Cão terapeuta ajuda no tratamento de pacientes do Hospital Ophir Loyola, em Belém
O animal faz parte do Batalhão de Ações com Cães (BAC), da Polícia Militar do Pará, e sua presença melhora o ambiente hospitalar
Alecrim é um cão terapeuta que participa da terapia assistida por animais no Hospital Ophir Loyola (HOL), que, localizado em Belém, é referência em oncologia, nefrologia, neurocirurgia e transplantes e atende demanda encaminhada pela rede básica, ambulatorial e hospitalar, de todo o Estado do Pará, destinando 100% de sua capacidade instalada a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).
O animal faz parte do Batalhão de Ações com Cães (BAC), da Polícia Militar do Pará. E participa de visitas a instituições de saúde como forma de contribuir para a adesão ao tratamento, promoção do bem-estar e redução do tempo de percepção de dores. A ação é conhecida como “pet terapia” e objetiva promover uma assistência mais humanizada.
A Redação Integrada de O Liberal registrou a ida de Alecrim, que é uma mistura de Golden Retriever e com Border Collie, até aquele hospital. Acompanhado da 1º tenente Marina Coutinho, veterinária e que trabalha no BAC, o animal foi recebido com carinho pelos funcionários e pacientes. A presença dele no hospital torna o ambiente mais alegre. As pessoas gostam de tocá-lo e fazer fotos e vídeos com Alecrim, que é dócil e carinhoso.
Coordenadora da Divisão de Psicologia do Hospital Ophir Loyola, Rivonilda Graim falou sobre esse trabalho. “Esse projeto integra todas as equipes e a gente promove uma assistência humanizada, para que o paciente possa cada vez mais aderir ao tratamento”, explicou.
“O paciente vem para cá para um tratamento onde ele fica triste, ansioso. E a gente tende a proporcionar, por meio desse projeto, para que ele possa aderir ao tratamento e ficar menos ansioso, ter suas emoções controladas para que possa passar de uma forma menos triste ou menos tão difícil”, afirmou. É a segunda vez que o projeto está sendo realizado. “Mas, a partir de abril, ele terá uma semana de cada mês em todas as clínicas do hospital”, afirmou.
LEIA TAMBÉM:
Animais fazem bem à saúde das pessoas
A justificativa do Projeto Terapia Assistida por Animais (TAA) no Hospital Ophir Loyola informa que a Organização Mundial de Saúde, baseada nos avanços da pesquisa psicológica, médica e fisiológica, define saúde como “um estado de completo bem-estar físico, mental e social e não meramente a ausência de doença ou enfermidade”. E doença como a ausência de saúde.
E que o hospital é um campo vasto, fértil e ao mesmo tempo árido, que traz consigo os contrastes e a ambivalência da condição humana, num panorama em que saúde, doença, vida e morte se misturam representados pela dor e pelo sofrimento daqueles que passam por essa experiência.
Muitos sabem que os animais fazem bem à saúde das pessoas. Os melhores amigos do homem propiciam momentos de companheirismo que podem contribuir para a qualidade de vida desde a infância. “Além de oferecer o que mais apreciamos - amor, carinho, conforto e até a oportunidade de escutar nossas lamúrias sem contestar –, os pets ajudam também no aprendizado de valores pessoais como respeito e responsabilidade e trazem muita alegria ao convívio familiar”, detalha ainda o projeto.
Ainda segundo o projeto, existe a “família multiespécie”, que é uma família formada por pessoas e animais de estimação, em especial cães e gatos. Nesse sentido, levar seu pet ao hospital pode ajudar muito um parente, ou um amigo internado a ter sucesso no seu tratamento, seja ele qual for. A terapia com cães e outros animais de estimação não promete a cura de doenças, mas resulta em benefícios físicos e mentais para os pacientes que recebem visitas dos animais. A presença de um pet no hospital ameniza as tensões de todos, tanto de pacientes, quanto de visitantes. A presença dele favorece as relações de comunicação entre as pessoas, principalmente entre os profissionais de saúde e os pacientes.
A tenente Marina disse que Alecrim participa das visitas aos hospitais visando promover a melhora tanto para os pacientes internados quanto para toda a equipe do hospital. O cão foi treinado desde a sala de parto dele, quando foi escolhido para essa missão. Ele ficou com a mãe até os dois meses de vida, quando ainda mamava. “E, a partir do desmame dele, foi treinado, porque ele precisa ser manipulado, não pode reagir. Ele tem que fazer as vistas sempre entendendo que ele está ali para promover o bem-estar e alegria para todo mundo”, explicou.
Alecrim também é um cão policial
Alecrim, também conhecido como Loiro e que tem 3 anos de idade, é um cão policial também. “Mas um cão policial que serve de cunho social. A atividade dele é levar carinho. A grande diferença é o tipo de treinamento. Ele não serviria para ser um cão de faro, um cão de guarda de proteção”, disse.
A paciente Elisa Vasconcelos, 64 anos, disse que gostou de receber a visita do cão Alecrim. “Amei”, contou. “É muito gratificante. Ele é muito lindo”. Ela disse que deu vontade de levá-lo para casa. Raquel Benjamin, 60 anos, também gostou da visita de Alecrim, um cão dócil e carinhoso. A também paciente Geilza Vitória, 61 anos, ficou pertinho do cão terapeuta, de quem ganhou um beijo no rosto.
Comandante do BAC, o tenente-coronel Allan Sullivan disse que foi publicada uma portaria, nomeando uma comissão que tem à frente a tenente Marina, para que seja feito o estudo visando institucionalizar a terapia assistida por cães na Polícia Militar.
Isso vai permitir, por exemplo, a criação de um espaço adequado para essa atividade. E a criação de uma equipe multidisciplinar na área da saúde que possa fazer o acompanhamento de crianças, idosos, qualquer pessoa que esteja necessitando de um tratamento de recuperação. “Então esse estudo já está sendo feito”, afirmou.
A institucionalização desse serviço vai permitir à Polícia Militar, além de estar atuando junto à comunidade, nessa mobilização social, mais uma alternativa de tratamento alternativo para crianças e idosos que estejam em reabilitação.
Palavras-chave
COMPARTILHE ESSA NOTÍCIA