Visitantes denunciam racismo de alunos da Escola Bosque, em Outeiro
“Começaram a chamar a gente de macaco, de preto”, contou um estudante da Casa Escola da Pesca nas redes sociais
Alunos da Casa Escola da Pesca denunciaram ter sido vítima de racismo praticado por estudantes da Fundação Escola Bosque (Funbosque), em Outeiro, durante uma visita à instituição de ensino, administrada pela Prefeitura de Belém. A denúncia foi feita no Facebook por um representante do conselho escolar da Casa Escola da Pesca, que atende alunos ribeirinhos.
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Os alunos visitantes participavam de uma programação pedagógica organizada no dia 30 de março. Eles caminhavam para a quadra de esportes, para um momento recreativo, e próximo dali havia um grupo de estudantes da Escola Bosque. “Esses alunos começaram a chamar a gente de macaco, de preto, dizendo que lá não era o nosso lugar”, declarou o jovem no Facebook.
“Momentos muito tristes vividos por nós. E o pior foi ver um professor de Educação Física da Escola Bosque vendo todas as ofensas sem fazer nada, compactuando para a perpetuação do preconceito, do racismo”, lamentou o jovem.
Ainda segundo ele, ficou na lembrança um momento de indignação e de tristeza. “É muito dolorido você ser discriminado por ser ribeirinho”. O projeto da Casa Escola da Pesca, que também pertence à Prefeitura de Belém, foi idealizado com a intenção de fazer um resgate da identidade cultural dos povos tradicionais. Os alunos da Casa Escola da Pesca são em parte moradores das ilhas de Belém e têm uma cultura predominantemente ribeirinha.
Funbosque também se manifestou nas redes sociais
Pelas redes sociais, a Funbosque se manifestou sobre o assunto. “Diante de denúncia noticiada por meio digital, a Fundação Escola Bosque manifesta, publicamente, repúdio a quaisquer formas de discriminação e de preconceito racial, seja ele dentro ou fora dos muros da escola”.
A Funbosque informou ainda que, ao tomar conhecimento do ocorrido, “colocou em andamento os procedimentos necessários para o enfrentamento e superação para que fatos como esse não se repitam, não mediremos esforços para a devida escuta aos envolvidos”. E concluiu o comunicado: “Reafirmamos nosso compromisso constitucional de caminhar na construção de uma sociedade livre, justa e solidária, alicerçada na equidade”.
Em nota enviada à Redação, a Funbosque manifestou repúdio a qualquer forma de discriminação e de preconceito racial, seja dentro ou fora dos muros da escola. E informou que ao tomar conhecimento do ocorrido colocou em andamento os procedimentos necessários para o enfrentamento e superação do episódio, para que fatos como esse não se repitam.
"A Fundação não mede esforços para dar a devida escuta aos envolvidos. Inclusive na manhã desta quarta-feira (5), a Presidência da Funbosque, juntamente com o grupo gestor, se reuniu com os alunos. A Funbosque reafirma o compromisso constitucional de caminhar na construção de uma sociedade livre, justa e solidária, alicerçada na equidade", detalhou a nota.
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