Marcha pelo Dia da Consciência Negra reúne ativistas em Belém

50 lideranças e coletivos saíram da concentração no Mercado de São Brás, em Belém, em direção à Praça Santuário do Centro de Nazaré

Emanuele Correa
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Neste sábado (20), Dia da Consciência Negra, aproximadamente 50 lideranças e coletivos saíram da concentração no Mercado de São Brás, em Belém, em direção à Praça Santuário do Centro Social de Nazaré, no bairro de Nazaré. O ato político-cultural faz parte do calendário do Novembro Preto e é uma articulação nacional entre os Estados. A data faz alusão ao assassinato do líder do Quilombo de Palmares Zumbi, que junto com Dandara se tornaram figuras importantes no processo de libertação e resistência do povo preto. O objetivo da marcha é de chamar atenção à luta antirracista, pelo fim do genocídio negro, entre outras pautas levantadas no decorrer do cortejo. A estimativa é de quase 500 pessoas no ato.

Wellingta Macêdo é jornalista e faz parte do Quilombo Raça e Classe Pará. Ela conta que o ato foi articulado nacionalmente e que os integrantes e líderes de movimentos sociais e partidos políticos desejam relembrar à sociedade e aos governantes nas esferas municipal, estadual e federal que a população preta periférica são os mais antigos pela pandemia e historicamente.

"Dia de marchar contra contra o genocídio da população preta de periferia, contra o aumento do combustível, aumento dos preços dos alimentos e chamar atenção ao povo que está passando fome. A maioria é a mulher preta e pobre com crianças pretas e pobres. Pessoas catando ossos nos caminhões de lixo. Temos um governo negacionista, que atrasou a campanha de vacinação. Perdemos mais de 600 mil pessoas para a Covid-19. A primeira foi uma mulher preta, empregada doméstica", disse Well.

A marcha saiu da frente do mercado de São Brás, pela avenida José Bonifácio, depois seguiu pela avenida governador José Malcher. No cortejo pequenas paradas foram realizadas para as intervenções e o microfone esteve aberto durante todo o percurso para quem quisesse se inscrever para falar aos presentes e comunidade do entorno, que observava e participava das portas e janelas das residências.

Carol Lucena, 18 anos, é estudante de direito e conta que é muito importante a participação popular e a unificação das entidades que integram o ato coletivo, em prol de uma dívida que a sociedade tem com a população negra e que precisa ser assumida como um compromisso antirracista. "Eu acho que é muito importante essa data. Ainda tem muita coisa para evoluir. Ainda é uma sociedade que nos oprime. Que não quer ver o povo preto entrando na faculdade, ascendendo socialmente. Precisamos de uma sociedade antirracista", declara.

A estudante convida a sociedade a se engajar na luta e deseja que o respeito seja exercido não só no novembro preto, mas ao longo do ano e de todos os anos seguintes. "É uma problemática para ser combatida não só pelo povo preto, mas por todos e todas da sociedade. E eu enquanto mulher negra seguirei ocupado as ruas para que nossas questões sejam expostas. Mesmo que a sociedade tente nos calar" concluiu.

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