Entregador Gabriel Barros reclama de estacionamento irregular em ciclofaixa na avenida Senador Lemos
As denúncias apontam, ainda, que a utilização irregular da ciclofaixa se tornou algo comum na região
Condutores estão ocupando, de forma irregular, uma ciclofaixa em um trecho da avenida Senador Lemos, entre as travessas Soares Carneiro e Dom Pedro I, no bairro da Campina, em Belém. O problema é ainda mais grave nas proximidades da praça Brasil, pois as faixas entre a travessa Dom Pedro até a Doca de Souza Franco ficam impossibilitadas para o tráfego de ciclistas. O entregador Gabriel Barros denuncia a falta de educação dos condutores.
Gabriel conta que o problema não é exclusivo da avenida Senador Lemos, mas que em vários pontos da capital paraense também é percebido o mesmo. "É um desrespeito com a gente aqui, principalmente com a gente, trabalhadores. Não só os entregadores, como eu, mas outros empregados que usam as bicicletas como meio de transporte. A gente não consegue mais passar por aqui", reclama.
"Você vai em Ananindeua, você também observa esse mesmo problema. Eu moro na cidade de Ananindeua, mas eu rodo aqui por Belém. Isso é uma falta de respeito. Infelizmente, a gente tem que ir para o meio da pista e se põe em meio ao risco de sofrer algum acidente ou algo mais grave. Isso é um caos total na cidade", desabafa Gabriel.
As denúncias apontam, ainda, que a utilização irregular da ciclofaixa se tornou algo comum na região, pois não há mobilizações ou são poucas pessoas que denunciam a infração. Quando os ciclistas reclamam do problema, eles são recebidos com agressões verbais. "Eu acho que precisam desenhar uma bicicleta na faixa para o povo entender que é uma ciclofaixa, porque com essa sinalização toda vermelha eles não entendem. Eles ficam com raiva quando a gente reclama", diz o entregador.
A equipe de reportagem também conversou com Ely Carlos, um dos condutores que estava com o carro estacionado na faixa destinada aos ciclistas. Ele contou que estava esperando a esposa sair do trabalho e ficaria no local em torno de 30 minutos apenas. "Precisei parar aqui pela falta de estacionamento das vias que a gente não encontra. Vou precisar ficar aqui um tempinho e estou aguardando. E, na verdade, não estou parado, estou estacionado, por enquanto", disse.
Posicionamento
Em nota, a Superintendência Executiva de Mobilidade Urbana de Belém (Semob), informou que está implantando o projeto de sinalização viária da nova avenida Senador Lemos, que dará maior segurança e mobilidade aos usuários da via. Segundo a Semob, a sinalização viária de toda a extensão da avenida Senador Lemos consiste de sinalização horizontal e vertical, implantação de faixa exclusiva para ônibus (BRS), ciclofaixa, estacionamento e bolsões de moto.
“O projeto já está concluído, no trecho entre a travessa Mauriti e a avenida Dr Freitas, que recebeu sinalização vertical e horizontal, ciclofaixa, BRS- faixa exclusiva para ônibus- e bolsões de moto. O trecho entre a travessa Mauriti e a avenida Visconde (Doca) de Souza Franco, está em andamento, com a implantação de ciclofaixa, de BRS nos trechos entre a travessa Mauriti e rua Soares Carneiro e da Soares Carneiro até a rua D. Pedro I. No trecho da Soares Carneiro até a Doca, além da ciclofaixa, está sendo implantado o estacionamento ao lado da faixa exclusiva dos ciclistas”, diz o comunicado.
A Semob informa, ainda, que, em conformidade com o artigo 90 do Código de Trânsito Brasileiro (CTB), a fiscalização só pode ser feita no trecho com sinalização já concluída. Ou seja, da Mauriti até a Dr. Freitas, cuja fiscalização é feita através de ronda com agentes em viaturas e motocicletas, com o apoio do guincho. A via também é fiscalizada por radar, complementa o órgão.
“Quanto ao trecho citado pela reportagem, da Mauriti até a Doca, a Semob reforça que ainda não foi concluído. Logo, não pode ser fiscalizado, segundo o CTB, por estar ainda em implantação. A autarquia comunica que o projeto de sinalização viária em implantação na nova Senador Lemos está em conformidade com o Manual Nacional de Sinalização Viária do Conselho Nacional de Trânsito (Contran)”, finaliza a nota.
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