Belém possui cerca de duas mil pessoas em situação de rua

Em entrevista concedida ao jornal O Liberal, o presidente da Funpapa, Alfredo Costa, fala sobre a estrutura atual de atendimento, dados e mapeamento, desafios e estratégias da Secretaria de Assistência Social para o futuro

Fabyo Cruz
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Estima-se que existam cerca de 2 mil pessoas vivendo atualmente em situação de rua na capital paraense. Falta de emprego, conflito familiar, dependência química e transtornos mentais são alguns dos motivos mais comuns que levam cidadãos a deixarem seus antigos lares. Em entrevista concedida ao jornal O Liberal, Alfredo Costa, presidente da Fundação Papa João XXIII (Funpapa), que corresponde à Secretaria Municipal de Assistência Social do Município de Belém, falou sobre a estrutura atual de atendimento, dados e mapeamento, desafios e estratégias da pasta para o futuro.

Como funciona a estrutura de atendimento da Funpapa para pessoas em situação de rua?

Pois bem, os atendimentos da Funpapa são divididos em alta, média e básica complexidades. No caso da população de rua, eles são atendidos na média complexidade, que inclui dois Centros POP, um em São Brás e outro em Icoaraci, e dois espaços de acolhimento, os chamados Camar.   

Há cerca de quantas pessoas em situação de rua atualmente em Belém?

Existe uma estimativa que cerca de 2 mil pessoas estão vivendo em situação de rua hoje em Belém. Inclusive o nosso núcleo de vigilância tem um projeto que vai ser colocado em prática no próximo semestre, semelhante a um censo, para saber se a população de rua aumentou nos últimos anos. É muito provável que tenha ocorrido esse aumento, pois no começo da pandemia o Mangueirão e algumas escolas receberam um grande número de pessoas..    

Há resistência das pessoas em serem atendidas?

Tem muita resistência de algumas pessoas, não é de todos é claro. Você sabe que são várias as situações que levam essas pessoas a estarem nas ruas. Diferente do que muita gente pensa, não podemos forçar alguém a participar dos nossos programas, segundo a Lei da Assistência. Não podemos fazer, por exemplo, como fizeram na Cracolândia, a chamada retirada compulsória, tem que ser na base do convencimento, diálogo, propor alternativas, e com isso não é muito simples. Tem casos em que as nossas equipes enfrentam muitas dificuldades.    

O que leva as pessoas a viverem em situação de rua?

São vários motivos, um deles é o desemprego. A pessoa, por exemplo, morava em um kitnet ou em um quarto alugado mas não tinha dinheiro para pagar, com isso acabou tendo que viver nas ruas. Há outras situações também como o uso abusivo de drogas ilícitas, rompimentos familiares, problemas de saúde, entre outros.     

Existe um perfil desse público?

A maior parcela são homens, negros e com baixa escolaridade.  

Onde estão as maiores concentrações de pessoas em situação de rua em Belém?

Estão nos bairros de São Brás, Campina (Ver-O-Peso), Cabanagem, Icoaraci e Entroncamento.

Quais são os principais desafios da Funpapa?

Primeiro de tudo, a Funpapa trata com dignidade esse público, tratamos como pessoas que estão passando neste momento por essa situação. Por isso, nós vamos atrás para garantir para eles direitos como saúde, educação, profissionalização etc. Por meio de parcerias, entre elas,  com o Sistema S, que inclui Senai e Senac, assim ajudamos eles a voltarem para o mercado de trabalho, por meio de cursos coordenados pela Funpapa.  

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