Ato em Belém relembra cinco anos do assassinato de Marielle Franco

O evento, que contou com a participação de representantes de partidos políticos e de movimentos sociais, começou por volta das 18h, em frente ao Theatro da Paz

Fabyo Cruz
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Um ato político realizado no começo da noite desta terça-feira (28), na praça da República, em Belém, marcou os cinco anos do assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ambos foram mortos no dia 14 de março de 2018. O crime segue sem resposta sobre seu mandante. O evento, que contou com a participação de representantes de partidos políticos e de movimentos sociais, começou por volta das 18h, em frente ao Theatro da Paz

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As investigações levaram a prisão de dois executores

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Os organizadores informaram que a programação estava prevista para ocorrer dia 14 de março, no entanto, em decorrência das fortes chuvas e alagamentos em Belém, foi preciso reajustar a data para a realização do ato político cultural. De punhos para o alto e cerrados, o ato pediu por justiça, e os participantes carregavam cartazes em homenagem à parlamentar e questionaram o crime sem resposta: Quem mandou matar Marielle e Anderson?   

“A importância de estarmos aqui é porque nós, mulheres, vivemos violências todo santo dia. E a Marielle foi a nossa voz lá, apesar de ser do Rio de Janeiro, mas defendia a pauta da mulher negra, da mulher lésbica, da mulher da periferia, da mulher da favela, então, ela nos representou por ser a nossa voz, que ecoava através da voz dela no parlamento, onde ela foi eleita vereadora, e depois silenciada por esse brutal assassinato. Por isso que a gente se emociona muito e também temos a Marielle como símbolo das nossas lutas”, afirmou Jaqueline Silva, membro do setorial de mulheres do Partido Socialismo e Liberdade (Psol).  

Durante o ato, Gisele Freitas, co-vereadora pelo mandato coletivo bancada mulheres amazônidas, do Psol, convidou a sociedade civil para participar da sessão especial da Câmara Municipal de Belém (CMB), desta quarta-feira (29), em alusão ao Dia Internacional das Mulheres, para debater sobre a violência política de gênero. “Infelizmente, um dos nossos maiores símbolos dessa violência política de gênero foi a vereadora Marielle Franco do Rio de Janeiro, do nosso partido, mas a gente sabe que a violência política de gênero é muito presente em toda a nossa atuação militante dentro dos espaços legislativos e fora também (...) Vamos levar para a CMB essas pautas da defesa do direito das mulheres e saber como se organizar para lutar contra a violência política de gênero", explicou.

Assassinato

Marielle e Anderson foram assassinados, na noite de 14 de março de 2018, quando retornavam de ato político, no centro do Rio. O carro em que estavam foi atingido por 13 tiros. A vereadora foi alvejada na cabeça e o motorista morreu com disparos pelas costas. As investigações levaram à prisão de dois executores: o policial militar reformado Ronnie Lessa, por ter atirado na vereadora; e o motorista e ex-policial militar Élcio de Queiroz. Os motivos e os líderes do atentado permanecem desconhecidos.

Cronologia do caso

  • 14 de março de 2018: Marielle Franco e Anderson Gomes são assassinados.
  • 15 de março de 2018: Giniton Lages assume a Delegacia de Homicídios do Rio e o caso.
  • 21 de março de 2018: O MPRJ escolhe um grupo de promotores para a apuração do crime.
  • 01 de setembro de 2018: Entra no caso o Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO/MPRJ). Acontece a primeira troca de promotores do MPRJ.
  • 25 de setembro de 2018: Orlando Curicica, encarcerado no Presídio Federal de Mossoró por crimes ligados à milícia, menciona o ‘Escritório do Crime’ para os investigadores. Uma testemunha cita o vereador Marcello Siciliano por suposto envolvimento na morte de Marielle. Siciliano foi preso, mas o envolvimento dele foi descartado depois.
  • 11 de outubro de 2018: Investigações do MPRJ identificam biotipo do executor do crime e rastreiam novos locais por onde circulou o carro usado no crime.
  • 11 de março de 2019: A primeira fase de investigações é encerrada. Ronnie Lessa e Élcio Queiroz são denunciados por homicídio doloso.
  • 12 de março de 2019: Élcio de Queiroz e Ronnie Lessa são presos no Rio de Janeiro.
  • 25 de março de 2019: Giniton Lages é substituído por Daniel Rosa na Delegacia de Homicídios do Rio.
  • 23 de maio de 2019: Polícia Federal aponta que foram dados depoimentos falsos para dificultar a solução dos homicídios.
  • 11 de setembro de 2019: A então procuradora-geral da República, Raquel Dodge, pede a federalização das investigações.
  • 10 de março de 2020: Justiça do Rio determina que Ronnie Lessa e Élcio Vieira de Queiroz sejam levados a júri popular.
  • 27 de maio de 2020: Superior Tribunal de Justiça (STJ) nega a federalização das investigações.
  • 17 de setembro de 2020: Delegado Daniel Rosa deixa o caso. Moisés Santana assume o lugar dele.
  • 05 de julho de 2021: Terceira troca na Delegacia de Homicídios: sai Moisés Santana, entra Edson Henrique Damasceno.
  • 02 de fevereiro de 2022: Quarta troca: Edson Henrique Damasceno é substituído por Alexandre Herdy.
  • 30 de agosto de 2022: Supremo Tribunal Federal (STF) nega recursos das defesas de Ronnie Lessa e Élcio Vieira, e mantém decisão sobre júri popular.
  • 22 de fevereiro de 2023: O ministro da Justiça e Segurança Pública, Flávio Dino, anuncia abertura de inquérito da Polícia Federal para investigar assassinatos.
  • 04 de março de 2023: MP do Rio define novos promotores do caso Marielle Franco.
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