Busca por intercâmbio saindo do Pará cresce até 60%; veja destinos mais procurados

Em empresas sediadas em Belém, pacotes mais comuns custam entre R$ 6 mil R$ 10 mil. O principal interesse de quem viaja é complementar o currículo.

Elisa Vaz
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A busca por intercâmbios para fora do país voltou a crescer após o fim das restrições provocadas pela pandemia da covid-19 ao redor do mundo. Os paraenses não ficam de fora e têm se aventurado por vários destinos para realizar sonhos e adquirir experiências.

Em agências de turismo ouvidas pela reportagem e que oferecem pacotes de intercâmbios saindo de Belém, o crescimento em 2022, na comparação com 2021, variou de 20% a 60%, dependendo da empresa. Alguns destinos são mais comuns, como o Canadá e os Estados Unidos, mas, depois que surgiu a crise sanitária, países da Europa têm ganhado destaque por não haver exigência de visto.

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Entre os selecionados estão Pollyana Bernardes, 20 anos, de Belém, estudante do curso de Relações Internacionais; e Deiweson Monteiro, 23 anos. também belenense, acadêmico do curso de Odontologia. O intercâmbio será em julho deste ano e terá duração de um mês

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As inscrições vão até o dia 7 de janeiro de 2023. O intercâmbio com o Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po) vai durar cerca de um mês. Resultado da seleção sai dia 27 de janeiro.

No Pará, a procura por intercâmbios sempre foi boa e, embora as vendas tenham caído durante a pandemia, o interesse continuou o mesmo. É o que a proprietária e gerente da IE Intercâmbio, Jordana Santiago.

Há uma procura cada vez maior, porque muita gente está interessada em sair do país para procurar novas oportunidades, é a maneira mais fácil e rápida de sair com estudo e qualificação. Depois que as fronteiras abriram, a necessidade de mão-de-obra em alguns países e as promoções em escolas fizeram com que os paraenses se interessassem cada vez mais em se qualificar”, ressalta.

A alta de vendas entre 2021 e 2022, segundo Jordana, foi de 60%. Já em 2023, o mercado segue estável. Os pacotes oferecidos na empresa são variados e flexíveis, portanto, o estudante tem a opção de montar uma programação de acordo com seus interesses e seu perfil.

O mais comum e priorizado pelos paraenses, de acordo com a proprietária, é o intercâmbio de idiomas, porque é mais frequente e pode incluir acomodação, além das taxas.

Nesses casos, os destinos mais procurados são Canadá, Inglaterra e Estados Unidos. No âmbito de universidades, para especialização, mestrado ou doutorado, o Canadá é o mais buscado. Já quem vai no ensino médio procura, principalmente, Canadá e Estados Unidos. “A única coisa que mudou é que os EUA eram o mais procurado, mas, pela dificuldade do visto, abriu espaço para destinos da Europa também”, comenta Jordana.

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Gerente de outra empresa de turismo, a STB Intercâmbio, Márcia Rath conta que houve, no Norte e Nordeste, um aumento de cerca de 20% nos intercâmbios em universidades, escolas de ensino médio e acampamentos para adolescentes, na comparação com 2019, antes da crise sanitária da covid-19.

“Aqueceu bastante e vem aquecendo desde o pós-pandemia. No ano passado, como reflexo da demanda reprimida, e neste ano, com muitos clientes em busca mesmo”, afirma ela.

Incluir novas expertises e formações no currículo é o principal objetivo de quem contrata esses pacotes, na opinião de Márcia. Tanto que o maior crescimento de viagens desse tipo foi na área de pós-graduação: a mais procurada é a de business e marketing, mas medicina também tem ganhado destaque.

Os destinos mais populares entre os paraenses são: Estados Unidos, para educação mais avançada, como especializações; Canadá, para ensino médio; e Inglaterra, no caso de idiomas.

Experiência

Antes do início da pandemia, em 2020, a advogada Fernanda Hage, de 30 anos, aproveitou para realizar o sonho de morar e estudar em outro país. Durante dois meses, entre janeiro e março, fez intercâmbio em Roma, na Itália, e em Cambridge, na Inglaterra, dentro da modalidade de idiomas - ela tinha aulas todos os dias, de manhã e de tarde.

“Na Itália, pela manhã, eu tinha aula normal, com o livro do nosso nível, exercícios de escrita, leitura, escuta e oral; pela parte tarde, era aula de conversação. Já na Inglaterra, durante os dois períodos, as aulas eram normais, com turmas diferentes em cada turno”, lembra.

Fernanda decidiu fazer o intercâmbio porque sempre teve vontade de experimentar a vida fora do Brasil e, mais do que isso, viver a cultura de outro lugar.

A escolha por Roma se deu por ser uma cidade grande, central, histórica e cosmopolita, mas que não perde a essência da cultura italiana. E a opção por Cambrigde foi certeira, segundo a estudante, porque ela teve a vivência de morar em uma cidade pequena e universitária na Inglaterra, próxima de Londres.

image Antes da pandemia, Fernanda Hage, de 30 anos, fez intercâmbio de dois meses em Roma, na Itália, e em Cambridge, na Inglaterra, dentro da modalidade de idiomas. (Arquivo Pessoal)

Toda a vivência no continente foi um “presente para o futuro e para os estudos”, na opinião de Fernanda. Isso, para ela, vai ser um diferencial no seu currículo. “Hoje em dia, com o mundo tão globalizado e te permitindo fazer contato tão rápido além da fronteira, você saber se comunicar em outra língua te diferencia dos demais, principalmente, quando falamos do inglês. Ter domínio e segurança do idioma te coloca à frente”, opina.

Quem está viajando agora para um intercâmbio na Europa é a estudante Ana Nogueira, de 23 anos, que é formada em relações internacionais e está fazendo mestrado em fashion communication pelo Instituto Marangoni London, em Londres, na Inglaterra. Suas aulas começaram no início de fevereiro e vão até final de abril de 2024.

“Eu queria ter a experiência de morar fora do país e de crescer profissionalmente. Acredito que, por conta da pandemia, todos nós passamos por um período de estagnação, e esse período sem poder fazer nada me motivou a buscar novos rumos profissionais”, relata. Na opinião de Ana, essa nova formação, feita em outro país, abrirá portas no mercado de trabalho.

A escolha por Londres se deu porque a cidade é referência na área de mestrado da estudante. Ela conta que a experiência está sendo “indescritível" e de um “enriquecimento sem igual”. “Todo dia é dia de aprendizado, seja ele linguístico ou cultural. Os benefícios, sem dúvida, são a melhora no inglês e a vivência - no meu caso, de morar sozinha pela primeira vez”.

Economia

O custo do intercâmbio depende de vários fatores, como a escola de preferência, a duração do curso, o tipo de ensino, a acomodação, as passagens, o tipo de quarto, a alimentação inclusa ou não, entre outros. Cada estudante precisa calcular tudo isso para chegar a um valor final e, nas agências, não há um preço base definido para cada destino, já que cada cliente tem suas preferências nos pacotes.

No geral, na IE Intercâmbio, a média de uma viagem de quatro semanas, incluindo curso, acomodação e taxas, com destino para Malta, fica em torno de R$ 10 mil. Já na STB, os custos de um intercâmbio para curso de inglês de duas semanas, com acomodação em residência estudantil, na Inglaterra, por exemplo, sairia a partir de R$ 6.300.

Segundo as duas gerentes ouvidas, existem alguns destinos com melhor custo-benefício. Por exemplo, para cursos de idioma, pela IE, Malta tem bons preços, porque não há exigência de visto, e, para especialização, Canadá e Irlanda podem sair mais em conta.

Na STB, por sua vez, o melhor custo-benefício é para Inglaterra e Malta, também por causa do visto - mas, quem já possui as permissões, Estados Unidos e Canadá são bons concorrentes.

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O ideal, segundo Jordana e Márcia, é se programar o quanto antes. Foi o caso de Fernanda Hage, que fez intercâmbios na Itália e na Inglaterra. Para conseguir viajar e morar em dois países durante dois meses, a intercambista precisou fazer sacrifícios, economizando e pesquisando as melhores opções.

“Percebi que, às vezes, gastamos com tanta besteira no nosso dia a dia e, com isso, comecei a poupar desses supérfluos e colhi os frutos quando viajei”, relembra.

A escolha dos destinos, no entanto, não teve relação com os preços, já que não variava muito de uma cidade para outra. “O que interferiu nesse sentido foi que, como eu queria fazer italiano, escolhi a Inglaterra para o curso de inglês por ser mais perto. Outras opções eram Estados Unidos, Canadá e África do Sul, mas, sendo Inglaterra e Itália, consegui fazer um ‘combo’”.

A dica de Fernanda é pesquisar, desde os locais até a duração da viagem, além de procurar uma agência de intercâmbio, porque as empresas oferecem os melhores caminhos e ainda viram um suporte durante a viagem.

Ana Nogueira diz que o seu intercâmbio foi um investimento e, por isso, programado no longo prazo. “Meus pais, financiadores do investimento, guardaram dinheiro por anos para poder me custear em um país com uma moeda tão valorizada como o Reino Unido", lembra.

"A dica é: faça bastante pesquisa antes de fechar qualquer pacote, procure tudo sobre o país de destino (inclusive moeda, língua, costumes e cultura) e se programe para um período, financeira e mentalmente, pois o processo é uma aventura sem igual. Além disso, feche com uma agência que lhe passe confiança e segurança”, completa.

Países mais procurados por paraenses

  • Canadá
  • Inglaterra
  • Estados Unidos

Países mais em conta para paraenses

  • Malta
  • Canadá
  • Irlanda
  • Inglaterra
  • Estados Unidos
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