Casas que vendem açaí na Pratinha passam por vistoria
Além de verificar se os vendedores de açaí seguem as normas de higiene, os técnicos da Devisa Belém fazem ação educativa
A equipe técnica da Vigilância Sanitária da Secretaria Municipal de Saúde de Belém (Sesma) realiza, desde a última quarta-feira (16), visitas a estabelecimentos que vendem açaí no bairro da Pratinha, na capital paraense. Até a noite desta quinta-feira (17) oito casas de açaí foram visitadas e até esta sexta-feira (18) 13 estabelecimentos deverão receber a ação, após pacientes diagnosticados com a doença de Chagas relatarem ter consumido açaí antes de apresentarem os sinais e sintomas característicos da doença.
A coordenadora da Casa do Açaí, Estela Avelar, que coordena as visitas técnicas nos pontos de venda do produto no bairro da Pratinha, explica que a Sesma vem atuando na fiscalização destes estabelecimentos que vendem açaí em toda a capital paraense.
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"Hoje, em Belém, existem de 5 a 7 mil estabelecimentos que comercializam o açaí e apenas pouco mais de mil são cadastrados pela vigilância. Então, esse trabalho de fiscalização e educação acaba sendo bem desafiador e ao mesmo tempo muito importante", ressalta a coordenadora.
Fiscalização e educação
O trabalho de fiscalização e de educação em relação às boas práticas de higiene e manuseio do açaí, realizado pela equipe da vigilância sanitária, é baseado no Decreto Estadual N°326 de 2012. A partir do deste documento, a equipe repassou aos batedores de açaí do bairro da Pratinha as orientações em relação aos cuidados e ao manuseio com o produto.
"A gente enfatiza os procedimentos que devem ser adotados, especialmente em relação à higienização dos produtos", explica Estela Avelar. "A catação, peneiramento, lavagem e branqueamento. Esses procedimentos são importantes para evitar doenças transmitidas pela falta de higienização dos alimentos", acrescenta.
Ações educativas
Além das fiscalizações nos pontos de venda de açaí, os donos dos estabelecimentos participam de ações educativas.
Daniel Maia, dono de um estabelecimento no bairro, destacou a importância da iniciativa. "Essas orientações são importantes para que a gente possa se adequar para fornecer um açaí de qualidade para os nossos clientes. Ninguém quer ficar sem emprego e sem trabalho, que é de onde a gente tira o pão de todos os dias e, ao mesmo tempo, queremos a saúde dos nossos clientes. Então, essas ações são bem-vindas", diz Daniel.
Ana Fayed trabalha há 8 anos com venda de açaí no bairro da Pratinha. Ela conta que já havia recebido as orientações repassadas pela vigilância sanitária para a higienização do açaí e que as coloca em prática no dia a dia do trabalho. "É um alimento que todo mundo gosta, então a gente procura colocar em prática essas orientações todos os dias", reforça.
Notificação
A Sesma informa que, até o momento, foram confirmados pelo Instituto Evandro Chagas (IEC) nove casos de doença de Chagas no bairro da Pratinha. Mais onze casos foram notificados pelo órgão municipal de Saúde e aguardam confirmação.
A Sesma também segue com equipes na área, fazendo o trabalho de vigilância e educação em saúde e distribuição de informativos para a população sobre a doença.
Sintomas da doença de Chagas
Quem apresentar sintomas da doença de Chagas, como febre, aparecimento de gânglios, crescimento do baço e do fígado, alterações elétricas do coração e/ou inflamação das meninges nos casos graves, pode telefonar para o Plantão da Divisão de Vigilância Epidemiológica, no telefone (91) 98417-3985 ou (91) 3184-6128.
Denúncias sobre a venda de açaí sem a higienização necessária podem ser feitas pelo e-mail da Devisa (devisa.enuncia@yahoo.com) com descrição da denúncia, foto se possível do alimento ou nota fiscal.
Locais de exame
Os locais aptos para a realização do exame que detecta a infecção são: unidades básicas de Saúde (UBS) da Carmelândia, Marambaia, Satélite, Pratinha, Tapanã, Telégrafo, Terra Firme, Providência, Paraíso dos Pássaros, Carananduba, Outeiro, Mosqueiro, Águas Lindas, Benguí II, Cabanagem, Curió-Utinga, Maguari, Guamá, Icoaraci e Jurunas, além das Estratégias Saúde da Família (ESF) Água Cristal, Parque Guajará, Águas Negras e Tenoné.
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