Inédito: cientistas encontram 1º caso de malária do mundo e estimam tempo da doença

O estudo foi publicado na revista científica Nature e contou com a participação de cientistas de 21 países, membros do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva

Lívia Ximenes
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O primeiro caso de malária do mundo foi descoberto por cientistas do Instituto Max Planck de Antropologia Evolutiva, provenientes de 21 países e 80 instituições. De acordo com o estudo publicado na revista Nature, que analisou os dentes dos indivíduos, a primeira ocorrência foi há 5,5 mil anos. A doença infecciosa, causada por parasitos do gênero Plasmodium, teve registo de 481.788 casos e 92 mortes confirmadas nas Américas, em 2022, segundo a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

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Os pesquisadores analisaram informações de 36 indivíduos infectados, vindos de cinco continentes. O primeiro caso de malária por P. falciparum foi datado em 800 a.C. e localizado em Chokhopani, no Nepal, na Cordilheira dos Himalaias. Outras três ocorrências apontaram pistas a respeito da doença na Pré-História, no que hoje é a Europa: um indivíduo do período Neolítico, no território da atual Alemanha; um indivíduo da Idade do Cobre, na localidade da atual Espanha; e um indivíduo do período Eneolítico, onde é a Rússia atualmente.

Disseminação da malária pelo mundo

O estudo também destacou que, possivelmente, colonizadores europeus foram responsáveis pela disseminação da malária na América do Sul. A ideia é proveniente da semelhança entre a cepa P. vivax, encontrada no DNA de um infectado encontrado em Laguna de Los Cóndores (alto dos Andes peruanos), com a P. vivax da Europa.

“Pensa-se que variantes genéticas responsáveis por doenças sanguíneas devastadoras, como a doença falciforme, persistem nas populações humanas porque conferem resistência parcial à infecção pela malária. Há apenas um século a distribuição do patógeno cobria metade da superfície terrestre do mundo, incluindo partes do norte dos Estados Unidos, sul do Canadá, Escandinávia e Sibéria”, disse Megan Michel, doutoranda e principal pesquisadora do estudo.

Conforme Evelyn Guerava, da Universidade de Helsinki, na Finlândia, os efeitos da guerra, escravização e deslocamento populacional são alguns dos responsáveis pela propagação da malária. “[Doenças infecciosas] devastaram os povos indígenas das Américas durante o período colonial, com taxas de mortalidade que chegaram a 90% em alguns lugares”, afirmou. A pesquisa mostrou relações genéticas entre a cepa andina e a P. vivax peruana, 400 a 500 anos depois, o que apresentou um rápido alastramento e criação de foco endêmico.

A malária é transmitida pela picada da fêmea do mosquito Anopheles, conhecido como mosquito-prego. A doença também é chamada de impaludismo, paludismo, febre palustre, febre intermitente, febre terçã benigna, febre terçã maligna, maleita, sezão e tremedeira. O Ministério da Saúde afirma que a maioria dos casos acontece na região amazônica, nos estados do Acre, Amapá, Amazonas, Maranhão, Mato Grosso, Pará, Rondônia, Roraima e Tocantins.

(*Lívia Ximenes, estagiária sob supervisão da coordenadora de OLiberal.com, Heloá Canali)

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