Avenida Romulo Maiorana deverá ser referência como via-parque para Belém
Em audiência pública, projeto de urbanização da via foi debatido com a comunidade
Na audiência pública, nesta segunda-feira (16) à tarde, para apresentação e debate do projeto de urbanização da avenida Romulo Maiorana, entre a travessa Dr. Freitas e e travessa Antônio Baena, no bairro do Marco, como parceria da Prefeitura de Belém com o Governo do Estado, orçado em R$ 30 milhões, o prefeito Edmilson Rodrigues enfatizou que esta é uma “avenida-parque, avenida do tempo lento”. Essa colocação foi feita pelo gestor municipal para expressar a preocupação da PMB em preservar a área verde do canteiro central da via.
Edmilson Rodrigues observou que a ciclovia a ser construída na avenida não precisa ser em linha reta, mas, sim, desviar de árvores, a fim de se manter os vegetais no local. Com essa e outras iniciativas preservam-se cerca de 200 árvores que poderiam sair da área. O prefeito destacou que, nada contra a velocidade e tecnologia, o tempo lento da avenida é para que possa combinar equipamentos modernos de urbanização com a preservação ambiental e contribuir para combater, de certa forma, a pressa das pessoas nas grandes metrópoles, responsável por doenças cardiovasculares. “O objetivo não é a velocidade, mas a fluidez com a preservação da área verde”, destacou Edmilson Rodrigues.
Até 2 de julho, terá de ser paga a medição da obra, por causa do calendário do ano eleitoral. Por isso, a realização da audiência pública no no auditório do Instituto Federal do Pará (IFPA) para dar transparência ao projeto, que entrará em breve na fase de licitação.
Ainda não se tem previsão do começo das obras. Mas, a cooperação entre Governo do Estado e Prefeitura de Belém vai ser assinada este mês e, em seguida, será aberto o processo licitatório. Na audiência desta segunda foi constituída uma comissão de fiscalização das obras reunindo moradores da avenida. Após iniciada, a obra terá um prazo de 24 meses para ser entregue à população.
Projeto
Como explanou o secretário municipal de Urbanismo, Deivison Alves, a reurbanização da avenida Romulo Maiorana abrange três etapas: da Dr. Freitas até a Lomas Valentinas; da Lomas Valentinas até a Vileta; da Vileta até a Antônio Baena e adjacências. Serão providenciados serviços de drenagem lateral nos dois lados da via; implantação de calçadas da via e na frente das casas e canteiro central; sinalização das calçadas; ciclovia e ciclofaixa; reforma de equipamentos e instalação de novos, como quadras poliesportivas e de areia teladas; construção de um parque infantil; implantação de um play dog (parque para cães e gatos); implantação de um complexo esportivo radical, como pista de skate e patins; reforma dos quiosques e funcionamento de estações saúde, para atividades físicas.
Será providenciada nova iluminação da via, a qual contará com wi-fi (telegestão); nova iluminação do canteiro central; pavimentação asfáltica; criação de 350 baias de estacionamento entre outras ações.
Antimanicomial
O vereador Fernando Carneiro participou da audiência pública. “Ali naquele quarteirão entre a Perebebuí e a Dr. Freitas funcionou o manicômio Juliano Moreira, onde muitos horrores aconteceram ali dentro, foi um local de muita repressão e há quem diga que os manicômios no Brasil foram o Holocausto brasileiro. E o pessoal da luta antimanicomial fez uma sugestão que eu achei muito pertinente, de chamar para aquele quarteirão, neste trecho, de Quarteirão da Liberdade, fazendo referência a este movimento” em um momento em que a teoria manicomial volta a ser discutida. O deputado federal Cássio Andrade, a deputada estadual Marinor Brito e secretários e técnicos municipais participaram da audiência.
Para o professor universitário e arquiteto Jorge Eiró, com o projeto a Prefeitura tem a oportunidade de fazer da avenida Romulo Maiorana “uma via exemplar, uma via-bosque”, dado que esta via tem um desenho todo próprio. “E o projeto dá ênfase a isso”, observou Eiró, considerando a proposta como avançada. O Ministério Público do Estado do Pará (MPPA) também participou da audiência e manifestou interesse em debater mais detalhadamente aspectos como uma proposta de ciclorota para ciclistas, ordenamento de ambulantes e funcionamento das atividades dos lancheiros.
Ângela Gemaque, do coletivo Canteiros Verdes Cidade Vida, que reúne moradores da área, destacou que a proposta defendida por eles é a preservação da arborização no canteiro central e o solo drenável.
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