Com fechamento de aterro, lixo de Belém não tem destino definido

Sessão na CMB discutiu soluções para a coleta de resíduos da Região Metropolitana, que deverá ser prejudicada após o dia 31 de maio

Redação Integrada
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Membros dos poderes Legislativo e Judiciário, além de representantes da cidade de Marituba, debateram nesta quinta-feira (21), em sessão na Câmara Municipal de Belém (CMB), possíveis soluções para a coleta de resíduos da Região Metropolitana, que deverá ser prejudicada após o encerramento das atividades no aterro sanitário de Marituba, previsto para o dia 31 de maio. O comunicado foi enviado pela empresa Guamá Tratamento de Resíduos, em novembro passado, aos gestores das prefeituras de Belém, Ananindeua e Marituba, e também ao Ministério Público Estadual, à Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Sustentabilidade (Semas) e autoridades envolvidas no processo.

Em nota à reportagem, a empresa esclareceu que o encerramento das atividades se dará por conta do esgotamento da vida útil do aterro sanitário, mas reitera que cumprirá todas as obrigações legais e ambientais do pós-fechamento do empreendimento. Nenhum representante esteve presente na reunião.

Conforme explicado pela promotora de Justiça Ambiental de Marituba, o órgão aguarda as propostas das prefeituras metropolitanas sobre o novo destino dos rejeitos, mas nada foi apresentado até o momento. "Estamos preocupados porque não temos onde depositar o lixo produzido. As soluções para este problema demandam tempo, não podem ser pensadas da noite para o dia. Uma das propostas é a coleta seletiva, que as prefeituras têm obrigação, mas não cumprem. Agora, o aterro será fechado e o que vai acontecer é que as ruas vão ficar cheias de lixo, isso é crime ambiental. Precisamos de uma alternativa o mais rápido possível", disse.

image Segundo a promotora de Justiça Ambiental de Marituba, Ana Maria Magalhães, o órgão aguarda as propostas das prefeituras metropolitanas sobre o novo destino dos rejeitos, mas nada foi apresentado até o momento. (Ivan Duarte / O Liberal)

 

Desde 2015, quando o empreendimento foi instalado no município, os moradores do entorno denunciam problemas como o mal cheiro e doenças ocasionadas pela inalação de substâncias químicas. De acordo com o integrante do movimento "Fora Lixão", Júnior Cruz, a população considera a situação emergencial. "Estamos protestando contra o projeto desde 2017, mas nenhuma providência foi tomada. São danos que podem ser irreversíveis e queremos soluções completas. Portanto, a partir do dia de fechamento do aterro, não aceitaremos mais os resíduos de toda a Região Metropolitana em nosso município e fecharemos a entrada", adiantou o morador.

image "Estamos protestando contra o projeto desde 2017, mas nenhuma providência foi tomada. São danos que podem ser irreversíveis e queremos soluções completas", reforçou Júnior Cruz, do Movimento "Fora Lixão" (Ivan Duarte / O Liberal)

 

Para o vereador Fernando Carneiro (PSOL), responsável por convocar a audiência, é importante que o Legislativo se posicione, mas também é essencial a participação das prefeituras de Belém e Ananindeua e, ainda, do Estado, cujos representantes foram convidados e não compareceram. "A resposta vem do poder público. E, até agora, a única proposta que recebemos é continuar depositando no aterro apenas os resíduos de Marituba, que correspondem a menos de 5% do total", explicou.

image Para o vereador Fernando Carneiro (PSOL) é importante que o Legislativo se posicione, mas também é essencial a participação das prefeituras de Belém e Ananindeua e, ainda, do Estado (Ivan Duarte / O Liberal)

 

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