Chuvas da madrugada foram fenômenos pontuais; temperatura deve aumentar na semana que vem, diz Inmet

As chuvas que caíram na Grande Belém durante a madrugada de quinta (18) e sexta-feira (19) pegaram muita gente de surpresa, deixando as manhãs nubladas e com temperaturas mais baixas nesses dois últimos dias. Segundo o Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), a mudança no clima foi um fenômeno pontual, que não deve permanecer na semana que vem, quando há tendência de clima mais quente.

O meteorologista José Raimundo Souza, do 2º Distrito de Meteorologia do Inmet, informa que a chuva registrada entre o fim da noite de quinta e a madrugada desta sexta-feira somaram cerca de 16.8 milímetros na estação automática do Inmet na área do Entroncamento. Somado à chuva que caiu ao longo do dia de ontem, nesse intervalo de quase 24 horas a Grande Belém registrou um volume pluviométrico de 47mm, fenômeno provocado por uma frente fria pontual:

"As chuvas da madrugada de ontem e de hoje foram ocasionadas pela frente fria que estava se deslocando pelo litoral leste do Brasil e é raro chegar até a posição que chegou - norte da Bahia e Pernambuco. Com isso, formou uma linha de nuvens que avançou afetando o Pará, originando essa nebulosidade, devido ao levantamento de ar quente", explica o meteorologista.

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Com a maior formação de nuvens nesses dois dias, Raimundo diz que as temperaturas na região caíram cerca de dois graus. Até quarta-feira (17), a máxima em Belém era de 33.4 ºC. Na quinta, já marcou 31.9 ºC. Contudo, o tempo mais ameno deve passar.

"Foi uma chuva fora do tempo e essa frente fria se deslocou e já está se direcionando para o Atlântico, então devemos ter dias melhores à frente. A nebulosidade tem tendência a se desmembrar amanhã (sexta-feira), por isso o clima deve melhorar no fim de semana e na semana que vem as temperaturas já devem aumentar de novo ao ponto que estavam antes", avalia o especialista.

Para o fim de semana, José Raimundo aponta a possibilidade de dias de sol, com pancadas de chuva à tarde, de curta duração e pouco volume, e também ao anoitecer.

Apesar da tendência de calor, o especialista comenta que maio tem sido diferente das expectativas, já que ao 19º dia já contabiliza 96% de todo o volume de chuva esperado no total, ou seja, já choveu 312.2 mm, quando a média aguardada para o mês inteiro é de 323.6 mm. Diante deste fato, o meteorologista avalia que as próximas chuvas tendam a ser mais curtas e menos intensas, ainda que muito provavelmente ultrapassem a média esperada.

A universitária Cristina Almeida, 35 anos, sempre usa guarda-chuva ao sair de casa. “O tempo todo. Direto. Seja sol ou chuva, tem que estar com guarda-chuva ou sombrinha em mãos”, afirmou (Ivan Duarte/O Liberal)

Estratégia de universitária é andar sempre de guarda-chuva

Na hora da chuva desta sexta-feira, a universitária Cristina Almeida, 35 anos, saía de casa, em Canudos, para ir à faculdade, no bairro de Nazaré. “O maior transtorno que a gente tem em Belém, quando chove, são as ruas alagadas. O lixo contribui para o alagamento. A água acaba trazendo a sujeira que tem pelos esgotos”, contou ela, que faz pós-graduação em Serviço Social.

Como na capital há uma mudança rápida de clima, Cristina disse que a estratégia é usar sempre um guarda-chuva. “O tempo todo. Direto. Seja sol ou chuva, tem que estar com guarda-chuva ou sombrinha em mãos”, afirmou. “Agora, passou a chuva e está sol. Mas o tempo ainda está com cara de que vai chover”, analisou.