Caramujos, embuás e insetos se proliferam no período chuvoso

Especialista alerta para riscos, prevenção e combate a caracóis, lacraias, embuás e mosquitos

Fernando Assunção
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As fortes chuvas que atingem Belém ao longo da semana trazem à tona a preocupação com pragas urbanas e insetos, que tendem a se proliferar com o período chuvoso. No distrito de Outeiro, a presença de animais como caracóis, embuás, lacraias e mosquitos incomoda moradores e acende o alerta para os riscos de transmissão de doenças. 

Segundo o Centro de Controle de Zoonoses (CCZ) da Secretaria Municipal de Saúde (Sesma), a espécie invasora que ocorre com mais frequência é o caramujo-gigante-africano, o principal alvo das ações de combate do órgão. O médico veterinário Cláudio Guimarães, do CCZ, explica que o molusco aparece no período de chuvas devido ao aumento da umidade e acúmulo de entulhos.

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“Os caramujos-gigantes-africanos são considerados pragas urbanas. Esses animais carregam um verme, presente no caramujo e no muco que eles liberam ao se locomover, que transmite uma doença aos seres humanos chamada estrongiloidíase, que causa febre, dores no corpo e na cabeça e rigidez na nuca. A transmissão ocorre através do contato direto com o animal”, explica o veterinário. 

 

Orientações

O CCZ não recomenda o uso de nenhum tipo de veneno no combate da praga, pois, sem a administração adequada, pode oferecer risco a plantações, a outros animais e até às pessoas. “Os lesmicidas são utilizados apenas para certas ocasiões, dependendo da análise da equipe técnica. Em qualquer outra situação, eles não são recomendados”, completa Cláudio Guimarães.

A principal orientação do órgão quanto ao combate e controle de caracóis é manter árvores e arbustos podados e evitar acúmulo de lixo, entulhos e outros locais que possam servir de abrigo para as lesmas. No controle dos animais, as pessoas nunca devem manuseá-los sem proteção adequada das mãos com luvas

“A coleta do animal pode ser feita de forma manual, mas desde que utilizando a luva. Depois de catá-los, as cascas devem ser quebradas, para não servirem de abrigo para mosquitos da dengue, e queimadas. O uso de sal nos caramujos é efetivo apenas para combater aquela lesma, para conter a proliferação como um todo a recomendação é evitar manter locais que sirvam de abrigo”, orienta o profissional.

image Moradores convivem com o risco da doença estrongiloidíase transmitida por verme presente no caramujo-gigante-africano (Foto: Carmem Helena / O Liberal)

 

Embuás e lacraias

Outros personagens “clássicos” do período chuvoso são os embuás e lacraias. Embora tenham características similares, os embuás não são venenosos, diferente das lacraias, que possuem garras inoculadoras de veneno. “Ambos possuem preferência por locais úmidos e que possam servir de abrigos, então a recomendação segue sendo acabar com entulhos e mantendo gramas e arbustos baixos”, diz.

 

Mosquitos da dengue

O inseto Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue, também é uma preocupação no período de chuva devido ao acúmulo de água. “A época chuvosa traz alerta maior para o mosquito da dengue. É sempre importante lembrar de evitar água parada, assim como redobrar os cuidados com o descarte do lixo e a limpeza de calhas e de telhas”, conclui.

 

Preocupação

No bairro da Pedreira, também são avistados os caramujos do tipo gigante-africano. Neste período invernoso, eles estão sempre presentes, como diz Márcio Mendes, pintor profissional. Ele aponta alguns desses moluscos nos espaços de uma vila na travessa Barão do Triunfo, entre Antônio Everdosa e Rua Nova.

"Quando chove, aparece e muito, e a gente fica um pouco preocupado porque eles transmitem doença; então, a gente compra sal e joga neles", declara Márcio, diante dos caramujos sobre amontoados de telhas, pedaços de madeira e nas paredes e muros, sempre em lugares com umidade. Moradores do perímetro informam que os caramujos são também encontrados nas calçadas e em quintais de casas.

Moradora de Outeiro, a administradora Suely Miranda conta que a presença dos moluscos é uma realidade ao longo de todo o ano, mas aumenta com as chuvas: “Nós temos crianças e cachorros em casa, que gostam de brincar pelo terreno, então a gente fica preocupado. Recolho essas pragas diariamente com o uso de uma sacola na mão e jogo veneno também. Mas não tem jeito, enquanto tem chuva, os caramujos continuam aparecendo”.

image Moradora de Outeiro, a administradora Suely Miranda conta que a presença dos moluscos é uma realidade ao longo de todo o ano, mas aumenta com as chuvas (Arquivo Pessoal)

 

 

 

Serviço

Em caso de infestação de pragas, em Belém: o CCZ pode ser acionado para fazer vistoria

Telefones: (91) 3244-2350

(91) 3244-2353

(91) 32442356

E-mail: cczbelem@sesma.pmb.pa.gov.br

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