Dia do Jornaleiro: conheça a rotina de quem leva a informação até o leitor; vídeo

"Tem que ter humor, respeito e carinho", ensina jornaleiro com 52 anos de profissão

Dilson Pimentel e Patrícia Baía

Comemorado nesta sexta-feira (30), o Dia do Jornaleiro celebra os profissionais que são responsáveis por levar as informações até os leitores - até mesmo antes do amanhecer - diariamente. No auge dos 52 anos da profissãoRafael Favacho, que tem 65 anos de idade, dá uma dica crucial para ter êxito na profissão. “Tem que ter humor, tem que ter respeito, tem que ter carinho”, pontuou.

Com a venda dos jornais, formou dois filhos. Ele tem uma banca que fica na rua São Miguel com a avenida Alcindo Cacela, no bairro da Cremação. Rafa, como é mais conhecido, começou por influência do irmão, Francisco do Carmo Favacho. “Antigamente, chamavam a gente de baderneiro ou gazeteiro, porque tinha que pegar o jornal e ir para a rua”, lembrou.

Ele começou a vender jornal aos 13 anos de idade. Depois, quando passou a vender mais exemplares, começou a usar uma bicicleta cargueira, percorrendo áreas como o Ver-o-Peso e São Brás. Como a distância era longa, começou a entregar os exemplares em uma moto. Na sequência, conheceu o dono do ponto que, atualmente, é dele. “Como ele era veterano, e já estava aposentado, me repassou isso aqui. Estou aqui nesse ponto há 42 anos”, afirmou ele, que vende exemplares de O LIBERAL e Jornal Amazônia.

VEJA MAIS

image Dia do Jornaleiro: conheça histórias de quem acorda cedo para entregar notícias
Amor, dedicação e superação marcam trajetória de jornaleiros, parceiros valiosos do Grupo Liberal e que começam a trabalhar ainda na madrugada

"Tem que estar sempre com um sorriso aberto", diz jornaleiro

Morando no bairro de Val-de-Cães, Rafa acorda às 4 horas da madrugada e, uma hora depois, começa a trabalhar. “De domingo a domingo ou de segunda a segunda”, disse. Ele entrega jornais em alguns pontos da cidade e, depois, vai para o seu ponto fixo, no bairro da Cremação e onde permanece até às 12 horas.

image “Tem que ter humor, tem que ter respeito, tem que ter carinho”, disse o jornaleiro Rafael Favacho, que tem 65 anos de idade e 52 anos de profissão (Ivan Duarte/O Liberal)

Sobre sua estratégia para vender, Rafa disse: “Não pode trazer nada de negativo. Você tem que estar sempre com um sorriso aberto”, contou. Ele afirmou que aborrecimento todo mundo tem. “Mas não posso fazer venda de jornal com semblante fechado e sem dar pelo menos um sorriso”, ensinou.

Ele afirmou que, geralmente, as notícias que mais atraem os leitores são as de futebol, principalmente Remo e Paysandu. Com o trabalho de jornaleiro sustentou a família. “Eu tenho dois filhos formados, graças a Deus. Um inclusive mora em Portugal, na Europa. Ele é auxiliar de cozinheiro em um hotel. Tenho outro que está com mais de três anos que se formou em Comércio Exterior e trabalha na área dele. Tudo arrecadado aqui de jornal”, contou.

Jornaleiro de Castanhal sonha com a manchete de que não existe mais fome no Brasil

Às vésperas de completar 61 anos, o seu Miguel Arcanjo Nogueira diz que pretender continuar a vender jornais nas ruas de Castanhal o tempo que Deus permitir. Ele tem 40 anos de profissão e começou cedo, aos 11 anos de idade, na cidade de Paragominas. Quando completou a maior idade, parou para trabalhar em serralheria, mas em 1989 voltou para a venda dos periódicos. E há sete anos está em Castanhal exercendo a profissão de jornaleiro.

Seu Miguel é um dos poucos profissionais que ainda vendem jornais nas ruas do município, mais comum encontrar o produto nas farmácias. Mas ele é o mais conhecido. Ele caminha todos os dias na área da Ceasa e na avenida Barão do Rio Branco, próximo as lojas do comércio. “Eu começo bem cedo. A distribuição é feita por volta das 5h da manhã e às 7h já estou nas ruas. Quando eu sair daqui do Centro ainda vou descer para o outro bairro para terminar de vender para lá”, contou.

image Jornaleiro Miguel Arcanjo Nascimento (Patrícia Baía / Especial para O Liberal)

O jornaleiro tem a voz um pouco rouca e contou que ficou dessa forma de tanto gritar. “Antigamente se gritava e anunciava o jornal. Hoje não é tanto assim, mas a voz é um pouco rouca e costumo falar alto também. Quase gritando. Ficou o costume”, explicou.

Seu Miguel já leu e anunciou centenas de manchetes, mas uma ele nunca esqueceu. Foi uma acidente que ocorreu em 1974, na BR-010, em Ulianópolis, região sudeste do estado. “Foi com um ônibus da antiga empresa Braga, que hoje é a Transbrasiliana. Morreram mais de 70 pessoas que saíram de Paragominas e quando chegou em Ulianópolis se chocou com um caminhão de madeira. E foi um jornal que me marcou porque tinha foto dos corpos partidos em sacos plásticos”, relembrou.

Manchete dos sonhos

Os pedidos para que as coisas melhorem e que os jornais tragam apenas notícias boas é o que o jornaleiro deseja. “Que o jornal traga na capa que as condições financeiras do povo mudaram. Que a inflação está baixa, e que a gente vai poder ter condições de comprar um alimento e ainda que todos os brasileiros vão poder fazer de três a quatro refeições por dia”, contou seu Miguel Arcanjo.

Entre no nosso grupo de notícias no WhatsApp e Telegram 📱
Belém
.
Ícone cancelar

Desculpe pela interrupção. Detectamos que você possui um bloqueador de anúncios ativo!

Oferecemos notícia e informação de graça, mas produzir conteúdo de qualidade não é.

Os anúncios são uma forma de garantir a receita do portal e o pagamento dos profissionais envolvidos.

Por favor, desative ou remova o bloqueador de anúncios do seu navegador para continuar sua navegação sem interrupções. Obrigado!

ÚLTIMAS EM BELÉM

MAIS LIDAS EM BELÉM