Déficit no ensino tem relação com falta de profissionais de TI, avalia professor paraense
Relatório do Google for Startups apontou uma deficiência de mais de 500 mil profissionais das áreas da tecnologia no Brasil até o próximo ano
A oferta de vagas nas universidades e cursos técnicos na área de tecnologia da informação estão entre os principais fatores para o déficit de profissionais de TI, avalia Ermínio da Paixão, pesquisador, mestre em engenharia elétrica e integrante do integrante do Laboratório de Pesquisa Operacional, onde atua na área de redes de alto desempenho, 5G, QoS e inteligência computacional. De acordo com o estudo "Panorama de talentos em tecnologia", realizado pelo Google for Startups, o Brasil terá um déficit de 530 mil profissionais na área até 2025, e no contexto paraense, essa falta pode ser ainda mais acentuada.
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“O relatório da Google só atenta para uma coisa que já vem sendo realidade no Brasil há muito tempo. A educação e tecnificação dos nossos alunos são precárias, principalmente para a área da tecnologia porque os nossos ensinos médio e técnico são poucos, além das vagas ofertadas nas universidades, que ainda são muito pequenas para demanda que nós temos visto na área da tecnologia. Trazendo para o contexto do Pará, esse cenário fica mais alarmante ainda porque nós não temos um número grande e suficiente de alunos matriculados no ensino médio ou que tenha acesso ao ensino tecnológico. Isso acaba afetando muitos dos nossos jovens que não conseguem ter acesso ao mercado da tecnologia, especialmente no contexto da alta demanda”, analisa o especialista.
A área de tecnologia possui muitas opções e está em constante expansão. Neste segmento, a Brasscom --- Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (TIC) e de Tecnologias Digitais --- projeta que o país tenha uma demanda de 800 mil novos talentos durante o mesmo período. Entre as opções disponíveis estão desenvolvimento de software, administração de redes, cibersegurança, aprendizado de máquina, ciência de dados, entre outras.
“Hoje em dia, a gente tem uma demanda muito grande em relação à parte de desenvolvimento. É uma área que chama atenção na parte da tecnologia. O alto déficit na nossa região acontece porque a gente não consegue preencher as lacunas de ensino. O aluno não tem interesse pela tecnologia porque, às vezes, chega ao final do ensino médio sem saber manusear um computador de forma correta, então acaba com receio e opta por cursos mais tradicionais”, destaca Ermínio.
Formado em sistemas de informação pela Universidade Federal do Pará (UFPA) e atuando em computação aplicada e inteligência artificial, Igor Falcão afirma que o mercado de TI está em crescimento, mas enfrenta desafios específicos na região amazônica, como limitações estruturais, acesso a infraestrutura de qualidade, capacitação técnica e a escassez de recursos em algumas áreas.
“Esses desafios também abrem portas para oportunidades bem interessantes, como a possibilidade de aplicar soluções tecnológicas para resolver problemas locais, melhorar a sustentabilidade e impulsionar o desenvolvimento econômico sem comprometer o meio ambiente. A nossa Amazônia tem uma riqueza de dados não explorados, e isso pode se tornar um diferencial competitivo para empresas e profissionais que souberem navegar nesse cenário”, ressalta.
Oportunidades em TI:
Desenvolvimento de Software:
- Programação: Criação de softwares, aplicativos e sistemas utilizando diversas linguagens de programação (Python, Java, C++, etc.).
- Engenharia de Software: Desenvolvimento de softwares de grande porte, com foco em qualidade, eficiência e arquitetura de sistemas.
- Desenvolvimento Web: Criação de sites e aplicações web, utilizando tecnologias como HTML, CSS e JavaScript.
- Desenvolvimento Mobile: Criação de aplicativos para dispositivos móveis (Android, iOS).
Infraestrutura de TI:
- Administração de Redes: Gestão de redes de computadores, garantindo a conectividade e segurança da rede.
- Virtualização: Criação de ambientes virtuais para otimizar o uso de recursos computacionais.
- Cloud Computing: Utilização de serviços em nuvem para armazenamento, processamento e outras funcionalidades.
- Gerenciamento de Banco de Dados: Gestão de bancos de dados para armazenamento e organização de informações.
Segurança da Informação:
- Cibersegurança: Proteção de sistemas e dados contra ataques cibernéticos.
- Análise de Vulnerabilidades: Identificação e correção de vulnerabilidades em sistemas e aplicações.
- Gerenciamento de Riscos: Avaliação e mitigação de riscos relacionados à segurança da informação.
Inteligência Artificial e Machine Learning:
- Aprendizado de Máquina: Desenvolvimento de algoritmos que permitem que máquinas aprendam com dados.
- Processamento de Linguagem Natural: Desenvolvimento de sistemas que permitem que computadores entendam e gerem linguagem humana.
- Visão Computacional: Desenvolvimento de sistemas que permitem que computadores "vejam" e interpretem imagens.
Outras Áreas:
- Ciência de Dados: Análise de grandes volumes de dados para extrair insights e tomar decisões.
- Internet das Coisas (IoT): Conexão de dispositivos físicos à internet para coleta e troca de dados.
- Realidade Virtual e Aumentada: Criação de experiências imersivas e interativas.
- Robótica: Desenvolvimento de robôs para diversas aplicações.
- Gamificação: Aplicação de elementos de jogos em contextos não-gamificados.
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