Manicure Maria Santos denuncia abastecimento de água irregular na Pedreira
Segundo a manicure, a comunidade sofre com a falta de água há bastante tempo e, além do racionamento, é distribuída com sujeira
A falta de água é um problema que assola o município de Belém. Moradores do bairro da Pedreira reclamam da constante falta de água na comunidade. A equipe do Você Repórter foi até a travessa Barão do Triunfo, para ouvir relatos sobre a instabilidade que aflige os moradores há bastante tempo. A denúncia foi detalhada pela manicure Maria Santos.
Segundo Maria Santos, 53, a falta d’água é recorrente no bairro. Todos os dias a falta ocorre às 10 horas da manhã e tende a voltar às 18 horas da noite, mas há situações em que o fornecimento não é retomado em todas as casas. “A água faltou ontem e a gente fica nessa situação. Quando falta, a gente compra água mineral. E quando tem, a água vem bastante suja”, afirma a moradora.
O racionamento ou a falta de água propriamente dita comprometem atividades comuns como tomar banho, cozinhar e até beber água. Para Maria, a situação fica ainda pior, já que na casa moram 6 adultos e 4 crianças e, dentre os moradores, o problema compromete os cuidados com o pai, de 88 anos, e a mãe, de 70, que são idosos e precisam de precauções maiores. “Não podemos usar essa água [desse jeito], tenho que comprar água mineral. Minha mãe tem diabetes, eu também tenho e a gente tem que se prevenir”, comenta.
A moradora conta, ainda, que o filho teve que ir para a escola sem tomar banho, já que pela manhã não havia água. Além disso, a não disponibilidade da água acaba implicando no trabalho da manicure, que precisa higienizar o espaço e atender as clientes. “Tenho um espaço na frente [de casa] para trabalho e não consigo trabalhar. Hoje eu tinha que atender clientes pela manhã e não consegui atender porque não tinha água”, complementa.
Quando a equipe de reportagem de O Liberal chegou na casa de Maria, a água estava voltando a cair na torneira. No entanto, observou-se que, ao retornar, a água desceu com bastante ferrugem. Para amenizar o problema, Maria coloca uma espécie de filtro, de dois em dois dias, para que a água seja aproveitada com a menor quantidade de sujeira.
Cansada de sofrer com o problema, Maria faz um apelo: “Gostaria de dizer que tomassem uma providência, porque quem trabalha precisa [da água]. A Cosanpa tem que averiguar tudo direito e quando for falar água, que avise a comunidade para que a gente possa se prevenir. Para que a gente possa comprar água mineral, [porque] sai do nosso bolso e é difícil. A Cosanpa precisa tomar uma providência”, pondera.
A reportagem solicitou nota para a Companhia de Saneamento do Pará (Cosanpa) para saber que providências estão sendo tomadas frente ao problema. Na última sexta-feira (01), a Cosanpa informou que medidas estão sendo tomadas. “A Companhia informa que o fornecimento de água foi normalizado na área, após a conclusão de serviços de melhorias na rede de abastecimento”, diz.
“A suspensão do serviço estava programada e foi avisada previamente nas redes sociais da Companhia”, conclui a Cosanpa.
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