Câncer de ovário é o 7º mais comum na Região Norte; veja como prevenir e quais os sintomas
O dia 8 de maio foi escolhido para alertar a população sobre a importância da conscientização sobre a doença e os cuidados necessários para que o câncer de ovário seja diagnosticado o mais precocemente possível
Embora não tenha uma incidência tão alta quanto o câncer de mama e o de colo de útero, por exemplo, o câncer de ovário é considerado um dos mais letais entre os chamados cânceres ginecológicos. Por esse motivo, o dia 8 de maio foi escolhido para alertar a população mundial sobre a importância da conscientização sobre a doença e os cuidados necessários para que o câncer de ovário seja diagnosticado o mais precocemente possível. O Instituto Nacional do Câncer (Inca) estima 7.310 casos novos e quase 4 mil óbitos por ano, no triênio 2023/2024/2025. O câncer de ovário é o oitavo câncer mais comum no Brasil, mas na Região Norte é o sétimo tipo mais incidente, sem considerar o câncer de pele.
O câncer de ovário não tem exames específicos de rastreamento, o que dificulta o diagnóstico da doença. Cerca de 75% dos casos só são descobertos quando o tumor já está avançado e apresenta menores taxas de cura. Diante do cenário, a ida ao ginecologista para consultas e exames periódicos se torna ainda mais importante. É o que alerta a médica oncologista Paula Sampaio, do Hospital Barros Barreto. “O câncer de mama tem a mamografia e o de colo de útero, o Papanicolau, como exames de rastreamento muito eficientes, mas o câncer de ovário não tem. Isso é um problema. Não existe um exame específico indicado para a mulher fazer, periodicamente, mesmo sem sintomas. Isso dificulta o diagnóstico precoce”, explica.
A cabeleireira Ana Lúcia Magalhães, 45 anos, lembra que teve muitos sinais e sintomas, e percebeu que algo estava errado. Inchaço no abdômen e pelve, perda de apetite, cansaço constante, mas a rotina atribulada com o trabalho fez com que ela não desse a importância devida à saúde. Foram meses acreditando que o mal-estar era relacionado ao excesso de trabalho, até que o agravamento dos sintomas a fez buscar atendimento médico. Em setembro de 2015, Ana Lúcia passou uma semana internada. Os exames confirmaram a existência de tumores no ovário direito e no estômago, e havia indicação cirúrgica. Foi necessário fazer uma histerectomia total, com retirada de útero, ovários e trompas, seguida de quimioterapia. Mesmo assim, a doença voltou nove meses depois. Na recidiva, foram afetados o fígado e o peritônio.
“A metástase me fez descobrir que tenho uma mutação genética com mais de 95% de chances de ter esse tipo de câncer. Faço quimioterapia via oral sem prazo para concluir o tratamento. Minha vida agora é manter o controle do câncer”, conta Ana Lúcia. “A gente nunca imagina ter uma doença como essa, e sabe pouco a respeito. Mas não adianta ter arrependimento, precisamos aproveitar a lição e fazer diferente, cuidar da saúde e não se deixar entregar, porque o câncer se alimenta disso também”, acredita Ana.
Prevenção
A médica Paula Sampaio orienta sobre medidas de prevenção que ajudam a diminuir as chances de a pessoa ter o câncer de ovário. “Um maior número de ciclos ovulatórios aumenta o risco de câncer de ovário e, inversamente, um número menor de ciclos - por exemplo, durante a gravidez e a amamentação - reduz o risco. A pílula anticoncepcional pode reduzir quase pela metade o risco de câncer de ovário, se tomada por cinco anos ou mais”, orienta a médica.
Sinais e sintomas
É muito importante ficar atenta a qualquer alteração e procurar um médico o quanto antes. O câncer de ovário pode provocar vários sinais e sintomas que são confundidos com outras condições clínicas. No caso do câncer de ovário esses sintomas tendem a ser persistentes. Se uma mulher apresentar esses sintomas quase diariamente, por semanas, deve procurar atendimento médico.
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Inchaço abdominal com perda de peso.
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Dor pélvica ou abdominal.
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Dificuldade na alimentação ou sensação de plenitude.
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Necessidade urgente e frequente de urinar.
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Alterações menstruais
Outros sintomas possíveis do câncer de ovário:
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Fadiga
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Dor abdominal
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Dor nas costas
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Dor durante a relação sexual
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Constipação
8 de Maio - Dia Mundial de Combate ao Câncer de Ovário
Criada em 2013, a data é difundida por uma ONG sem fins lucrativos chamada Coalizão Mundial de Câncer de Ovário, que tem a parceria de mais de 130 organizações ligadas a essa doença. Em 2023, mais de 400 mil pessoas, em quase 50 países, devem ser impactadas por informações que podem salvar a vida de milhares de mulheres.
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