Arara-azul do Bosque Rodrigues Alves morre após quadro de pneumonia

A ave, conhecida como Duda, era o único exemplar do local desde 2010 e pertence à espécie ameaçada de extinção

Eva Pires

Morreu, no dia 12 de fevereiro, o Duda, a única arara-azul do Bosque Rodrigues Alves, em Belém. A ave, que chegou ao local em 2010, apresentou quadros de pneumonia, anemia e coccidiose (doença comum em aves provocada por parasitas), segundo nota da Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma). Segundo o Instituto Arara-Azul, a espécie é considerada ameaçada de extinção na natureza. O último exemplar desapareceu em 2000, restando pouco mais de 60 indivíduos criados em cativeiro, sendo a maioria fora do Brasil.

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A informação é da Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Belém (Semma), o animal estava em tratamento no Bosque Rodrigues Alves

Segundo o relato de um funcionário do Bosque Alves Rodrigues, que preferiu não se identificar, a arara-azul chegou a realizar exames e receber tratamento gratuito pela Universidade Federal Rural da Amazônia (Ufra) após o agravamento do estado de saúde. Entretanto, teria descontinuado o tratamento quando voltou ao bosque.

“Junto ao peixe-boi, o Duda era uma das principais mascotes do Bosque e era amada por todos. Sempre mansa e alegre, ela dançava e interagia com as crianças e visitantes”, disse o funcionário.

Conforme um biólogo que trabalha no local, que também não será identificado nesta reportagem, a espécie tem expetativa de vida de 50 anos em cativeiro. Ele também conta que ainda não há laudo de necropsia do animal.

Confira a nota da Semma: “A Prefeitura Municipal de Belém, por meio da Secretaria Municipal de Meio Ambiente (Semma), informa que uma arara-azul que vivia no Bosque Rodrigues Alves veio a óbito há cerca de 15 dias. Após análise de exames complementares realizados por veterinários e biólogos do parque, foi constatado que o animal apresentou quadros de pneumonia, anemia e coccidiose. A arara recebeu o tratamento necessário para as doenças, por meio de medicamentos, porém, não resistiu. O Jardim Zoobotânico da Amazônia conta com uma equipe de veterinários e biólogos que oferece aos animais do parque monitoramento e tratamento adequados”, relatou.

O Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras Ufra) também se pronunciou por nota: "De acordo com a coordenadora do Centro de Triagem e Reabilitação de Animais Selvagens (Cetras Ufra), professora Ana Silvia Sardinha Ribeiro, o CETRAS recebeu no dia 12/12/2023 um espécime de arara-azul-grande (Anodorhynchus hyacinthinus), apresentando suspeita de quadro clínico de pneumonia. O animal, conhecido como Duda, fazia parte do plantel faunístico do Jardim Botânico Bosque Rodrigues Alves, instituição parceira da Ufra, para a qual a equipe do CETRAS dá suporte quando necessário. Após avaliação clínica e realização de exames laboratoriais e de imagem, foi confirmada o quadro de pneumonia e iniciado o tratamento. No dia 20/12/2023, após melhora do quadro clínico e estabilização do animal, que se encontrava ativo, alimentando-se e expressando seu comportamento natural, o mesmo retornou ao Bosque para conclusão do tratamento no ambiente que lhe era familiar e que lhe proporcionaria mais bem estar", afirmou.

(Eva Pires, estagiária sob supervisão de Fabiana Batista, coordenadora do núcleo Atualidade)

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