Intercâmbio na França: dois paraenses são contemplados para intercâmbio em instituto francês

Entre os selecionados estão Pollyana Bernardes, 20 anos, de Belém, estudante do curso de Relações Internacionais; e Deiweson Monteiro, 23 anos. também belenense, acadêmico do curso de Odontologia. O intercâmbio será em julho deste ano e terá duração de um mês

Gabriel Pires
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O sonho de estudar fora do Brasil se tornou realidade para dois paraenses que foram selecionados para um intercâmbio em Paris, na França. Essa é uma iniciativa da Pour Le Brésil, uma instituição estudantil que contemplou cinco residentes da Amazônia para um intercâmbio acadêmico e cultural no Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po). Entre os amazônidas selecionados estão Pollyana Bernardes, 20 anos, de Belém, estudante do curso de Relações Internacionais; e Deiweson Monteiro, 23 anos. também belenense, acadêmico do curso de Odontologia. O intercâmbio será em julho deste ano e terá duração de um mês.

Durante a viagem, os participantes terão a chance de trocar experiências com os acadêmicos da instituição francesa. E, assim, proporcionar maior entendimento sobre a realidade amazônica, a partir do conhecimento local. Em entrevista à Redação Integrada de O Liberal, Pollyana Bernardes comemora o êxito de ter sido aprovada no intercâmbio. Para a jovem, o intercâmbio é uma vivência única, já que, segundo ela, nem sempre os estudantes amazônidas possuem possibilidades como essa.

“A gente [amazônidas] ser prioridade nesse programa foi o que me motivou a participar. Eu faço um curso que tem tudo a ver com o programa. Ao saber da notícia, foi um sentimento de orgulho muito grande. E tudo que eu tenho vivido como mulher, como amazônida valeu a pena, porque eu vou poder levar esse conhecimento para fora. É uma oportunidade excelente porque a gente não tem essa voz. Eu vou levar a Amazônia pro resto do mundo”, relatou a moça.

“Tem muita gente do sul do Brasil falando sobre a Amazônia, pessoas da Europa falando sobre a Amazônia, mas cadê os reais amazônidas que moram aqui, que viveram aqui a vida inteira, que veem com os próprios olhos os problemas da Amazônia falando sobre isso lá fora? Eu não imaginava que isso fosse acontecer comigo, mas, já que aconteceu, eu vou pegar essa oportunidade e vou levar a Amazônia pro resto do mundo”, pontuou. 

Com a convivência junto aos estudantes franceses e os demais selecionados, a expectativa de Pollyana é que os participantes criem um olhar diferenciado e sem quaisquer estereótipos sobre a região amazônica. Ela destaca, ainda, que um dos debates que irá propor é a importância do investimento em políticas públicas para a região, além da difusão do desenvolvimento sustentável na capital.

“Ao final do intercâmbio, eu espero ter várias oportunidades, criar várias relações, porque a gente vai trabalhar com várias pessoas. Com certeza a gente vai ter uma troca de experiências muito grande. Eu acredito que isso vai ser um grande salto na minha carreira mesmo. É uma oportunidade muito boa para o Pará e para a Amazônia também, principalmente com a COP vindo e aí quem sabe não vai ser aqui na nossa região”, frisou a estudante.

Estudar fora do Brasil era sonho distante, diz estudante de Odontologia

Deiweson, que foi um dos selecionados, contou que a oportunidade pode contribuir para aprofundar os conhecimentos acadêmicos. Ele é aluno de iniciação científica e desenvolve pesquisas nas áreas da saúde e toxicologia. O estudante lembrou que soube do intercâmbio por meio do site da pró-reitoria de Relações Internacionais da Universidade Federal do Pará (UFPA), onde cursa o ensino superior.

“Estudar fora do Brasil sempre foi um sonho desde que eu estava no ensino fundamental e, ao mesmo tempo, sempre me pareceu algo muito distante, já que ninguém da minha família sequer viajou para estudar ou até mesmo havia frequentado o ensino superior. Depois que entrei na universidade e comecei a entender mais como os processos e oportunidades funcionam, comecei a mergulhar nas possibilidades e traçar rotas para chegar nesse objetivo”, disse Deiweson.

Assim que soube da aprovação, no final de janeiro, Deiweson relatou que ficou “sem acreditar”, mas enfatiza que a trajetória de dedicação foi essencial para o resultado positivo. Agora, o estudante está nos preparativos para o “grande dia” e espera que a viagem seja muito enriquecedora. “Após o resultado, conheci os demais contemplados e um pouco de suas trajetórias. Fiquei ainda mais feliz de saber que dividirei o espaço com histórias tão incríveis. Só quem é daqui, de fato, entende o que isso significa pra gente e pros nossos”, contou.

“Paris por si só já é um berço de cultura e aprendizado, poder estudar em uma universidade francesa, então, será ainda mais enriquecedor. Espero voltar com uma bagagem que agregue na minha formação profissional e como pessoa. Espero voltar com os olhos livres para entender não só a minha realidade, mas todas as outras à minha volta e como elas coexistem”, concluiu Deiweson.

Todas as despesas dos estudantes, incluindo a taxa de inscrição no processo de seleção da Summer School; o deslocamento aéreo e terrestre entre um dos estados da região amazônica e Paris, ida e volta; o seguro saúde internacional; a estadia em Paris; os gastos com alimentação e itens de necessidade básica e deslocamentos na cidade francesa serão bancadas pela Pour le Brésil.

(Gabriel Pires, estagiário, sob a supervisão de Victor Furtado, coordenador do Núcleo de Atualidades)

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