CIIR inicia temporada 2024 da canoagem adaptada em Belém
Canoagem adaptada envolve Pessoas com Deficiência nas quatro linhas de reabilitação: visual, auditiva, física e intelectual
A equipe de remadores que passam por reabilitação no Centro Integrado de Inclusão e Reabilitação (CIIR), em Belém, iniciou nesta quinta-feira (22), a temporada 2024 da canoagem adaptada que envolve Pessoas com Deficiência nas quatro linhas de tratamento: visual, auditiva, física e intelectual.
Denominada de “Meninos do Rio”, a prática de atividade esportiva adaptada é uma proposta do setor de Mecanoterapia, pertencente ao Centro Especializado em Reabilitação (CER IV), que estimula o trabalho cardiorrespiratório, a amplitude de movimentos, o fortalecimento muscular dos membros superiores e inferiores, além do controle de tronco. Ainda, fortalece a socialização do grupo com a prática.
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Preparação
A prática oficial da canoagem adaptada é realizada na baía do Guajará, às margens da orla do CIIR, mas, antes de entrarem no rio, os usuários têm um cronograma repleto de preparação física em piscina aquecida, semanalmente, na área aquática da instituição, como uma espécie de treinamento.
“Para melhorar o condicionamento físico deles realizamos um trabalho de fortalecimento na água. Dentro da piscina, eles praticam natação, andam, simulam o movimento de correr e fazem mergulho para controlar a respiração. Além disso, ensinamos as técnicas de canoagem que irão utilizar na Baía”, detalha João Rodrigues, profissional de educação física e condutor da atividade. Ainda segundo ele, o grupo pratica canoagem na Baía somente sob a supervisão do Grupamento Marítimo Fluvial, do Corpo de Bombeiros Militar do Pará.
Durante os treinos, João Rodrigues também pontua técnicas aos reabilitandos, abordando as condições de clima e maré para que o grupo conheça os aspectos da natureza.
“Informo-os para onde enche a maré, o local que seca e a posição do vento. Por sinal, hoje estava agendado para irmos por alguns minutos à baía para que os novos integrantes conhecessem e sentissem como é gostosa essa sensação do esporte em meio à natureza. Mas, por segurança, já que estamos em um período de maré lançante e amanhã é lua cheia, sendo o dia de pico dela e com uma janela de vento, o que deixa a maré bastante agitada., decidimos manter apenas o treino na piscina. Toda essa análise os praticantes também devem saber fazer. Não é denominar apenas as técnicas de canoagem e ‘cair na água’. Tem que conhecer a natureza”.
Cerca de 20 reabilitandos praticam a canoagem a cada 15 dias. “É necessário que a Baía esteja cheia, porém, não agitada, para que a água se aproxime da orla do CIIR. A maré é analisada diariamente e, a partir das nossas percepções, a gente agenda as remadas. Por isso, a atividade é realizada duas vezes por mês”, acrescentou o terapeuta.
Diagnosticado com paralisia cerebral, Felipe Soares, 29 anos, pratica semanalmente o esporte adaptado. Segundo a mãe, Margareth Soares, de 54 anos, as terapias esportivas trazem diversos benefícios à evolução clínica do rapaz, como a melhoria da coordenação e do equilíbrio corporal.
“Atualmente, o Felipe já segura os objetos. Na piscina, por exemplo, durante as atividades ele não precisa mais do auxílio do terapeuta para ficar imerso na água. Em quatro anos de reabilitação o meu filho já consegue realizar movimentos que não tinha antes. É uma evolução significativa, porque antes ele era totalmente dependente. Claro, dentro das suas limitações, o Felipe desenvolve algumas tarefas de forma independente. Junto a outras atividades, a canoagem está sendo fundamental”, enfatiza.
Prêmio
Em 2023, na condição de única instituição ofertante de serviço de saúde pública a participar da Conferência Internacional Planetree realizada em Boston, nos Estados Unidos, o CIIR conquistou o primeiro lugar na categoria “Pôster” com o projeto “Meninos do Rio”.
O evento, que reuniu profissionais de diversos países, premiou projetos e ações de saúde, além de incentivar o compartilhamento de boas práticas e inovações na área da saúde pública e particular.
Estrutura
O CIIR é referência no Pará na assistência de média e alta complexidade às Pessoas com Deficiência (PcDs) visual, física, auditiva e intelectual. Os usuários podem ter acesso aos serviços do Centro por meio de encaminhamento das unidades de saúde, e são acolhidos pela Central de Regulação de cada município, que, por sua vez, os encaminha à Regulação Estadual. O pedido será analisado conforme o perfil do usuário pelo Sistema de Regulação Estadual (SER).
Serviço:
O CIIR é um órgão do Governo do Pará administrado pelo Instituto Nacional de Desenvolvimento Social e Humano (INDSH), em parceria com a Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa), e funciona na rodovia Arthur Bernardes, n° 1.000, em Belém. Mais informações: (91) 4042-2157 / 58 /59.
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