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Dia do Orgulho Autista: veja como identificar TEA em crianças com síndrome de Down

Cerca de 18 a 39% dos indivíduos com Síndrome de Down apresentam como condição associada o Transtorno do Espectro Autista

Gabriel Pires

O Dia do Orgulho Autista, nesta terça-feira (18), tem como objetivo difundir a conscientização sobre o Transtorno do Espectro Autista (TEA), além de combater estigmas e celebrar a diversidade neurodivergente. Cerca de 18 a 39% dos indivíduos com Síndrome de Down apresentam como condição associada o TEA, conforme apontam especialistas. De acordo com especialistas, o diagnóstico precoce dessas duas condições e o acompanhamento adequado multiprofissional é essencial para potencializar o desenvolvimento.

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A neuropsicóloga Karina Medrado, de Belém, explica que o TEA é um transtorno de neurodesenvolvimento de origem genética - geralmente identificado já na infância. Em alguns casos, com fatores epigenéticos. O quadro, como detalha a especialista, causa alterações no funcionamento do cérebro, que implica no aparecimento de características neuroatípicas, que são os critérios diagnósticos para o autismo - classificados como o déficit de comunicação social e os padrões restritos e estereotipados de comportamento.

“As características estão presentes desde a primeira infância. E os pais podem perceber por meio de atrasos no desenvolvimento infantil, ou seja, atrasos no alcance dos marcos biológicos do desenvolvimento, atrasos no desenvolvimento da linguagem, da fala, atrasos de desenvolvimento motor, crianças com alterações sensoriais significativas, crianças com dificuldades na interação social e com padrões comportamentais estabelecidos. Isto é, hiperfocos e de rigidez comportamental”, relata a especialista. 

Há casos em que os pacientes também têm Síndrome de Down. A especialista explica que essa condição é genética causada pela trissomia do par 21, do cromossomo 21. “E essa alteração genética também causa modificações no padrão de funcionamento comportamental e cognitivo. A síndrome já pode ser identificada e diagnosticada ainda no período gestacional, por meio de exames morfológicos, para entender se esse bebê está se desenvolvendo conforme o esperado”, explica. 

Duplo diagnóstico

Confirmar o duplo diagnóstico de Down e TEA e iniciar o acompanhamento de imediato - feito com especialistas adequados, como psiquiatras e neuropediatras - ajuda a potencializar as habilidades das crianças. “Essa criança precisa não só das terapias, mas também dos fatores ambientais, estimulando esse desenvolvimento. Isso inclui saídas de lazer, contato com a natureza, a prática de atividades físicas, a prática de atividades em grupo social”, relata a especialista.

“O diagnóstico precoce do autismo é importante porque proporciona que essas crianças tenham o acompanhamento adequado. Se a criança tem um atraso na linguagem, com o diagnóstico, já se consegue entrar numa intervenção com uma fonoaudiologia, com uma equipe multiprofissional, habilitando as funções cognitivas que ela tem dificuldade no funcionamento, trabalhando os aspectos comportamentais e sociais. E fazendo com que ela evolua e consiga atingir o máximo da vida funcional que ela precisa”, acrescenta.

Experiência

A advogada Ludineia Costa, advogada, 40, de Belém, é mãe de William Costa, de 5 anos, que tem síndrome de Down e TEA. Como ela relata, o perceber os primeiros sinais do autismo exigiu um olhar ainda mais preciso. Segundo ela, o diagnóstico contribuiu para que a família pudesse entender as especificidades do comportamento da criança.

Dia do Orgulho Autista

“O diagnóstico de TEA foi um pouco mais complicado. A gente [família] identificou um pouco tardio por conta da síndrome de Down. Quando ele [William] tinha uns dois anos e meio, o pediatra sinalizou e a gente começou a fazer a investigação”, afirma. Da mesma forma como qualquer outra criança, Lucineia conta que o filho brinca, se diverte e socializa com outras crianças de forma bastante acessível. 

No momento, William realiza terapia para que possua maior capacidade de desenvolvimento. E desde o primeiro diagnóstico, a criança já realizava acompanhamento com psicólogos e neuropedagogos. "Por conta da síndrome de Down, ele tem um retardo maior de aprendizagem, agravado pelo TEA. O que a gente quer, é que ele tenha o máximo de autonomia possível", frisa Ludineia.

“No caso do William, ele tinha algumas estereotipias já pequenininho com um ano, que são alguns movimentos repetitivos. Ele não tem problema de socialização, pois brinca com outras crianças. Ele é muito carinhoso, tem uma rotina normal e comum. O que a gente tenta direcionar melhor em casa são alguns brinquedos, algumas brincadeiras, para que a gente consiga estimular cada vez mais autonomia”, acrescenta ela, ao lembrar do desenvolvimento de William.

Por parte da sociedade, a advogada comenta que o olhar voltado às pessoas com TEA “não é tão cuidadoso para quem tem a problemática do TEA e da síndrome de Down dentro de casa”. Eu, enquanto advogada, o que eu tento é ter esse olhar mais humano, porque você tem empatia com o problema do outro, não tratar como coisa, é fundamental para que a gente consiga chegar num objetivo. Eu tenho tido sucesso em algumas situações justamente por conhecer o problema”, esclarece.

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