Canal de São Joaquim é ponto crítico de descarte de entulho
Restaurador diz que falta de investimento em campanhas complica ainda mais a situação precária em que se encontra a cidade na área de limpeza
A Prefeitura de Belém deveria investir mais em coleta seletiva e em campanhas orientando a população sobre materiais que podem ser reaproveitados, mas que acabam no lixo. Essa é a opinião do restaurador de móveis antigos Ronaldo Cardoso, de 51 anos. Ele trabalha no Canal São Joaquim, próximo à passagem São Sebastião, no bairro da Sacramenta. Bem ao lado há um ponto crítico de descarga clandestina de entulhos.
É um problema crônico. “Quando a gente se espanta, tá o lixo aqui na frente”, lamentou. Por toda a cidade há pontos de descarte de resíduos sólidos, que atraem urubus e outros bichos, gera doenças, entope bueiros e enfeia a cidade. Cansados de esperar, muitos moradores estão transformando esses locais em ambientes mais saudáveis. Eles cercam as áreas e colocam plantas em pneus, fiscalizando para evitar que outras pessoas voltem a sujar.
Outros pontos de descarte de entulho ficam na Travessa Alferes Costa, próximo à Avenida Pedro Miranda, e perto de colégios, no bairro da Pedreira, e na Avenida Dr. Freitas, entre as avenidas Visconde de Inhaúma e Duque de Caxias, no Marco. Ronaldo Cardoso diz que há muitas ruas, na área do canal, onde não entram os caminhões do lixo. Com isso, os moradores contratam os chamados “carrinheiros” para jogar os resíduos à beira do canal.
“Ninguém quer fica com lixo em casa”, disse. Só que, resolvendo seu problema, prejudicam a coletividade. Por isso, Ronaldo defende a colocação de contêineres, nesses locais. Além de alguns moradores, empresas também jogam entulho naquela área, sobretudo à noite ou em horários de pouco movimento de pessoas, como na hora do almoço, ou mesmo nos finais de semana. “Na segundafeira desta semana, estava limpo aqui. Agora já está assim”, disse o restaurador de móveis antigos.
Ronaldo também sugeriu que a prefeitura faça campanha orientando a população sobre o descarte de objetos que ainda podem ter serventia. Ele, por exemplo, usa alguns materiais que encontra no lixo, como pedaços de madeira, usando-os para fazer colunas de decoração. “É um lixo que não é lixo. É do lixo ao luxo”, afirmou. “Falta esse incentivo da prefeitura”, disse. Ronaldo citou um exemplo de um conhecido que usa pneus jogados fora para fazer pufes (usados como sofá). A Prefeitura de Belém vem trabalhando no sentido de combater o descarte irregular em vias e margens de canais.
O serviço de limpeza é realizado em todos os bairros da cidade, mas as áreas que sofrem influência de canais recebem atenção especial, como os trechos citados nesta demanda A Secretaria de Saneamento (Sesan) realiza retirada diária do entulho descartado ao longo dos canais, no entanto, a população precisa colaborar e não jogar lixo nas vias. A Sesan vem desenvolvendo ações ao combate de descarte de lixo e entullho.
Somente nos três primeiros meses deste ano, cinco pontos críticos foram eliminados e substituídos por áreas verdes com paisagismo. No final do ano passado, em torno de 100 locais foram eliminados ou estão com descarte controlado. Esses pontos recebem limpeza regular e fiscalização. Para eliminar os focos de mosquitos, o lixo não deve ser descartado de forma desordenada. Ações de educação ambiental são realizadas com moradores, orientando sobre os dias e horários de coleta.
Quanto a coleta seletiva, cada uma das 11 cooperativas atuam em pelo menos 4 bairros, totalizando em torno de 45 bairros atendidos em Belém e distritos.
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