Confira dicas de segurança no trânsito para motociclistas

De acordo com o Detran, somente em 2021 foram registrados 17.001 acidentes envolvendo motociclistas no Pará, com 12.291 feridos e 845 mortos

Gabriel Pires
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Em grandes centros urbanos, como Belém, trafegar de motocicleta garante algumas comodidades para quem quer reduzir o tempo de deslocamento e ter mais mobilidade no trânsito. No entanto, atenção redobrada e respeito à legislação são condições imprescindíveis para garantir a segurança de pedestres e condutores. Em todo o Pará, somente em 2021, foram registrados 17.001 acidentes envolvendo condutores de moto, sendo 12.291 feridos e 845 mortos, conforme aponta um balanço do Departamento de Trânsito do Estado (Detran).

Os números chamam atenção e alertam para a conscientização no trânsito. De acordo com o especialista de trânsito Rafael Cristo, de Belém, geralmente acidentes envolvendo motociclistas ocorrem pela ausência de fiscalização constante. Ele detalha que imprudências entre os condutores também contribuem para um trânsito cada vez mais inseguro e que o hábito de desrespeito às sinalizações são constantes na cidade. Isso é observado nas ultrapassagens em meio aos veículos, excesso de velocidade, além da não utilização do capacete por motociclistas e passageiros.

“A legislação não permite que veículos de duas rodas circulem entre outros veículos, ou seja, pelos corredores, cultura que é bastante aplicada na circulação em nosso país. Já no que diz respeito à fiscalização na capital paraense, por exemplo, o número reduzidíssimo de agentes de segurança viária é um fator contribuinte para infrações”, alertou Rafael.

Consciência e boas atitudes para um trânsito mais seguro

Mais do que um ato de consciência, a segurança no trânsito é um dever previsto na Constituição Federal (Art. 144) e, sendo assim, uma responsabilidade de todos. Como forma de manter a integridade de condutores e pedestres no dia a dia, o especialista cita Rafael Cristo alguns cuidados essenciais:

“A proteção, embora subjetiva, se consolida por meio do respeito às regras e utilização dos equipamentos de segurança pessoal, especialmente o capacete, tanto para o piloto como para o passageiro. A observância às regras de circulação e condutas previstas na legislação de trânsito são essenciais. Dessa maneira, estamos contribuindo de forma mais objetiva para um trânsito seguro”, frisou Rafael, que também vê nas ações educativas uma forma de sensibilizar os condutores e reduzir os números de acidentes.

Pará tem mais de 40 mil motociclistas

No Pará, estão habilitados 40.775 condutores somente com categoria A, conforme apontam dados do Detran do Pará. Quem está dentro desse panorama é a comerciante Ivanete Costa, de 54 anos, que há mais de 30 anos vive a paixão de andar sobre duas rodas. Ela possui um grupo de motociclistas e utiliza o meio de transporte como forma de lazer, mas também para viajar e chegar até os compromissos do dia a dia, em Belém. A motociclista diz que equipamentos de segurança e cumprimento às leis de trânsito são essenciais para evitar acidentes.

image  A comerciante Ivanete Costa há mais de 30 anos vive a paixão de andar sobre duas rodas (Cristino Martins / O Liberal)

 

“A gente tem que estar sempre com equipamento de segurança, capacete, bota, calça, nunca desprotegido. Tem que ter a atenção redobrada em cima da moto, pilotar consciente: não beber, sair e pilotar como a gente vê muito no trânsito. Isso acaba refletindo na gente que segue todo um padrão, todas as regras das leis de trânsito”, contou Ivanete sobre as medidas de prevenção.

Ivanete diz que ser condutora de moto implica em maiores riscos. Em 2016, quando seguia em viagem para São Luís, no estado do Maranhão, ela sofreu um acidente ao passar por um buraco na estrada. Na ocasião, Ivanete estava usando equipamentos de segurança — medida que costuma tomar rotineiramente — e, por isso, o acidente não foi grave.

“Na estrada, saindo de Castanhal, havia um grande buraco e como era noite eu não vi e acabei caindo. Por estar muito bem equipada com os acessórios de segurança, sofri pequenos arranhões no joelhos e só. Mas a minha jaqueta, minha bota e capacete ficaram bastante danificados. Se eu não estivesse usando os equipamentos meu acidente teria sido bem pior”, disse.

(Gabriel Pires, estagiário, sob supervisão do coordenador do Núcleo de Atualidades, João Thiago Dias)

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