Operação autônoma aponta para o futuro da mineração em Carajás
Estratégia de investimento em tecnologia e qualificação de pessoal traz benefícios para a segurança, produção e sustentabilidade das operações da Vale em Parauapebas
Uma frota de 14 caminhões, com capacidade para transportar 320 toneladas de minério cada, circula na área de operação da Vale na Serra de Carajás. Essa poderia ser uma cena corriqueira no contexto de um grande projeto industrial, porém um detalhe chama a atenção: os veículos não possuem operadores nas cabines. O relato da existência de caminhões autônomos pode parecer obra de ficção, mas esse tipo de recurso é real e faz parte dos processos produtivos da mineração no Pará.
A movimentação dos veículos tem por trás tecnologias como sistemas de computador, GPS, radares e inteligência artificial, além de profissionais qualificados para sua operação, que reflete em ganhos em aspectos técnicos, de segurança e de sustentabilidade.
Isso porque os caminhões autônomos da Vale circulam em rotas pré-estabelecidas desde a frente da lavra até a área de descarga. Nesse trajeto, os equipamentos conseguem paralisar caso encontrem qualquer obstáculo, evitando acidentes e garantindo a segurança dos empregados que trabalham em campo.
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Outra vantagem é que os veículos têm menor gasto de pneus e usam menos combustíveis, gerando assim menos emissões de CO² para a atmosfera. Além disso, os colaboradores retirados da atuação na mina recebem capacitação para novas funções adequadas à realidade atual da mineração.
Essa experiência é parte de uma estratégia de investimentos da Vale para avançar na mineração 4.0, com a automação de algumas atividades. As ações da companhia envolvem ainda a utilização de perfuratrizes autônomas e a instalação de pátios de estocagem onde empilhadeiras e recuperadoras com o mesmo perfil tecnológico são utilizadas no controle do armazenamento e do escoamento dos minérios. Somente em Carajás, são sete pátios autônomos, com 13 máquinas em operação.
“O pátio de estoque é um ambiente de alta complexidade operacional. Então, quando implantamos uma tecnologia para criar mais estabilidade dentro desse ambiente - para poder deixar o mínimo de acesso a esse espaço -, estamos provocando uma redução considerável dos riscos intrínsecos à operação” - Pedro Bemfica, gerente de projetos autônomos da Vale
A coordenadora dos pátios autônomos de Carajás, Joyce Freitas, avalia que a experiência com esses recursos tem sido bem-sucedida, ajudando a reduzir os desvios operacionais nas pilhas de minério em 95% e otimizando os espaços disponíveis para estocagem.
“Com a operação autônoma, a equipe hoje opera dentro de uma sala com conforto e segurança. Esse foi um ganho muito importante para o nosso processo. E, também, para a tomada de decisão na estratégia operacional. O sistema disponibiliza informações em tempo real de todo o processo produtivo, o que nos possibilita ter agilidade e assertividade nas tomadas de decisões nas estratégias de curto e longo prazo” - Joyce Freitas, coordenadora dos pátios autônomos de Carajás
Os bons resultados estimulam a continuidade dos investimentos nessa abordagem. Os planos da Vale nesse segmento incluem o aumento da velocidade média dos caminhões, a retirada de mais trabalhadores de posições em áreas de risco e o incremento no uso de big data para otimização de processos de operação autônoma.
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