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Dia Nacional de Combate ao Fumo: conheça o centro em Belém que realiza tratamento contra o cigarro

“É difícil parar. Mas não desista. Os benefícios valem a pena”, diz o servidor público Marcelo Farias; ele parou de fumar há 4 meses

Dilson Pimentel

Após 30 anos fumando, o servidor público Marcelo Farias, 50, largou o cigarro há quatro meses. “É difícil parar. Mas não desista. Os benefícios valem a pena”, afirmou ele, que é atendido no Centro de Referência em Abordagem e Tratamento do Fumante (CRATF), mantido pela Sespa, em Belém, há 20 anos.

O CRATF é um serviço que procura motivar e preparar os fumantes para pararem de fumar e acompanhá-los após o abandono do cigarro, contribuindo para a redução da morbimortalidade por doenças relacionadas ao tabaco. Nesta quinta-feira (29), é celebrado o Dia Nacional de Combate ao Fumo. E a campanha deste ano tem como tema "Tabagismo: os danos para a gestante e para o bebê". Segundo o Instituto Nacional do Câncer (Inca), fumar é o principal fator de risco para o câncer de pulmão, responsável por mais de 90% dos casos.

Coordenadora do CRATF, a médica pneumologista Fátima Amine disse que são muitos os malefícios causados pelo cigarro. “Para a saúde humana, todo tipo de doença: doenças respiratórias, doenças cardiológicas. Diferentes tipos de câncer. E, para a natureza, é a poluição”, afirmou.

image Após 30 anos fumando, o servidor público Marcelo Farias, 50, largou o cigarro há quatro meses: “É difícil parar. Mas não desista. Os benefícios valem a pena” (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

Por outro lado, ao parar de fumar, os benefícios são bem precoces. Em poucas horas a função respiratória melhora. A pressão arterial se normaliza. Então, lógico que o coração agradece. E, à medida que os dias vão passando, a pessoa vai sentindo melhor o paladar, já sente o gosto das comidas”, afirmou.

Ela também afirmou que o cigarro eletrônico também é nocivo. “É pior até. Tanto que agora a gente tem tido um grande apoio da mídia. Realmente tentando esclarecer aos jovens, que é o mais assediado. Porque, com o cigarro convencional, os problemas de saúde eram tardios, e agora a gente está vendo bem precoce. Rapidinho eles estão dependentes, já estão com problemas respiratórios, problemas emocionais mais sérios, depressão, ansiedade, que no outro tipo eram um tempo mais prolongado”, afirmou.

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image Coordenadora do CRATF, a médica pneumologista Fátima Amine disse que são muitos os malefícios causados pelo cigarro (Foto: Carmem Helena | O Liberal)

De 2003 até julho de 2004, mais de 6 mil pacientes foram atendidos aqui no CRATF. É importante continuar sempre o tratamento. “Porque às vezes ele recai, aí nós continuamos a fazer o acompanhamento”, contou. Aos que querer parar de fumar, ela diz: “Tem que realmente acreditar em si e procurar ajuda. Tem medicação, tem tratamento psicológico”, afirmou.

Ela também falou sobre o tema da campanha deste ano. “Na mulher em si, eles já causam inúmeros problemas, os diferentes tipos de câncer, esterilidade. E, quando ela fica gestante, não só com ela, a criança também. E, como há uma dificuldade de oxigenação, as crianças nascem de baixo peso, muitas vezes é criança prematura e quando chega a nascer e fica bem, sempre vai terminar evoluindo com problemas respiratórios. Além de que durante a gravidez pode ter sangramentos, ela tem emagrecimento acentuado”.

Servidor público largou o cigarro e priorizou o esporte

O servidor público Marcelo Farias contou que fumava ao chegar do trabalho e antes de dormir. “Apesar de fumar pouco, era condicionado a esses horários. Aí ficou um jeito difícil porque eu criei um hábito”, disse. Ele afirmou que parou de fumar com as orientações dadas pela terapeuta e tomando medicamentos. Sem o cigarro, ele contou que melhorou sua condição física.

“Eu, desde jovem, sempre pratiquei esportes. A médica brincou comigo, dizendo que não posso torcer para o Remo e para o Paysandu ao mesmo tempo. Ou eu me dedicava ao esporte ou ao cigarro. Prefiro o esporte”, afirmou. Ele é atendido no CRATF há 4 meses.

Fotógrafo de paisagem, Riva Castro tem 54 anos e fuma desde os 13. Mas ainda não conseguiu largar o cigarro. Ele sente os malefícios do cigarro. “É a questão pulmonar mesmo, a fadiga. Não consigo correr um quarteirão também. Além do excesso de peso, tem a questão do fôlego mesmo”, afirmou.

Na manhã desta quarta-feira (28), ele procurou informações no CRATF. E disse que nunca tentou parar de fumar. “Sou fumante dependente de nicotina. Acordo e a primeira coisa que eu faço é acender um cigarro”, disse. Riva está pensando em parar de fumar. “A gente vai ficando mais velho. Já estou com 54 anos. A tendência é só piorar o cansaço. Então eu gostaria de ter uma velhice mais tranquila”, disse.

Fumo e câncer

Segundo dados do Hospital Ophir Loyola (HOL), referência em Oncologia na região Norte, fumar está associado ao desenvolvimento de cerca de 20% das neoplasias, inclusive câncer de boca, laringe, esôfago, estômago, pâncreas, rim e bexiga e pulmão. Atualmente, o HOL tem aproximadamente 452 pacientes com câncer de pulmão, sendo 249 casos em homens e 203 casos em mulheres.

Mesmo quem não fuma é afetado. Os componentes tóxicos e cancerígenos presentes na fumaça ambiental do tabaco também fazem mal aos fumantes passivos. São cerca de 4 mil compostos, dos quais mais de 200 são tóxicos e cerca de 40 são cancerígenos, o que leva à morte de mais 1,2 milhão de pessoas não fumantes expostas ao fumo passivo no mundo todo, segundo dados da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

Serviço:

O CRATF funciona na avenida Presidente Vargas, 513, esquina com a rua Osvaldo Cruz. Mais informações pelo telefone: (91) 3242-5645.

O Centro atende usuários encaminhados pelas unidades de saúde e por demanda espontânea.

 

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