Advogado do Cabo Nogueira nega participação do acusado na Chacina do Guamá

De acordo com o advogado, o Ministério Público não tem provas para sustentar a acusação

Tainá Cavalcante

Advogado de defesa do réu Pedro Josemar Nogueira da Silva, o 'Cabo Nogueira', Jáder Ribeiro garante que seu cliente "não tem participação, de forma alguma" na Chacina do Guamá.

"O processo penal funciona assim: o Estado acusa, o Estado tem que provar. Hoje, no desfecho, já na fase de julgamento, o que nós temos no processo em relação às provas é: absolutamente nenhuma prova denota que esses acusados participaram no dia em que os fatos aconteceram", sustenta o advogado, ao afirmar que "existiu um depoimento que foi prestado na fase de inquérito, todavia aquela pessoa que prestou o depoimento perante a justiça se retratou. Disse que foi ouvida sem a presença da sua advogada e que existiram algumas questões que a levaram a afirmar aquilo que foi afirmado na fase de inquérito policial". O magistrado não deu detalhes sobre a suposta fala que teria sido dada pela testemunha e que teria influenciado no início do caso.

Segundo ele, como se trata de um processo, "é  necessário que seja produzida uma prova em contraditório, ou seja, perante juiz e promotor, que sustente essa condenação deles, e essa prova não existe". "No nosso entender, a acusação do Ministério Público não está provada nesse processo", reforça.

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Questionado se o que ele afirma, então, é que o Cabo Nogueira está preso, há mais de um ano, injustamente, o advogado garante que sim, já que "não há participação, de forma alguma, do Cabo Nogueira nos fatos". "O comandante dele prestou depoimento dizendo que no dia dos fatos ele estava de serviço na Alça Viária e existe a escala de serviço dele confirmando o depoimento do comandante dele", informou o responsável pela defesa do réu,  ao afirmar ainda que "esse tipo de investigação, que começa muito no 'disse-me-disse', acaba desse jeito". Ele não detalhou, entretanto, ao que ele quis se referir.

O advogado Jáder é o primeiro a fazer sua sustentação oral na sessão da manhã desta segunda-feira (6). Vale lembrar que o réu que ele defende, o 'Cabo Nogueira', é um dos que ainda está preso, assim como o 'Cabo Leo', o Leonardo Fernandes de Lima. Os outros dois PMs acusados de envolvimento, o 'Cabo Noronha' (José Maria da Silva Noronha) e o 'Cabo Wellington' (Wellington Almeida Oliveira) aguardam o julgamento em liberdade.

image (Ascom TJ)

"A diferença entre eles é que o Cabo Leo e o Cabo Noronha estão presos apenas pela justiça militar, pela questão das armas, que uma foi extraviada e a outra roubada. Pela Justiça Comum, todos já respondem em liberdade", explicou o advogado, ao questionar se, de fato, os réus deveriam ainda estar presos. "Por isso a gente diz que a prisão é indevida, porque o peculato é um crime praticado sem violência. Então se lá, na vara comum, que eles são acusados de 11 homicídios, que em tese a gravidade é muito maior, eles já estão em liberdade, como aqui ainda estão presos? Eles continuam presos pela Justiça Militar apenas, lá na vara comum eles estão respondendo em liberdade".

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