eu monto, parece que estou andando" (Foto: Thiago Gomes/O Liberal)

 

Outra terapia é o programa de Equoterapia da Polícia Militar do Pará, em que são usados cavalos. Diretora do Centro de Reabilitação da Polícia Militar do Pará, a major Mardonia Alves, que é fonoaudióloga, diz que o Programa de Equoterapia funciona há 30 anos e atende crianças a partir de 3 anos e adultos. Atualmente, atende 50 pessoas.

O perfil do praticante é de pessoas que necessitam de estimular habilidades físicas, emocionais e cognitivas. São sessões semanais de 30 minutos e o programa oferece 20 sessões. “O cavalo é o terapeuta principal nesse programa. É claro que a gente conta com as habilidades dos profissionais de saúde, fisioterapeutas, psicólogos, terapeutas ocupacionais, fonoaudiólogos. Toda a equipe multiprofissional que também atende neste trabalho”, disse.

“Mas é justamente o movimento do cavalo que faz esse estímulo físico de equilíbrio, de coordenação motora, de postura para aqueles que precisam do desenvolvimento dessas habilidades, como também ele estimula o desenvolvimento de habilidades psicológicas, emocionais, cognitivas. Então é através do cavalo que a gente consegue esses ganhos”, explicou.

O programa melhora a qualidade de vida das pessoas. “O próprio contato com o animal já traz benefícios. Às vezes, inicialmente, elas têm medo, mas logo nas primeiras sessões a gente já consegue transformar isso em paixão e amor”, afirmou a major Mardonia.

O funcionário público Oriã Costa, 53, participa do programa há cinco anos. “Só bênçãos. Só maravilhas”, disse. “Aqui eu aprendi tanta coisa que eu pensava que não seria capaz. Eu montei muito pouco quando andava. E, hoje, graças a Deus, monto toda quinta-feira na equoterapia”, contou. Ele foi vítima de ferimento com arma de fogo, após reagir a um assalto, que o deixou paraplégico.

Oriã disse que as sessões melhoraram muito a concentração, a paciência, o equilíbrio e o amor ao próximo. “Saio daqui saio renovado da minha alma e meu espírito”, disse. “A sensação que eu tenho é de que, toda vez que eu monto, parece que estou andando. Uma vibração tão boa que parece que a minha perna tá mexendo”, contou. Ao final da sessão, ele dá um presente para o cavalo, batizado de “Chocolate”: “Dou a cenourinha dele. Ele gosta muito de maçã dele também”.

image Acompanhada da mãe, Rosineide Pacheco, Milena participa das sessões terapêuticas (Foto: Thiago Gomes/O Liberal)

 

 A  enfermeira nefrologista Rosineide Gonçalves Pacheco, 48 anos, acompanhou a filha Milena, 19 anos, nas sessões terapêuticas. A jovem montou o cavalo batizado de “Caramelo”. Milena participa das sessões desde 2022. “É uma equipe muito qualificada. São profissionais que realmente nos acolhem. Ela teve um bom desenvolvimento com esse programa”, afirmou. Milena gosta de participar dos eventos da Equoterapia. “Eu gosto do cavalo”, disse Milena. “Eu melhorei bastante”, afirmou. “Quando ela não vem ela sente muita falta”, completou Rosineide.

 

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