AVC: saiba como prevenir o acidente vascular cerebral, uma das principais causas de morte no Brasil
Novas recomendações médicas mostram que até 80% dos casos podem ser prevenidos. Médico neurologista explica como.
O Acidente Vascular Cerebral (AVC) permaneceu, em 2024, entre as principais causas de morte no Brasil, representando cerca de 30% do total de óbitos. Apenas no último ano, 50.133 pessoas perderam a vida no país, conforme os dados do Portal da Transparência do Registro Civil. O que muitos desconhecem é que até 80% desses casos fatais podem ser prevenidos com melhorias na alimentação, prática de exercícios regulares e identificação precoce de fatores de risco.
A Associação Americana de AVC, vinculada à Associação Americana do Coração, divulgou as primeiras novas diretrizes sobre a prevenção do AVC em uma década. Essas recomendações, voltadas ao público e aos profissionais de saúde, refletem avanços no entendimento das causas e características dos AVCs, além de apresentar novos medicamentos que podem reduzir os riscos.
O que é um AVC?
O AVC ocorre quando o fluxo sanguíneo para uma área do cérebro é interrompido ou quando um vaso sanguíneo cerebral se rompe. Essa interrupção na oxigenação pode causar danos ao cérebro, resultando em dificuldades para caminhar, falar ou pensar, podendo levar até mesmo à morte.
Como a alimentação ajuda a prevenir AVC
Segundo as novas diretrizes, uma dieta balanceada é fundamental para controlar fatores de risco como colesterol elevado, glicemia desregulada e obesidade.
Os especialistas recomendam a dieta mediterrânea, rica em frutas, verduras, legumes, grãos integrais e azeite de oliva, que ajudam a manter o colesterol em níveis adequados. Reduzir o consumo de carne vermelha e outras fontes de gorduras saturadas é outra orientação. Fontes de proteína como castanhas, leguminosas, aves, peixes e frutos do mar são mais indicadas.
Além disso, evitar alimentos ultraprocessados e reduzir o consumo de bebidas açucaradas também contribuem para o controle do peso, outro importante fator de risco.
Atividade física é aliada na prevenção
Incorporar ao menos 10 minutos diários de caminhada pode reduzir significativamente o risco de AVC, segundo o neurologista Antônio de Matos, já que a prática regular de exercícios físicos contribui para a diminuição da pressão arterial, que é um dos maiores fatores de risco para o AVC. As recomendações incluem, semanalmente, pelo menos 150 minutos de atividade aeróbica moderada ou 75 minutos de exercícios intensos. Não importa como você escolha se exercitar – seja caminhando, correndo no bairro, frequentando a academia ou usando equipamentos em casa –, o importante é manter o corpo em movimento.
Medicamentos auxiliam no controle da obesidade, fator de risco para AVC
Enquanto dieta e exercícios continuam sendo pilares fundamentais para o controle do peso, uma nova classe de medicamentos aprovados recentemente apresenta resultados promissores na redução da obesidade, ajudando a diminuir os riscos de AVC.
Essas drogas agora fazem parte das recomendações para pessoas com obesidade ou diabetes. Contudo, o neurologista ressalta que esses remédios devem ser aliados de um estilo de vida saudável, e não uma solução isolada.
Identificação de novos fatores de risco
Pela primeira vez, as diretrizes incluem fatores sociais e econômicos, como estabilidade financeira, acesso à saúde, racismo e discriminação, na avaliação dos riscos de AVC.
"Se uma pessoa não tem plano de saúde ou não consegue chegar ao consultório médico por problemas de transporte, ou se não consegue faltar no trabalho para buscar atendimento (...) todas essas coisas podem impactar a capacidade de se prevenir um AVC", pontua o médico Antônio de Matos.
Os profissionais de saúde são orientados a indicar recursos para auxiliar pacientes, como serviços de saúde a baixo custo, opções de alimentação acessíveis e estratégias para atividades físicas gratuitas ou de baixo custo.
Além disso, condições específicas das mulheres, como hipertensão durante a gravidez e menopausa precoce, também passaram a integrar as avaliações de risco.
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