Comida de rua em Belém: saiba onde encontrar

Desde o café próximo ao Bosque Rodrigues Alves até o famoso completo do meio da tarde; saiba onde estão as comidas de rua em Belém

Cinthia Gatti
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Belém completa 406 anos nesta quarta-feira (12) e não tem nada que seja mais a cara do povo belenense do que a “comida de rua”. Em qualquer esquina, é fácil encontrar um ambulante vendendo suas delícias. Seja café da manhã, almoço, lanche ou jantar, para todas as horas, há opções de comida de rua na capital paraense. Logo cedo, por exemplo, as tradicionais tapiocarias da avenida Rômulo Maioria, no bairro do Marco, estão com a produção à todo vapor.

A microempreendedora Willayne da Silva é uma delas. Ela apostou em vender café da manhã há sete anos em frente à sua casa e a oportunidade acabou empregando toda a família. “Eu vendo diariamente mais de 70 tapiocas, mas também tem café da manhã com pão, ovo, entre outras iguarias. O negócio deu tão certo que hoje a família inteira tem que ajudar, porque o movimento é muito grande”, conta.

Wilainny Da Silva Lopes - foto Márcio Nagano

 

Comida de rua: Barracas de comidas típicas

Comer de costas para a rua, um hábito que antes era comum nos bairros da periferia, se espalhou por toda cidade, inclusive nas áreas nobres e centrais de Belém. No centro da cidade, por exemplo, o que não faltam são opções para o almoço. As barracas de comidas típicas, onde se vende vatapá, maniçoba, tacacá, entre outras, estão em várias ruas, como Manoel Barata, Padre Eutíquio, Campos Sales e Frei Gil, por exemplo. Há 20 anos, a mãe de Nykolas Araújo resolveu montar sua barraca de comidas típicas no Comércio. “Hoje, eu ajudo minha mãe, ele começou isso há muito tempo. Aqui você come bem, come a nossa comida, de Belém, bem paraense e com um bom preço”, diz Nykolas.

image Nykolas Araújo (Márcio Nagano/O Liberal)

E se der fome ao longo da tarde e ainda estiver pelo comércio, é só passar na barraca da dona Maria do Socorro. Além de lanches, tem uma vitamina de frutas que ela garante ser saudável e muito saborosa. “Faço isso há 25 anos aqui no comércio. Você escolhe a fruta e eu faço a vitamina. Sustenta bem, é geladinha e muito gostosa, todo mundo ama”, afirma.

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Comida de rua: Guaraná da Praça Brasil

Em Belém, existem ainda os nomes tradicionais de comida de rua, entre eles, o guaraná da Praça Brasil. É quase impossível ter um belenense que nunca ouviu falar da bebida que dizem ser a mais energética da cidade. No liquidificador, vai tudo: amendoim, catuaba, leite, xarope de guaraná, gelo e outros vários ingredientes. “A gente bate tudo no liquidificador e ainda tem a cobertura que você escolhe. Além de gelado, é energético, muita gente toma pra substituir o almoço ou antes de ir malhar”, detalha Michele Raiol, que há 14 anos trabalha vendendo a bebida. A praça é rodeada de barracas que vendem o mesmo produto, mas Michele garante que, mesmo com a concorrência, chega a comercializar mais de 100 vitaminas por dia.

image Guaraná na Praça Brasil (Márcio Nagano/O Liberal)

O famoso 'podrão' - cachorro quente e hamburguer de rua

E por falar em tradição, quando o assunto é em comida de rua o Rosário Lanches é um dos primeiros nomes que vem à cabeça dos belenenses. Há 48 anos, seu Rosário começou o empreendimento, que hoje emprega 14 funcionários e vende cerca de 400 lanches diariamente. Por conta da saúde do pai, hoje quem está à frente dos negócios é a filha, Edimara Barros. "Meu pai hoje não pode estar aqui, mas de casa ele prepara a carne, os temperos e prepara tudo. São 48 anos dedicando a vida dele aqui pra essa barraca de lanches. Agora eu vou continuar com o sonho dele", conta.

image Cachorro quente do Rosário é um dos mais famosos da cidade (Cinthia Gatti/O Liberal)

Grande parte desses comerciantes encontrou na informalidade o seu ganha pão, como Rômulo Cleiton Santos. Desempregado há 7 anos, sem oportunidades no mercado de trabalho formal, arrumou a bicicleta, adaptou uma estufa e passou a vender o famoso “completo”, um combinado de suco e salgado. “Eu não tinha o que fazer, fiquei muito tempo procurando trabalho e não encontrei, aí tive a ideia de vender o meu completo. Estou nessa vida há 7 anos. Se eu queria mudar? Claro! Queria mudar de emprego, mas enquanto não achar nada, vou continuar aqui mesmo”, declara o ambulante.

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image O famoso completo (Márcio Nagano / O Liberal)

INFORMALIDADE

Mesmo na informalidade, o setor de comércio de alimentos de rua emprega milhares de pessoas em Belém. A maioria, como Rômulo, são vítimas do desemprego. O assessor jurídico do Sindicato dos Hotéis, Bares, Restaurantes e Similares do Pará, Fernando Soares, explicou que, a cada ano, por conta do desemprego, o número de pessoas que trabalha na informalidade vem crescendo. Segundo ele, a maioria desses comércios não é sindicalizado, por isso, não há como estimar quantos estabelecimentos do tipos existem na capital.

“Antes, tínhamos apenas o carrinho do cachorro quente e de comidas típicas, hoje, por conta do desemprego, surgiram todos os tipos de comércio de comida de rua. Apesar de ser tradicional na cidade e empregar muitas pessoas, é necessário intensificar a fiscalização sanitária, para que se cumpra um manual de boas práticas alimentares e controlar esse tipo de comércio”, ressalta Soares.

Lanches de rua: onde encontrar cada um deles em Belém

Café da manhã

  • Tapiocarias da Rômulo Maiorana: ao longo da avenida

  • Completo:  Várias esquinas, paradas de ônibus, centro de Belém

Almoço

- Barracas de comidas típicas centro comercial de Belém

Lanches de rua em Belém

  • Guaraná da Praça Brasil
  • Oficina do Lanche (Praça Amazonas)
  • Rosário Lanches (Avenida Presidente Vargas)
  • “Cinquentinha” (Travessa Vileta)
  • Pastel da Kelliy (Avenida Duque de Caxias com Enéas Pinheiro)
  • Tacacá do Renato (Avenida Duque de Caxias)
  • Tacacá da Flávia (Avenida Pedro Miranda)
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