Ato unificado em Belém denuncia também recuo de direitos LGBTI
Além da defesa da educação, marcha rechaça, crimes e proposta de Reforma da Previdência
Ao lado de milhares de alunos, servidores e professores de escolas e universidades do Pará que marcham pelas ruas de Belém nesta quarta-feira (15), o ato unificado em defesa da educação e contra a Reforma da Previdência também inclui a Marcha Estadual Contra a LGBTIfobia - um movimento preparatório para outro ato, marcado para 17 de maio, Dia Internacional de Combate à LGBTIfobia, contra violências e retrocessos de políticas. A Marcha Estadual Contra a LGBTIfobia partiu por volta das 9h do cais da Escadinha, da Estação das Docas, e encontrou os protestos pela educação na praça da República, por volta das 10h.
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RETROCESSOS
Em 2018, foram 18 assassinatos contra pessoas LGBTIs no Pará. No primeiro quadrimestre, já são 13 casos. Um deles é o de uma travesti em Santarém, que teve os braços decepados, mãos queimadas e os braços colados no rosto, e um estudante, também em Santarém, que foi queimado vivo.
Segundo Eduardo Benigno, coordenador executivo do Grupo Homossexual do Pará (GHP), que organiza a marcha, as leis não estão protegendo a população LGBTI+ e não vêm diminuindo as denúncias de violência. Segundo Benício, a tensão aumenta com as mudanças para facilitação de posse e porte de armas, bem como após a extinção de conselhos e políticas públicas que eram voltadas aos LGBTIs brasileiros.
CRIMINALIZAÇÃO
"Por enquanto, LGBTIfobia não é crime e o Supremo Tribunal Federal (STF) só voltará a discutir a equiparação da LGBTIfobia com o crime de racismo a partir do dia 25 de maio. Não é o ideal, mas é um avanço enquanto o legislativo não cria leis específicas. Mas o cenário é de extinção de políticas públicas pelo governo federal. Por exemplo: o plano de saúde integral da população LGBTI+ foi extinto pelo Ministério da Saúde sem qualquer diálogo", critica Eduardo.
A mobilização iniciada às 10h, caminha até a sede do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), em Nazaré, e segue até a Assembleia Legislativa do Estado do Pará (Alepa). Lá será entregue uma carta aos parlamentares, exigindo que se posicionem contra o corte de verbas para a educação. Outros municípios paraenses também aderem aos protestos: entre eles estão Marabá, Santarém, Breves e Altamira, ao lado de várias cidades do Brasil.
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